Amil e Rede DOr disputam a Perinatal

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Por Geraldo Samor e Natalia Viri

A Clínica Perinatal — a maternidade onde metade da classe média carioca tem seus filhos — está à venda, numa transação que deve marcar mais um capítulo da guerra territorial pelo segundo maior mercado de saúde do País.

Banqueiros estimam que o ativo pode valer quase R$ 1 bilhão. A Perinatal tem unidades na Barra e em Laranjeiras, e é um hospital de referência no Rio.

A Amil é a favorita para comprar a empresa, depois de haver descredenciado diversos hospitais da Rede D’Or e estar em Busca de verticalizar ainda mais sua operação.

Mas a própria Rede D’Dor também está no páreo, ainda que haja dúvidas sobre o risco antitruste para a aprovação de uma eventual compra. Para algumas fontes, o CADE analisaria o mercado relevante como ‘maternidades’, aprovando a transação dado que a Rede D’Or não é grande neste nicho. Para outros, a dominância da Rede D’Or no mercado do Rio seria um obstáculo intransponível.

Segundo uma fonte, a Rede Ímpar, da família Bueno – fundador da Amil, que foi vendida para a UnitedHealth – chegou a olhar o negócio, mas não seguiu no processo.

Cerca de metade do capital da Perinatal pertence aos médicos fundadores, Dr. Manoel Carvalho e Dr. José Maria de Andrade Lopes. A outra metade está nas mãos do Grupo Santa Joana, o maior grupo de maternidades da América Latina e dono das maternidades Santa Joana e Pró Matre Paulista, em São Paulo. O Santa Joana pertence aos irmãos Antonio e Eduardo Amaro.

O duelo pela Perinatal ilustra os esforços da Amil para reduzir seus custos e se tornar mais rentável.

Este ano, a operadora descredenciou 10 hospitais da Rede D’Or, no Rio de Janeiro, ABC e Osasco-SP. Em ouras sete unidades – em Brasília, São Paulo e Recife – os cortes envolvem apenas os planos mais básicos da Amil.

Sem o atendimento da Rede D’Or, a Amil ficou atrás no atendimento em maternidade e cuidados pediátricos no Rio de Janeiro.

Além de apostar mais na rede própria, a operadora vem tentando mudar a forma de remuneração dos planos.

A empresa vem tentando migrar os contratos da chamada remuneração por serviço, na qual o hospital recebe por cada procedimento prestado, para uma remuneração por pacotes de serviço, pagando por um conjunto de procedimentos recomendados para determinadas condições de saúde.

No final de abril, quando parte da Rede D’Or foi descredenciada, a Amil disse que está em meio a mudanças para alinhar a empresa com hospitais que ofereçam “modelos de remuneração que premiam resultados clínicos e a experiência do paciente”.

A Amil tem 13 hospitais voltados exclusivamente para seus clientes. Além disso, é dona da rede Américas, com 21 hospitais e clínicas que atendem clientes de várias operadoras.

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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