Da Redação | Crítica
Como jornalista especializado no mercado de planos de saúde, acompanho de perto as transmissões ao vivo das operadoras, que se tornaram uma ferramenta essencial para engajar a força de vendas – os corretores de seguros. Nesta segunda-feira, 1º de dezembro, a Alice Saúde realizou mais uma live, focada em campanhas, premiações e no lançamento de novos produtos. Infelizmente, não pude assistir ao vivo devido a compromissos profissionais, uma reunião estratégica com a diretora da Yia Broker, Dyla de Toledo, em São Paulo, seguida de viagem ao Rio de Janeiro. Mas, de volta à capital paulista, revisei a gravação no YouTube e posso afirmar: a Alice mais uma vez entrega uma produção que equilibra profissionalismo técnico com apelo comercial assertivo, reforçando sua posição como uma operadora ágil e corretor-cêntrica.
Os apresentadores, Luca Freitas (diretor de operações e produtos) e Débora Oliveira (diretora comercial), formam uma dupla consolidada que domina o formato. O cenário, mantido sóbrio e harmonioso, evita distrações visuais desnecessárias, um acerto em um mercado onde lives concorrentes muitas vezes pecam por excessos gráficos que diluem a mensagem, como já apontei aqui. A duração de 48 minutos e 50 segundos é um exemplo de otimização de tempo real: objetiva, sem divagações, e alinhada ao propósito de valorizar o corretor como pivô da cadeia de vendas.
O roteiro flui com lógica impecável: inicia com a revelação dos premiados da campanha anterior, transita para ferramentas de suporte (como o canal de dúvidas e o site repaginado) e culmina no anúncio de novidades. Essa estrutura narrativa ascendente – do reconhecimento (premiação) ao empoderamento (ferramentas) e, por fim, à inovação (lançamentos) – cria um arco motivacional que mantém o engajamento. Débora e Luca se complementam bem: ela com um tom comercial empático, ele com expertise técnica em produtos. Não há falhas gritantes na entrega, articulação clara, sem gírias excessivas ou pausas desconfortáveis. No entanto, uma sugestão construtiva: em lives futuras, incluir um Q&A interativo em tempo real (mesmo que breve) poderia elevar o senso de inclusão, transformando a transmissão em um diálogo bidirecional e capturando feedbacks ao vivo sobre coparticipação ou carências, temas recorrentes no setor.
A live acerta em cheio ao priorizar o corretor como herói da negociação. A divulgação dos vencedores da campanha passada, com Noemi faturando R$ 5 mil pelo primeiro lugar (condicionado ao pagamento do boleto inicial), seguida de Richard Marques (R$ 3 mil), Mariana Attanasio e Felipe Rafael Doliveira, não é mero formalismo. É uma estratégia de gamificação que reforça o comissionamento sem impacto negativo, um diferencial em um mercado saturado de operadoras que cortam margens para atrair volume. A partir do sexto lugar, os R$ 1 mil por posição mantêm a inclusão, incentivando até os corretores de menor porte a participarem ativamente.
Débora Oliveira brilha ao promover o canal de esclarecimento de dúvidas em cinco minutos e o site repaginado, que agora integra vídeos tutoriais, manuais operacionais e tabelas de preços atualizadas. Isso é um avanço técnico notável: em um ecossistema regulado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), onde a transparência em coberturas e prazos é obrigatória, ferramentas digitais como essas reduzem o churn de propostas por desalinhamento de expectativas. Luca Freitas, por sua vez, contextualiza o Mês do Corretor de Seguros (outubro) com ações como o desconto de 80% na primeira parcela para empresas de 6 a 29 vidas, uma jogada esperta que preserva o comissionamento integral, sem erosão de receita para o intermediário.
Os vídeos de depoimentos de corretores, como o de Leonardo elogiando a rede de atendimento e o valor agregado ao cliente, adicionam credibilidade autêntica. São curtos, impactantes e evitam o tom publicitário forçado, alinhando-se à cultura de adesão voluntária promovida pela Alice. A prorrogação da campanha Contrato Livre Adesão até 31/12/2025, com carência zero (exceto parto e CPT), é outro acerto: atende à demanda por flexibilidade em PMEs, onde a sazonalidade de contratações exige agilidade.
O ápice, sem dúvida, é o lançamento do produto individual com coparticipação exclusiva para terapias. Essa inovação responde diretamente a um gargalo recorrente no funil de vendas: clientes que declinam propostas por receio de coparticipação em consultas ou exames rotineiros. Ao limitar o modelo a terapias (fisioterapia, psicologia, etc.), a Alice equilibra controle de sinistralidade com acessibilidade, potencializando a conversão em um segmento onde a média de rejeição por custo pode chegar a 30% (dados setoriais da ANS). Argumento convincente: em um mercado pós-pandemia, onde a demanda por saúde mental e reabilitação explodiu, esse produto posiciona a Alice como inovadora, diferenciando-se de gigantes como Unimed ou SulAmérica, que ainda apostam em coparticipações mais amplas e menos granulares.
Crítica construtiva: o que poderia ser ainda melhor
Apesar dos elogios, há espaço para refinamentos. A live é leve e assertiva, mas poderia incorporar métricas de impacto mais concretas, por exemplo, quantas propostas foram implantadas na campanha anterior ou o ROI médio para corretores. Isso adicionaria profundidade analítica, ajudando os participantes a quantificarem o valor da parceria. Além disso, o foco em empresas de 6 a 29 vidas é estratégico para PMEs, mas uma menção breve a adaptações para autônomos ou famílias monoparentais poderia ampliar o apelo, considerando o crescimento do plano individual (que representa 40% do mercado, segundo relatórios da ANS).
No geral, a live da Alice Saúde é um ponto de referência para o setor: 48 minutos de conteúdo de alto valor, sem filler (enchimento), que prioriza o corretor como agente transformador. Em um ecossistema competitivo, onde lives de operadoras rivais muitas vezes se perdem em autopromoção, a Alice demonstra maturidade comercial e visão de longo prazo.
Para assistir a live da Alice, acesse aqui o canal.






