Burnout ético, você sabe o que é?

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Por Lygia Muriel | Executiva C-Level | Artigo

Em primeiro lugar é importante contextualizarmos o que é o burnout. Segundo especialistas da saúde, trata-se de um estado de esgotamento físico, emocional e mental causado por estresse prolongado e excessivo, especialmente, relacionado ao trabalho. Porém, existem muitos tipos de burnout e eles podem ocorrer por diferentes causas.

Muitas empresas levantam a bandeira de cuidar da saúde mental de seus times e líderes, mas nem sempre na prática isso acontece. Entre o discurso e a ação tem uma distância. Esta é uma pauta muito delicada, onde temos muitas barreiras a derrubar.

Com maior frequência tem sido comum ouvir no mundo corporativo que as pessoas estão usando algum tipo de medicação para conseguirem lidar com as atividades do dia-a-dia. Isso não é uma crítica, mas deveria ser para todos um grande alerta sobre como anda o ritmo, o clima e as relações no trabalho. Você já parou para pensar: porque funcionários e líderes estão precisando se medicar para poder executar suas funções e tentar fugir de depressão e burnout?

Voltamos para o cerne de muitos dos artigos que escrevo sobre liderança, cultura e valores. Não importa qual o tema, sempre estará diretamente relacionado a estes três pilares.

O “burnout ético” ocorre quando o esgotamento se dá não pelo excesso de trabalho, mas pela falta de coerência. Quando as empresas não têm coerência em suas estratégias e decisões, isso gera um sentimento de cansaço moral. Cria-se um distanciamento entre os valores pessoais e a cultura da empresa. Valores são princípios pessoais e nem sempre é fácil defendê-los dentro de uma organização. Sustentar o que você realmente acredita pode lhe adoecer se você não estiver em um ambiente propício.

Segundo a consultoria Deloitte, 44% das pessoas se afastam de suas funções por falta de bem-estar emocional, 38% por ausência de propósito e 35% por não ter boas relações com a liderança.

Por outro lado, de acordo com dados da Revista Forbes, colaboradores que têm seus valores alinhados com os da empresa têm 41% menos probabilidade de pedir demissão. Companhias com forte cultura de valores tem um turnover (taxa de rotatividade) de 14%, enquanto corporações que não focam nesses valores e cultura tem um turnover de 48%.

Trazendo essa análise para as áreas de gestão e a estratégia, o grande desafio aqui é criar espaço dentro das empresas para que profissionais éticos não se silenciem. Podendo assim ter um ambiente seguro para se posicionar sem que sejam julgados ou tenham este sentimento de exaustão por falta de coerência. É primordial entender que a comunicação faz parte dos negócios e devemos saber escutar diferentes pontos de vista, afinal, todos estão com o mesmo objetivo de crescimento.

Você já pensou quem são as pessoas que têm ou tiveram burnout na sua empresa? Como você olha para eles? Aqui quero trazer um ponto de reflexão.

Só tem burnout o profissional ou líder que se importa. O burnout é uma doença exclusiva de quem se dedica em entregar mais, em fazer mais, em querer mais e em ter coerência naquilo que está executando. Sendo assim, essas são as pessoas para quem devemos olhar e repensar o que nós como líderes podemos fazer para trazer o equilíbrio para estes profissionais.

E aí, você cuida de quem se importa com a sua empresa?

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