Por Blog do Corretor | Direto da Redação
SÃO PAULO – Não é qualquer empresa que celebra mais de um século de atividades, especialmente em um mercado tão desafiador como o de seguros e planos de saúde. Trata-se de um setor promissor, mas que, no Brasil, ainda enfrenta incongruências que poderiam estar superadas, não fosse pela combinação de fatores como burocracia, excesso de regulação e a falta de boa vontade entre alguns agentes do mercado.
A SulAmérica, no entanto, é uma das poucas companhias que superaram a barreira do tempo, chegando aos seus 130 anos em plena atividade. Sólida e reconhecida, a seguradora precisou, e ainda precisa, enfrentar desafios recorrentes para preservar sua sustentabilidade e a qualidade em seus serviços. Um desses desafios, especialmente no mercado de planos de saúde, é o combate às fraudes, questão que afeta desde a operadora financeira até os beneficiários legítimos, que acabam carregando parte do impacto financeiro.
De acordo com informações obtidas pelo Blog, a SulAmérica teria percebido, ao longo de um monitoramento de comportamentos atípicos de clientes, supostas irregularidades envolvendo fraudes em contratos de planos de saúde. Segundo uma fonte ligada ao canal de vendas, o esquema visava explorar brechas nas regras de elegibilidade, prejudicando diretamente o equilíbrio da carteira. Como diria o poeta Cazuza, um “museu de grandes novidades”.
Ainda segundo essa fonte, os métodos utilizados pelos fraudadores não são exatamente novos, embora mostrem um grau de criatividade para driblar o sistema. Entre as práticas identificadas, destacam-se:
Declaração de Saúde (DS): Beneficiários portadores de obesidade teriam declarado pesos fictícios para serem aceitos nos contratos;
Pequenas e Médias Empresas (PMEs): Contratos com um ou dois titulares iniciais eram, em poucos meses, inundados com dezenas de novas inclusões;
CNPJs criados artificialmente: Muitos deles, com endereços fantasmas, teriam sido montados exclusivamente para possibilitar a implantação de contratos PME.
Deslocamento suspeito entre estados: Um caso em particular chamou atenção de gestores, ao identificar elevado número de atendimentos de pacientes de Minas Gerais em hospitais de São Paulo. Ainda segundo a fonte, corretores teriam orientado clientes a abrirem CNPJs em Minas Gerais – onde os custos seriam 30% a 40% inferiores aos praticados em São Paulo, apenas para burlar a tabela de preços.
Remédio amargo
Diante das evidências, a seguradora teria organizado uma força-tarefa para lidar com a situação. Entre as medidas adotadas, notificações foram enviadas a mais de 60 corretoras, cujos códigos de vendas foram suspensos. Há relatos, ainda, de comissionamentos e premiações retidos, além de denúncias encaminhadas ao Ministério Público. Em alguns casos, as corretoras notificadas teriam sido convidadas a assinar um Termo de Conduta que, segundo informado, as tornaria corresponsáveis pela sinistralidade de contratos fraudulentos. Fato este que deixou as corretoras indignadas.
Sócios no prejuízo
Além do impacto financeiro, a repercussão das denúncias causou desconforto entre os chamados ‘barões do mercado’. A inclusão do Ministério Público no caso foi particularmente criticada por corretoras de grande porte. “Depois que o caso chega ao MP, não tem volta. Estão nos tratando como o quê?”, teria questionado uma ‘baronesa’.
As principais plataformas, aquelas que mais produzem, teriam sido as mais afetadas. São mais de R$ 9 milhões retidos. Sem falar na sinistralidade.
Segundo consta, essas corretoras resistem à punição e lamentam a forma como Celso Rocha teria sido desligado da companhia. “Fizeram-no de garoto de recado. Um executivo com mais de 30 anos na empresa. Antes de ser demitido, teve de sair comunicando a punição às corretoras. A última foi a Plataforma Vida. Estavam só esperando o Claudinei retornar de viagem. E ele – o Claudinei – só não está denunciado no MP porque já teria perdido o código. O que a SulAmérica propõe é que sejamos sócios dela no prejuízo”, teria afirmado um ‘barão’ do mercado. Outro manifestou revolta ao declarar: “Estão nos obrigando a pagar a sinistralidade do cliente. Onde já se viu isso?”.
De forma geral, há um sentimento de inconformismo por parte das corretoras envolvidas, especialmente pela severidade das medidas aplicadas pela SulAmérica. Contudo, especialistas no setor avaliam que o aumento das fraudes representa uma preocupação legítima para as operadoras que, sem uma atuação enérgica, podem comprometer a sustentabilidade de sua carteira e repassar esses custos a todos os clientes.
O OUTRO LADO:
Procurada pelo Blog do Corretor, a SulAmérica respondeu:
SulAmérica reafirma parceria histórica com corretores e reforça medidas no combate a fraudes
A SulAmérica está, há 130 anos, ao lado dos corretores em uma relação construída com base em confiança, continuidade e profundo respeito. Os corretores são parceiros estratégicos e verdadeiras molas propulsoras do mercado de saúde suplementar, atuando de forma ética e responsável.
No que se refere ao combate a fraudes, a companhia reforça que adota políticas rigorosas de prevenção e detecção, tratando com absoluta seriedade qualquer indício de irregularidade. Atuamos de forma proativa e permanente para coibir práticas que coloquem em risco a integridade do sistema, que prejudiquem os beneficiários e também os próprios corretores que trabalham de forma correta.
Todos os esforços da SulAmérica têm como prioridade a preservação da saúde e do bem-estar dos beneficiários, ao mesmo tempo em que garantem a sustentabilidade do setor e o fortalecimento da relação com os corretores.
1 comentário em “SulAmérica cria sua força-tarefa para enfrentar as fraudes no canal de vendas e atinge o coração das grandes plataformas”
A seguradora pela ANS tem 10 dias para analisar uma proposta e aceitar ou declinar, ela recebendo o prêmio deve aceitar o risco, pois recebem 20 parcelas e na hora do prejuízo cancelam. Sempre assim a seguradora quer produção e deixa entrar tudo, quando tem sinistro saem cancelado plano de saúde de todos, invertendo até mesmo o ônus da prova de fraude, o cliente acaba tendo que provar que não fraudou… a Lei nº 9.656/1998 (Lei dos Planos de Saúde), em seu art. 12, também dá suporte a essa obrigatoriedade, reforçando que, uma vez aceito o contrato, a responsabilidade é da operadora. Só em 2024 a ANS recebeu mais de 5000 denúncias de seguradoras cancelando planos de saúde unilateralmente principalmente de altistas e idosos… o entendimento do DIFIS 04/2016 diz q cabe somente a seguradora verificar e analisar as propostas. Se na regra dela aceita endereço fiscal em outro estado e diz ainda que dá atendimento nacional … o cliente obviamente descobre isso até por intermédio de um fala pro outro mesmo caso que aconteceu com Bradesco a 4 anos atrás, porém a Bradesco assumiu sua falha e não tentou destruir os parceiros que deram a vida pela Sul América . Péssima atitude da Sul América… agora quem paga o pato são os donos de corretoras . Pois os vendedores sempre foram da Sul América através de seus logins e senhas …