Por Blog do Corretor | Da Redação
No mercado de planos de saúde, setor em que o produto é essencial e a confiança é vital, é incompreensível assistir à manutenção de uma prática que pune justamente quem sustenta a engrenagem: o corretor de planos de saúde.
Temos consciência de que as empresas lutam contra as fraudes, a inflação médica e ainda enfrentam o mal uso do convênio médico por parte de seus associados.
Mas também sabemos que seus lucros são astronômicos, em que pese as astronômicas despesas.
A Bradesco Saúde, por exemplo, encerrou 2024 com um lucro líquido de R$ 1,5 bilhão.
Regozijamo-nos com tal feito.
Contudo, elas seguem aplicando uma política injusta e desequilibrada: o fantasma do estorno de comissões.
Sim, o corretor vende, explica, orienta e acompanha o cliente. Mas se este cancelar o plano — por qualquer razão: desemprego, falecimento, insatisfação ou dificuldade financeira — o profissional é penalizado meses depois, sendo obrigado a devolver parte ou toda a comissão já recebida.
Se esta prática protege as empresas de prejuízos, é necessário e urgente encontrar um mecanismo que proteja o corretor de pagar sozinho essa conta.
E não estamos falando de funcionários com salário fixo, benefícios ou estabilidade. Estamos falando de empreendedores individuais, que custeiam internet, deslocamento, marketing, capacitação e operam sob pressão constante, sem qualquer proteção contratual real.
Enquanto isso, as novas regras de estorno continuam penalizando os corretores; e o que já era ruim ficou pior.
Em um exemplo hipotético, apuramos que, se um cliente contratar um plano de saúde com mensalidade de R$ 3.000,00 e vier a cancelar no 3º mês, o corretor será penalizado com o estorno de três parcelas já recebidas. Ou seja: R$ 9.000,00 devolvidos, mesmo tendo atuado de forma impecável durante todo esse período.
Não há cláusula moral ou contratual que justifique responsabilizar o corretor por fatores completamente fora do seu controle.
O estorno, além de injusto, é economicamente perverso e juridicamente questionável. Ele inverte os papéis: protege as gigantes e sacrifica a base. E pior — desestimula quem deveria ser incentivado.
Porque um mercado que não respeita quem move a máquina está desafiando o status quo.
Operadoras que seguem sacrificando o corretor para agradar acionistas ignoram uma realidade incômoda: basta que a concorrência reconheça o valor desse profissional para que carteiras inteiras mudem de mãos.
Nenhuma gigante é grande o suficiente para resistir ao abandono silencioso de quem faz o cliente chegar e permanecer.
12 comentários em “O fantasma do estorno volta a assombrar”
Concordo plenamente ,
Ótima matéria
Prezados Emmanuel, além dos hipotéticos R$9.000,00 bem exemplificado, soma-se a isso o fato de que a maioria da “base” é composta por Corretoras PMEs que tem a sua tributação no Super Simples, ou seja, no Faturamento e não no Lucro Real.
Sobre esse R$9.000,00 recebidos e estornados a Corretora pagou mensagem o Imposto que pode chegar 16,00%.
São mais R$1.400,00 de prejuízo!
Concordo também. Com tudo. Nós estamos vendo fiadores do cliente neste estornos. E niguem reclama com isso , e se reclamamos, somos punidos. Porque não temos voz ativa. Estou a Mais de 28 anos nesta profissão. E a corda sempre quebra para os corretores. Mais precisamos dos nossos códigos para trabalha.
A sulamerica estorna até 13 meses, e se o cliente não paga até a 8 parcela o estorno é integral, ou seja, além do corretor ter que devolver toda a comissão, fica o prejuízo das notas fiscais, que dependendo da tributação, tem corretor que paga mais de 30% do valor total da comissão só de impostos para receber. Não vejo isso ocorrer em nenhum outro tipo de serviço, voce ser obrigado a devolver toda sua remuneração se algo no contrato der errado meses ou até um ano depois! Foi seu trabalho ali, não vejo nenhuma empresa pegar de volta o salário dos funcionários quando um cliente encerra o contrato! Isso é absurdo e um abuso por parte das seguradoras e operadoras, se for pra ter estorno que seja pelo menos uma porcentagem justa, não esse massacre financeiro que eles fazem com os corretores! O governo não devolve o valor dos impostos pagos, e aí, é justo ficarmos no prejuízo, mesmo tendo feito o trabalho corretamente?
Muito bem colocado!
Boa tarde,
Concordo plenamente, precisamos de apoio e uma regra mais justa e que seja coerente com nós corretores, hoje somos obrigados a aceitar o sistema deles e pronto, mas é injusto e pode ficar pior se fomos através se meios jurídicos buscar nossos direitos, passivos de não poder mais Comercializar o produto, boicote por parte da Operadora e Plataformas
Tem uma grande operadora que já coloca essa inadimplência em sua margem, ou seja, alguém já pagou essa conta.
