Care Plus terá plano de saúde internacional

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Por Bete Koike

Após quatro anos analisando o mercado brasileiro, a inglesa Bupa entrou no país com a aquisição da operadora de planos de saúde Care Plus, anunciada na semana do Natal. Entre as metas já definidas estão o crescimento de 20% na receita e de 25% no número de usuários neste ano, segundo Moses Dodo, diretor-geral da Bupa Global para América Latina. Atualmente, a Care Plus tem cerca de 100 mil usuários e receita na casa dos R$ 700 milhões.
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Para atingir essa expansão – na contramão do setor, que perdeu cerca de 1,5 milhão de usuários de convênios médicos em 2016 -, a Bupa aposta numa modalidade de plano de saúde internacional com atendimento em 190 países. O produto permite até mesmo fazer um tratamento médico em outro país e é diferente de um seguro saúde para viagens ao exterior, que é acionado para emergências. No mundo, a Bupa tem 32 milhões de clientes, sendo que 2 milhões têm plano internacional. Para efeitos de comparação: no Brasil, 48 milhões de pessoas têm convênio médico.
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O público-alvo da Bupa são os expatriados e executivos que viajam com frequência, ou seja, um perfil semelhante ao dos usuários da Care Plus. "Tivemos muitos namoros no Brasil, conversamos com várias empresas e insistimos com a Care Plus porque a operadora atua num segmento de alta renda e tem um tamanho adequado para entrarmos no Brasil, um mercado que há muito tempo nos interessa", conta Dodo, que assumiu o cargo na Bupa em 2014 com a missão de expandir a presença da empresa inglesa na América Latina. Antes, o executivo passou pelos bancos WestLB e Besi.
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Uma das estratégias da Bupa será estreitar o relacionamento com multinacionais com presença no Brasil e que já são clientes da seguradora inglesa em outros países. A ideia é que a unidade local migre para a Care Plus. Hoje, a operadora brasileira atende cerca de 400 empresas no Brasil. A Care Plus continuará sendo tocada por seu fundador, Roberto Lagana, que terá a missão de ampliar a base de clientes num ano de recessão e desemprego no Brasil. "Nossa visão de investimento não mudou por causa da crise. É um investimento de longo prazo e podemos aproveitar esse tempo de recessão para aprender como funciona o mercado brasileiro", disse Dodo.
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Segundo ele, não há limite de investimento à expansão da Care Plus no país, mas ele destaca que o maior benefício é que a Bupa poderá suprir as demandas de provisão da Care Plus por conta de seu caixa robusto. O lucro anual da Bupa é de cerca de 580 milhões de libras (US$ 886,8 milhões). As operadoras de planos de saúde são obrigadas a ter reservas financeiras para cobrir a Peona (provisão para eventos ocorridos e não avisados). O valor da peona pode ser elevado porque a conta médica nos hospitais é aberta e com isso o custo das operadoras não é previsível, e consequentemente há menos capital para investir. Essas reservas, normalmente, são alocadas em aplicações financeiras.
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No mundo, as maiores operações da Bupa estão na Austrália, Nova Zelândia, Espanha, Chile e Inglaterra. Nesses países, a estrutura é verticalizada e as áreas de atuação são as mais diversas, desde hospitais, home care, casas de repouso até óticas.
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Questionado se pretende ter uma rede verticalizada também no Brasil, Dodo explicou que, inicialmente, esse projeto não está nos planos, mas não está totalmente descartado. O executivo pontuou que, caso, haja aquisição de ativos como hospitais e clínicas, o negócio seria tocado pela Sanitas, empresa espanhola da Bupa com forte experiência em redes próprias. Na Espanha, a Sanitas é uma das gigantes na área da saúde. Já nos Estados Unidos, a Bupa tem participação de 49% na seguradora HTH, da Filadélfia, sem uma rede própria de atendimento.
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Sobre novas aquisições de operadoras de planos de saúde, Dodo disse que agora a prioridade é a Care Plus e seu crescimento orgânico. "Imaginamos que o Brasil passe o México, o mercado mais importante na América Latina, representando cerca de 40%. Num prazo 'rapidinho', acredito que o Brasil represente entre 40% e 50% e o México caia para 30%", diz Dodo sem revelar quanto tempo representa esse prazo 'rapidinho'.
 

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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