Nova Saúde ajusta parcerias para entrar em São Paulo: ‘Não há como uma operadora que quer crescer ficar fora do mercado paulista’, afirma Anderson Marques, CEO da Nova Saúde, em entrevista exclusiva

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Em uma comunidade do Rio de Janeiro, uma mulher de classe média, ao frequentar um salão de beleza próximo à sua casa, poderia ter sido apenas mais uma cliente, mas, com o tempo, passou a criar laços com as pessoas que trabalhavam e conviviam naquele ambiente. Lá, conheceu uma jovem que havia se tornado mãe de um menino, cuja infância se moldava entre a simplicidade de onde nasceu e os desafios que o cercavam.

Com o passar do tempo, o menino cativou o coração dessa mulher. Certo dia, motivada pelo afeto crescente, ela pediu à mãe da criança para que ele fosse passar um fim de semana em sua casa. A mãe, confiante, autorizou. Ao entrar naquele novo lar, o menino, que já contava um ano e meio, encontrou um mundo desconhecido: uma casa bonita, um quarto decorado especialmente para ele, refeições completas e o conforto de um ambiente acolhedor. E ele, com a inocência de seus poucos anos de vida, fez um pedido simples, mas cheio de significado: não queria mais voltar.

Para sua sorte, a mãe biológica concordou, sob a condição de que os laços de afeto permanecessem. E assim começou uma nova vida. Por razões que desafiam qualquer explicação lógica, aquele menino foi “resgatado” de um caminho que não poupou os seus quatro irmãos, que não atingiram a fase adulta. Era como se a vida lhe tivesse concedido um raro bilhete de esperança, uma chance de reescrever uma história que parecia imutável.

O fato de o menino não apenas ter aproveitado essa oportunidade, mas também transformado sua vida a ponto de construir uma família e uma carreira de sucesso, demonstra sua resiliência, gratidão e capacidade de retribuir o afeto e a confiança que lhe foram dados. Sua história nos mostra que ele não apenas foi beneficiado por essa oportunidade, mas também a utilizou para crescer como pessoa e inspirar outras vidas, incluindo seus clientes e colaboradores, por meio de sua atuação empresarial em um ambiente de cuidado e humanidade.

Hoje, Anderson Marques, com 43 anos, é casado, pai orgulhoso de duas filhas, formado em Administração de Empresas e gestor de uma pousada em Cabo Frio (RJ). Além disso, é o CEO da Nova Saúde, uma operadora de saúde que ele lidera com a marca da modernidade e do compromisso humanizado, valores que, sem dúvida, têm raízes na solidariedade e no amor que um dia lhe foram dados.

Esta é uma história real de superação e transformação, de como o amor pode ser o fio condutor de uma trajetória que rompe barreiras e reescreve destinos. Anderson Marques, um exemplo de resiliência e gratidão, recebeu o Blog do Corretor para uma entrevista reveladora sobre a Nova Saúde, mas nos brindou também com a sua extraordinária história de vida. Acompanhe a parte I:

Blog do Corretor:
Qual exatamente o seu papel na Nova Saúde?

Anderson Marques:
A operadora tem dois sócios, e eu estou CEO. Fui convidado desde o início do projeto para liderá-lo, por conta da minha experiência de mercado. A minha família – de criação – trabalha na área da saúde há muitos anos (foi nesse momento que pedi ao entrevistado para falar sobre essa adoção). Eles foram donos de hospitais e tiveram passagem pela Assim Saúde. Ainda muito jovem, morei 10 anos fora do Brasil e, quando voltei, comecei a comprar máquinas de imagem, fiz sociedade com médicos, trabalhei em clínicas e autogestão, além de atuar em uma operadora menor, até chegar à Nova Saúde.

Blog do Corretor:
A ideia original da Nova Saúde já era de abrangência nacional?

Anderson Marques:
A ideia inicial era desenvolver um projeto estadual. Só que as oportunidades surgem de todos os lados. Se eu abrir o mercado, vou para Macapá, Amazonas… Mas precisamos tirar o pé do acelerador e ir com cautela.