Mas algum outro executivo refrigerado por seu ar condicionado resolveu ganhar duplamente com a questão e esfolar o coitado do servente.
Sim, ela também estorna kkkk.
Soube que um grande sindicato, que de fato representa a classe, tem conseguido várias vitórias em ações individuais, após parceria com escritorio advocatício competente.
Mas este serviço parece reservado aos grandes players do setor
Quem tem voz, tem vez..
O artigo não é somente um alerta, mostra a necessidade do segmento profissional dos corretores de planos de saúde se organizarem
criando uma entidsde que os representem de forma justa.
Chegou a hora.
Finalmente alguém levanta essa nossa bandeira. Somos roubados e injustiçados por situações inerentes a nossa vontade. Precisamos de ajuda! Além do atendimento ao cliente, hoje fazemos todo o trabalho de digitação, o que trouxe ainda mais lucro para as operadoras.
Gratidão por essa iniciativa
A nova política de estornos proposta por algumas seguradoras beira o imoral. Em linhas sutis, esconde um risco direto e grave: a subtração da renda de corretores, que, mesmo tendo prestado o serviço, veem-se lesados com o não pagamento de suas comissões. Trata-se de um ataque direto à dignidade do profissional e à sobrevivência de sua empresa, família e dependentes.
NÃO SOMOS FIADORES DOS CLIENTES
O risco do contrato deve ser sempre entre contratante e contratado. A inadimplência é responsabilidade exclusiva da seguradora, jamais do corretor. Transferir esse risco para o vendedor não é apenas injusto — pode configurar crime de apropriação indébita, já que envolve a devolução forçada de valores que pertencem ao profissional.
É como se um corretor de imóveis vendesse uma casa, o cliente em algum momento deixasse de pagar, o banco retomasse o imóvel, aplicasse sanções jurídicas, multas … e, ainda assim, retirasse a comissão do vendedor. Um absurdo sem precedentes.
Enquanto discursam sobre um mercado “respeitoso”, essas seguradoras impõem condições abusivas, ampliando o risco trabalhista e operando com a lógica de trabalho não remunerado. E trabalho não remunerado é sinônimo de escravidão moderna.
A política de estornos redesenhada por algumas seguradoras, oprime e enfraquece os profissionais que sustentam o mercado, ignorando custos de estrutura, equipes comerciais, aquisição de clientes, publicidade e pós-venda. Como desenhar um modelo seguro, se quem fornece o produto escolhe, de forma unilateral, pagar ou não pelos serviços prestados?
Chegamos a um ponto lamentável: a decadência de nossa profissão, sufocada pela hipocrisia de empresas como a SulAmérica e Porto Seguro, que cobram moralidade, mas praticam condutas jurídicas, éticas e morais vergonhosas.
E é aqui que está o limite do aceitável. O corretor de seguros não pode mais ser tratado como peça descartável.
Se não reagirmos agora, amanhã não haverá profissão, não haverá renda, não haverá dignidade.
Ou brigamos juntos, com todos envolvidos, corretores autônomos, corretoras pequenas e grandes, plataformas e assessorias ou seremos apagados em silêncio.
Se estão estornando, devemos gastar o mesmo valor JUDICIALIZANDO contra práticas de trabalho ilegais, ou trabalharemos de graça.
Se gastarmos metade deste valor de estorno judicializando contra a tal prática ABSURDA, com total certeza provamos os danos morais causados pelas seguradoras a nossa vida financeira. É como trabalha de graça em 2025.
Por exemplo: Porto Seguro gasta 10 milhões em uma campanha na globo, você acha que se o cliente cancelar ou não comprar eles vão ter o dinheiro de volta ou o serviço foi prestado?
Ahhhhhh! É INACRETÁVEL tamanha inescrupulosidade destas seguradoras, e nos eventos o povo ao invés de discutir isso, muitos são tão alienados que batem palma.
Se gastarmos metade deste valor de estorno judicializando contra a tal prática ABSURDA, com total certeza provamos os danos morais causados pelas seguradoras a nossa vida financeira. É como trabalha de graça em 2025.
Por exemplo: Porto Seguro gasta 10 milhões em uma campanha na globo, você acha que se o cliente cancelar ou não comprar eles vão ter o dinheiro de volta ou o serviço foi prestado?
Ahhhhhh! É INACRETÁVEL tamanha inescrupulosidade destas seguradoras, e nos eventos o povo ao invés de discutir isso, muitos são tão alienados que batem palmas.