De olho na Dasa

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A operadora americana de planos de saúde UnitedHealth, que comprou a Amil por quase R$ 10 bilhões em 2012, conforme apuramos, tem interesse em adquirir 50% da Dasa. O controle da maior empresa de medicina diagnóstica, dona de laboratórios como Delboni Auriemo, foi adquirido em março pelo empresário Edson Bueno que também é o fundador da Amil.

Ainda de acordo com fontes do setor, já houve conversas entre Bueno e a UnitedHealth, mas ainda não há uma data definida para a transação. A ideia é que Bueno primeiro consolide a Dasa e depois negocie com a UnitedHealth. O empresário e sua ex-esposa Dulce Pugliese detém 72% da empresa de medicina diagnóstica. Há dois anos, a Dasa iniciou uma forte reestruturação que fez as margens despencaram e somente no fim do ano passado começou a recuperar a rentabilidade. Foi exatamente nesse momento que Bueno fez uma oferta de aquisição de controle da Dasa.

O assunto vem sendo tratado com muita reserva, uma vez que a aquisição efetiva do controle da Dasa por Bueno ainda depende de alguns trâmites burocráticos e neste começo de ano provocou críticas acaloradas de minoritários da rede de laboratórios, como os fundos Tarpon, Petros e Oppenheimer, que juntos detinham 27% do capital da Dasa. A Petros e o Oppenheimer, que têm cerca de 20%, não venderam seus papéis.

Além disso, há um embate entre Bueno e o conselho da Dasa que defende a realização de uma segunda oferta de ações, no âmbito estatutário. Diante do impasse, a discussão foi remetida à Câmara de Arbitragem da Bovespa, que ainda estuda o caso. Paralelamente, a operação também está sendo analisada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Bueno desembolsou R$ 2,3 bilhões para adquirir o controle da Dasa, pagando R$ 15 pelo papel, o que representa um prêmio de 12,4% em relação à cotação do dia 20 de dezembro do ano passado, último pregão antes da oferta. Ontem (19), a ação da companhia fechou a R$ 14,13.

Bueno ainda detém uma participação de cerca de 10% na Amil, além de ser o maio acionista individual da operadora americana, onde também ocupa uma cadeira no conselho.

Nos Estados Unidos, a UnitedHealth tem desde 2007 uma parceria com a Laboratory Corporation of America (LabCorp), uma das gigantes do setor. Antes, a UnitedHealth tinha um contrato de exclusividade com a Quest, outro grande laboratório. No ano passado, o Fleury bateu na porta desses dois laboratórios americanos a fim de vender sua fatia de 41,2% que pertence ao grupo de médicos fundadores. Porém, ambos rejeitaram a oferta, segundo fontes do setor.

Procurados pela reportagem, Bueno e UnitedHealth informaram que não comentam rumores de mercado.

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Por Beth Koike

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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