Blog do Corretor:
Mas a Nova Saúde já pegou a estrada, certo?

Anderson Marques:
A partir do Rio de Janeiro, onde tudo começou, surgiu uma oportunidade de mercado no Maranhão, Pernambuco e Distrito Federal.

Blog do Corretor:
Espírito Santo…

Anderson Marques:
Em Espírito Santo, estamos entrando agora. Aliás, lá estamos implementando um modelo que consideramos ideal, que é o de clínica própria, junto a parceiros de clínicas. A A2 Saúde é nossa parceira nesse projeto, com clínicas que oferecem atendimento exclusivo para a Nova Saúde.

Blog do Corretor:
Eu sei que a Nova Saúde tem CNPJ há quatro anos e, há dois anos, entrou em operação. A partir de que momento a operadora realmente começou a operar?

Anderson Marques:
Durante dois anos, ficamos monitorando o mercado e nos preparando para entrar com segurança. O primeiro ano foi dedicado à estruturação do projeto, porque, se você tiver uma vida ou mil vidas na carteira, o custo é o mesmo: custo de operação, treinamento etc. Como o nosso método é dar um passo atrás, primeiro estruturamos um call center. A Rose, que é a nossa gerente do call center e está conosco desde o início, passou meses treinando. Algumas pessoas entravam para serem treinadas e desistiam, porque achavam que era golpe. Nós tínhamos apenas uma sala, cheia de mulheres em treinamento, e ninguém entendia nada. Achavam que não íamos pagar. Mas a Rose sempre acreditou no projeto.

Blog do Corretor:
A Nova Saúde não tinha investidor?

Anderson Marques:
Nosso investidor não é um magnata e tem os pés no chão. Ele sabe aonde quer chegar e o tamanho do desafio que temos pela frente. Nosso início foi focado em treinamento e no credenciamento… Então comecei com o meu conhecimento e com a experiência da Andréa Barros, que é nossa diretora de operações e está conosco desde antes da criação do CNPJ.

Blog do Corretor:
Você falou em “credenciamento”. Com que tipo de credenciamento o associado da Nova Saúde pode contar?

Anderson Marques:
Fizemos um credenciamento inicial com a rede Gama, que, na época, estava passando por uma transição de diretoria. Quando estávamos prestes a relançar o produto, toda a diretoria foi trocada. A nova gestão travou tudo. Eles queriam saber quem éramos. Então, voltamos à mesa de negociação. Esse foi o grande motivo de termos ficado no “vai ou não vai”.

Blog do Corretor:
E conseguiram destravar?

Anderson Marques:
A diretoria da Quali destravou. E o que facilitou foi a experiência que eu tive anteriormente com um dos diretores na Dasa.

Blog do Corretor:
E saiu a parceria.

Anderson Marques:
Fizemos uma parceria pontual para aquele momento da empresa, mas sempre com a ideia de termos uma rede própria.

Blog do Corretor:
Então você tem a Rede Gama?

Anderson Marques:
Ela nos dá suporte onde não temos rede no nosso produto nacional.

Blog do Corretor:
E mesmo hoje, sob o comando da ESB Corp?

Anderson Marques:
Acredito que não haverá problema, porque a parceria se tornou muito estratégica. Vamos dizer que 5% da nossa utilização no produto Bronze ou Bronze Plus – que é o produto que temos com eles – não representa grandes custos para a empresa. Então, penso que não haverá problema.

Blog do Corretor:
Qual a modalidade dos produtos da Nova Saúde?

Anderson Marques:
O Guilherme atua no Rio também. A Dixmed virou uma parceira muito importante; a Solutions é bem atuante; a QV apostou nos nossos produtos logo de cara. Estamos fechando com a G2C em Espírito Santo agora. Nosso sonho é chegar a São Paulo.

Blog do Corretor:
De certa forma, já está em São Paulo por intermédio da Dixmed.

