A Vida Azul de Ayres da Cunha

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O médico Ayres da Cunha Marques decidiu, na hora de aposentar, mudar completamente de ramo, ir para o campo e investir na produção de tilápia, um dos peixes mais consumidos do Brasil. Hoje sua fazenda em Santa Clara D´Oeste,  na divisa com o Mato Grosso do Sul, emprega 320 funcionários e abate 300 mil tilápias por mês.

O empresário bem sucedido, médico, sonhava em recuperar o rumo da própria vida, modificada por causa da vontade do pai. ?Na verdade, eu queria ser padeiro. meu pai era padeiro, entregava pão e trabalhava como empregado numa padaria. eu falava: ?pai, deixa eu trabalhar com você porque eu não estava indo bem na escola? e ele falou:? você está maluco, padaria é o pior ramo que existe?. Porque ele não conhecia a medicina?, conta Ayres da Cunha Marques.

Atualmente a fazenda de 20 hectares tem uma criação de tilápias, um frigorífico, uma graxaria e uma fábrica de ração. Abate 300 mil tilápias por mês e fabrica 580 toneladas de ração. Ayres teve que aprender muito para fazer a criação dar certo. Desde a fórmula exata da ração até o segredo do corte  do filé que vai para o mercado.

A experiência de Ayres fez dele um empresário cheio de invenções. Na fazenda, ele bolou duas engenhocas para diminuir a mão-de-obra na despesca e a distribuição da ração.

"Meu princípio é o seguinte: o trabalhador não deve ter trabalho braçal tudo o que for trabalho braçal nós temos que substituir por processo mecânico", conta.

Surgiu então o teleférico. A ração sai da fábrica e, em vez de ser carregada por trator,  desce até a beira do rio por cabos de aço. Quando chega lá embaixo, a sacaria é descarregada e o saco vazio volta para a fábrica. Quem fala da vantagem do  teleférico é o braço direito do doutor Ayres, o engenheiro Cláudio  Mazocato.

"Eu tinha umas 12 pessoas envolvidas no processo. Hoje eu tenho duas ou três e não tenho o desgaste físico que tinha antes", fala o engenheiro.

Aos poucos, com adaptações e muito trabalho, a fazenda ganhou estrutura. As tilápias se reproduzem naturalmente em bolsões. Atualmente a fazenda tem 1,5 mil fêmeas e 750 machos.

O próximo passo do doutor Ayres é montar uma fábrica de processamento de alimentos, para vender tilápia  empanada, tilápia defumada, sashimi de tilápia. Coisa para quem ainda tem muito o que realizar. ?Eu estou achando que vou durar uns 200 anos. Porque se eu acreditar que não vou durar muito, não tem razão ficar aqui. Então eu acredito que eu vou conseguir ainda. Eu gosto de trabalhar e acho importante?, completa Ayres.

Globo Rural

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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