Nova empresa hospitalar surge da união entre Amil e Dasa

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Da Redação

A Amil e a Dasa finalmente confirmaram a criação de uma nova empresa hospitalar, agora posicionada como o segundo maior player independente do setor, atrás apenas da Rede D’Or.

A transação, que indica uma tendência do mercado, fortalece a proposta de valor dos planos da Amil, auxilia a Dasa, e cria um equilíbrio de forças em um mercado que, até então, estava concentrado em duas grandes empresas, SulAmérica e Rede D’Or.

Enquanto o mercado de planos de saúde não compreendia como o Junior sairia da “saia justa” em que se metera ao comprar a Amil e toda sua dívida, o astuto empresário estava com seu “chapéu pensador” idealizando uma saída digna de Jan Koum (co-fundador do WhatsApp, que em 2014 foi vendido para o Facebook por US$ 19 bilhões).

E a saída do Junior aconteceu com união de diferentes organizações para formar novos negócios de alto potencial e aumentar a competitividade dos adquirentes em seu segmento.

De acordo com o Brazil Journal, a nova empresa, fruto dessa engenhosa transação, será controlada igualmente pelos acionistas da Dasa e da Amil, com ambas exercendo co-controle e sem consolidar os resultados da joint venture em seus balanços. A companhia operará de forma independente, com planos de no futuro abrir seu capital de mercado para IPOs.

Lício Cintra, atual CEO da Dasa, será o CEO da nova empresa, enquanto Dulce Pugliesi, fundadora da Amil e atual controladora da Dasa, será a chair vitalícia. O conselho administrativo ficará assim distribuído: três da Amil, três da Dasa e três independentes.

Ainda segundo o jornal da Faria Lima, a Dasa está transferindo R$ 3,85 bilhões de sua dívida bruta de R$ 12 bilhões para a nova empresa, o que, juntamente com um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão pela família Bueno, reduz a alavancagem da Dasa para 3x EBITDA, comparado aos 4,2x do fechamento do primeiro trimestre.

Assim, a nova empresa contará com 25 hospitais, 4.400 leitos e gerou uma receita líquida proforma de R$ 9,9 bilhões no ano passado, sendo R$ 5,7 bilhões provenientes dos hospitais da Dasa e R$ 4,2 bilhões dos hospitais da Amil. O EBITDA combinado foi de R$ 777 milhões, com R$ 600 milhões da Dasa e R$ 177 milhões da Amil em 2023. A margem EBITDA de 7,8% é significativamente menor que a de players como Rede D’Or e Mater Dei, que operam em torno de 22%. No entanto, esse número reflete o estado do negócio antes da gestão de Júnior na Amil e a integração lenta das aquisições da Dasa.

Com a Amil representando apenas 20-25% do faturamento estimado, a nova empresa terá uma diversificação significativa de fontes pagadoras. Antes da fusão, a Dasa já era o segundo maior operador de hospitais do Brasil, mas a fusão com a Amil aumenta a distância do terceiro colocado e reduz a diferença em relação à Rede D’Or.

Para comparação, a Rede D’Or possui 70 hospitais, 11.700 leitos e gerou uma receita líquida de R$ 47 bilhões no ano passado, com um EBITDA de R$ 6,3 bilhões, incluindo a SulAmérica. O negócio hospitalar da Rede D’Or sozinho gerou R$ 20 bilhões em receita no ano passado.

Já a Amil, com três milhões de beneficiários, vinha registrando prejuízos há anos, levando a UnitedHealth Group a vender o negócio. Em 2023, a Amil teve um prejuízo líquido de R$ 4 bilhões. A Dasa também fechou o ano passado no vermelho, com um prejuízo de R$ 1,1 bilhão.

Por outro lado, os hospitais da Dasa incluídos na transação são: Hospital Nove de Julho (SP), Unidade Nove de Julho Alphaville (SP), Hospital Santa Paula (SP), Hospital Leforte Liberdade (SP), Hospital Leforte Morumbi (SP), Innova Hospital (SP), Hospital e Maternidade Christóvão da Gama – Santo André (SP), Hospital São Lucas Copacabana (RJ), Complexo Hospitalar Niterói (RJ), Hospital Nossa Senhora do Carmo (RJ), Maternidade Brasília (DF), Hospital Brasília Águas Claras (DF), Hospital Brasília (DF) e Hospital Paraná (PR).

Os hospitais da Amil incluídos são: Samaritano Higienópolis (SP), Samaritano Paulista (SP), Alvorada Moema (SP), Hospital e Maternidade Madre Theodora (SP), Hospital Pró-Cardíaco (RJ), Hospitais Samaritano Botafogo (RJ), Samaritano Barra (RJ), Hospital Vitória Barra (RJ), Hospital e Maternidade Santa Lúcia (RJ), Hospital Alvorada Brasília (DF) e Hospital Santa Joana Recife (PE).

A operadora de Junior deixou de fora apenas dois de seus hospitais: o Promater, em Natal (RN), e o Monte Klinikum, em Fortaleza (CE), onde possui uma grande carteira. A Dasa excluiu três: o São Domingos (MA), o Hospital da Bahia e a clínica AMO, também na Bahia, e planeja vender esses ativos para continuar sua desalavancagem.

Paralelamente, a família Bueno está em conversas com investidores estratégicos para um investimento minoritário no negócio de medicina diagnóstica da Dasa, o que ajudaria ainda mais na desalavancagem da companhia. A Dasa reagiu e fechou o pregão de ontem valendo R$ 3,5 bilhões.

A Amil é assessorada pelo Santander, BR Partners e Lefosse Advogados; BTG Pactual e Stocche Forbes assessoram a Dasa.

As informações são do Brazil Jounal.

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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