Para se protegerem de fraudes, as empresas do setor estão adotando controles mais rígidos na análise dos documentos: Luisvaldo

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O movimento pela ética no mercado de planos de saúde (lembrando que a falta dela [a ética] não é uma exclusividade dos corretores!), ganha força e entra na pauta das reuniões, das entrevistas, das grandes decisões.
Hoje, reproduzimos aqui a entrevista de Luisvaldo Santos Bezerra, CEO da Corpore Administradora de Benefícios, concedida ao Jornal da Saúde, editado e distribuído pela Acoplan – Associação das Corretoras de Planos de Saúde e Odontológiocos do Estado de São Paulo. Uma das primeiras entidades do setor a abraçar essa causa. Acompanhe.

Jornal da Saúde: Quais fraudes considera mais comum entre clientes e por que agem desta maneira?

Luisvaldo Santos Bezerra: São duas as principais fraudes cometidas, as documentais em que os documentos públicos e privados não condizem com a expressa verdade, e as de omissões sobre doenças ou lesões preexistentes, relacionadas ao preenchimento das declarações de saúde. A inclusão de documentos normalmente é para gerar uma qualificação ou dar elegibilidade a um determinado cliente ter condições de adquirir um plano de saúde, podendo ser empresarial no caso de pessoa jurídica ou por adesão para pessoa física. Nos casos de preenchimento irregular da declaração de saúde, por desconhecimento, o cliente menciona que determinados sintomas não são doenças pré-existentes. Posso citar como exemplo uma pessoa que toma medicamento para controlar a pressão arterial e achar que não é hipertenso, e até o caso de pessoas que negam ter determinada patologia para ter seu atendimento aceito pela Operadora.

Jornal da Saúde: Por que alguns corretores também tentam fraudar (como agem, quais objetivos e as consequências)?

 Luisvaldo Santos Bezerra: A incidência de fraude por parte de corretores não é muito significativa, mas existe e tem que ser eliminada. Acredito que o objetivo está no fato de não se perder venda, e também existe o caso de ajudar o cliente a ter uma elegibilidade que não possui, mas necessita fazer o plano de saúde. O item mais comum é a inclusão de documentos que não estão em conformidade com as regras exigidas e nestes casos, as propostas são devolvidas para regularizações e quando isso não ocorre são, são recusadas.

Jornal da Saúde: Porque as fraudes são prejudiciais ao setor?

Luisvaldo Santos Bezerra: Tudo aquilo que está em desconformidade com as regras estabelecidas são prejudiciais e passíveis de serem punidas pelo código penal Brasileiro. O maior prejudicado sempre é o cliente final, que poderá sofrer consequências que terão procedimentos negados até processos administrativos abertos pela operadora junto a agência reguladora para exclusão do plano. Todo este processo tem um custo significativo e é levado em consideração na composição dos preços dos planos de saúde.

Jornal da Saúde: Quais seriam as soluções para inibir esse tipo de acontecimento?

Luisvaldo Santos Bezerra: As empresas do setor estão adotando controles mais rígidos na análise dos documentos, na elegibilidade das empresas ou usuários, no treinamento das equipes de cadastros e na implementação de venda eletrônica, que atrela ao sistema existe um validador de elegibilidade. Há, também, a recusa imediata da documentação para regularização, o cancelamento do código do corretor. O mais importante está na conscientização dos envolvidos no processo.

Jornal da Saúde: Quais as ações da sua empresa para coibir esse tipo de situação?

Luisvaldo Santos Bezerra: A Corpore Administradora investe em treinamento da equipe de cadastro, assim como na expansão de sistemas que ajudem na elegibilidade dos usuários. Atuamos em conjunto com as operadoras parceiras em busca de novas soluções a fim de inibir essa pratica.

Jornal da Saúde: Dá para garantir lucro e crescimento trabalhando de forma transparente e correta?

Luisvaldo Santos Bezerra: O trabalho transparente e de forma correta é fator preponderante para uma maior rentabilidade e crescimento do setor. O investimento na melhoria da qualidade dos serviços e na correção de irregularidades são benéficas a cadeia produtiva. A busca constante em novas tecnologias a fim de aprimorar a qualidade e facilitar a venda por parte dos parceiros comerciais, a desoneração de recursos destinados a coibir estas práticas de processos em desconformidade com as exigências legais ajudam a melhorar o resultado das empresas.

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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