Anderson Marques:
Sim, não tem como uma operadora que quer crescer ficar fora do mercado de São Paulo, que é o maior mercado. Mas sempre respeitamos nosso ritmo. Um passo de cada vez. Se você visitar nossa sede, vai ver que é um ambiente organizado, confortável, mas sem exageros, sem ostentação.

Blog do Corretor:
A Nova Saúde vem se destacando apostando em planos regionais. O que esse modelo traz de novo para o mercado de saúde suplementar?

Anderson Marques:
Os grandes estão ficando cada vez maiores, e o mercado está ficando sem opções. Estamos apostando em um modelo que oferece ao corretor o conforto de levar o cliente para um local que atenderá com custo reduzido. Por ser uma estrutura mais enxuta, consigo ter um preço melhor. Hospital é uma cidade! Qual o custo disso? Uma fortuna.

Blog do Corretor:
Sabendo que o setor enfrenta desafios regulatórios e custos crescentes, como a Nova Saúde equilibra a sustentabilidade financeira e o compromisso de oferecer planos acessíveis?

Anderson Marques:
Nosso modelo é construir parcerias com ambulatórios e pronto atendimentos para alcançar equilíbrio. Precisamos pegar o dinheiro dos clientes, utilizar eficientemente para minimizar os custos e oferecer um bom atendimento – nunca deixar de atender. Caso contrário, há judicialização, e isso encarece ainda mais.

Blog do Corretor:
Como a atenção primária e a prevenção fazem parte do DNA da Nova Saúde? De que forma esse modelo beneficia a operadora e o beneficiário?

Anderson Marques:
Com as clínicas parceiras, temos um prontuário vinculado aos nossos médicos, permitindo acompanhar o paciente de perto. Nossa equipe faz esse acompanhamento contínuo.

Blog do Corretor:
Explique como funciona a parceria com essas clínicas.

Anderson Marques:
Temos um parceiro que estrutura as clínicas, e nós compramos, com exclusividade, o atendimento delas. Eles têm a expertise para montar essas unidades. Planejamos replicar esse modelo em outras regiões.

Blog do Corretor:
Você mencionou a atuação em Espírito Santo. Como adapta esse modelo às realidades locais?

Anderson Marques:
Iniciamos o piloto de parceria própria em Espírito Santo porque é uma região muito fechada. A A2 montou para nós quatro clínicas em Serra, Cariacica, Vitória e Vila Velha. Agora estamos entrando em Linhares para criar um cinturão na região.

Blog do Corretor:
Algumas operadoras trabalham com clientes de faixas etárias específicas. A Nova Saúde tem algum limite?

Anderson Marques:
Não. Queremos pessoas, beneficiários. No Rio de Janeiro, temos uma carteira com muitos clientes de 18 anos.

Blog do Corretor:
O relacionamento com corretores é essencial nesse segmento. Como a Nova Saúde tem trabalhado nessa parceria e quais diferenciais oferece?

Anderson Marques:
Eu sou vendedor e gosto de ter contato direto com o vendedor, porque ele é quem leva o sucesso ou o fracasso. Vou aproveitar para fazer um mea culpa: acredito que a Nova Saúde precisa cuidar melhor dos corretores. Esse primeiro ano foi necessário para olharmos para dentro da operação e errar menos, melhorar processos e criar uma estrutura mais eficiente. Com isso, acabamos olhando menos para fora. Nós estamos – e agora eu vou passar em primeira-mão para você que gosta de furos de reportagens – estamos no meio de uma troca de diretoria comercial… Essa é quente, viu? O novo diretor foi um dos sócios da Leve, o Cláudio Borges [Cláudio iniciou na Nova Saúde nesta segunda-feira (03) e o Blog do Corretor divulgou em primeira-mão].

NOTA: Registramos aqui nossos agradecimentos a Luiz Henrique Júnior, diretor comercial da Dixmed, que tornou possível esta entrevista, que hoje publicamos a primeira parte.

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