A batalha só começou, diz dona da Amarq

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SÃO PAULO – Tão logo veio a público a informação de que a Amarq Consultoria em Benefícios entrou na Justiça contra a americana Aon, o Blog do Corretor, na condição de veículo especializado em notícias relacionadas ao setor, ouviu a autora da ação, Mariana Marques, que reafirmou as acusações feitas ao jornal O Estado de São Paulo, publicadas no último dia 08.

Acompanhada de seu assessor de imprensa, a fundadora da Amarq, dona de uma carteira com mais de 150 clientes e que tem sob gestão 45 mil vidas, não pareceu, em nenhum momento, assustada com o tamanho daquela com quem trava uma hercúlea batalha judicial, “Posso ser pequena perante uma multinacional, mas sou grande se comparada a muitas concorrentes”, pondera.

Na Admix, Mariana Marques foi superintendente comercial onde acumulou sua experiência no mercado de seguros e conheceu de perto o projeto Canal Corretor Parceiro, à época dirigido por Enio Silva, mas o seu sonho mesmo sempre foi o de empreender. “Eu tinha orgulho de ser uma corretora da Admix. O que mais me chamava atenção no momento da relação Corretor Parceiro era que se preservava a relação do corretor. Hoje as operadoras não têm mais equipe de venda própria porque elas entendem que o cliente pertence ao corretor. Então, a Admix tinha muito na raiz que o cliente pertence ao corretor. Porque não faria sentido ter uma relação de concorrência para concorrência. Dar o seu cliente para o seu concorrente?”, indaga.

Criador e Criatura

Enquanto a Admix crescia (em 2017 foi comprada pela Aon por R$ 1,2 bilhão), cresciam também a experiência e o sonho de Mariana Marques. Em 2014, a executiva da Admix fundou a sua própria corretora. Mas, segundo ela, quando a Aon assumiu foi aí que começaram os problemas. “Meu sonho de ser empreendedora, de cuidar do meu negócio, de vender, de receber, estava indo de vento em popa. Mas quando a Admix foi vendida para a Aon, começam a ocorrer falhas sérias. E a primeira foi no recebimento. Eu não recebo comissão"(!), exclama.

De acordo com Mariana Marques, “foi em função dos atrasos que começou o desgaste”. Questionada, já que se trata de uma empresa que não tem problemas financeiros, a fundadora da Amarq não soube explicar. “Fizemos várias reuniões para tentar resolver os problemas, mas de nada adiantou”, garantiu.

Mas, ainda segundo Mariana, os problemas não paravam por aí, “Os clientes também sentiram a troca de gestão e estavam reclamando muito do atendimento e dos problemas operacionais”, completa. Então, na iminência de ver a sua carteira escapulir por entre os dedos, Mariana Marques diz que pediu aos clientes para a Amarq assumir a administração. “Se eu não fizer um bom trabalho num período de três meses, eu mesma assino o ‘de acordo’ para você e para o concorrente”, prometeu.

A Aon, como era de se esperar, não teria gostado que os clientes optassem pela gestão direta da Amarq e teria começado a ligar para eles oferecendo um tentador desconto, além do Gympass sem custo.  “Porém a experiência deu certo, somente perdi dois clientes para a Aon, após ela descumprir o contrato”, garante.

Guerra de Liminares

A batalha Aon x Amarq, contudo, não se limita agora a uma disputa pela carteira de clientes que a Amarq garante lhe pertencer, ao entrar com uma liminar no início de junho para impedir que o grupo mantivesse contato com seus clientes.

A Aon derrubou essa liminar (que já foi derrubada pela Amarq) e ainda entrou com um pedido para que o processo corresse em segredo de Justiça, mas não foi atendida.

Há, por parte de alguns atores do mercado, a suspeita de que esta disputa entre Aon e Amarq seria também uma forma enviesada de trazer a público o processo que trata da venda da Admix e que, este sim, ainda corre em segredo de Justiça.

O outro lado

O Blog do Corretor, que mantém um excelente relacionamento com a Aon, procurou a administradora para esclarecimentos. Por telefone, em nosso primeiro contato, nossa fonte mostrou-se perplexa com a atitude de Mariana Marques. “Eu não entendo como a Mariana está falando sobre esse assunto em público, uma vez que o processo corre em segredo de Justiça. Quando o resultado sair, será uma surpresa e você será o primeiro a saber”, garantiu o(a) nosso(o) interlocutor(a), que perguntou se não seria melhor enviar “umas aspas”.

No início da noite chegaram as aspas:

“A Aon é comprometida com a transparência e ética em seus relacionamentos com parceiros e clientes. A Aon não comenta assuntos envolvendo parceiros ou clientes.”.

Não fizemos contato com os advogados das empresas, por entender que nada seria acrescentado, além do que já apuramos.

Pouco antes de esta matéria ser publicada na manhã desta segunda-feira (19), novamente, em contato com o Blog, a Amarq lembrou que a Aon teria movido uma nova ação contra a corretora. “A companhia norte-americana quis censurar a imprensa brasileira, ao pedir o sigilo sobre esta matéria no Blog e criticou a reportagem do jornal O Estado de São Paulo”, afirmou Mariana. “Felizmente a Justiça brasileira indeferiu o pedido e manteve a liberdade de imprensa, tão cara para os norte-americanos. Foi um tiro no pé. A batalha só começou”, concluiu.

Quem vai ganhar essa batalha?

Façam suas apostas.

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JORNALISTA

Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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