A United Health – uma das maiores operadoras de planos de saúde do mundo, com receita anual em torno de US$ 100 bilhões – negocia a compra da Amil.
O adviser da operação é o Credit Suisse.
O grupo norte-americano já teria apresentado uma oferta pela participação de 63% do empresário Edson de Godoy Bueno no capital da Amil Participações.
A proposta envolve a aquisição integral da carteira de planos de saúde e de uma participação minoritária nos hospitais próprios da Amil. Neste caso, haverá um spin off, e Bueno permanecerá como o acionista principal.
Trata-se de uma forma de cumprir a legislação, que proíbe a presença de investidores estrangeiros no controle de redes hospitalares.
A Diagnósticos da América (Dasa), que não está pendurada na Amil Participações, ficará de fora do negócio e seguirá sob o guarda- chuva de Bueno.
Segundo uma fonte ligada à Amil, a United Health iniciou o processo de due diligence* da empresa na semana passada.
A aproximação entre o grupo norte-americano e Edson Bueno teria sido costurada pela gestora de recursos BlackRock, sócia do empresário no Dasa.
Procurada, a Amil não retornou até o fechamento desta edição.
A United Health entrará no mercado brasileiro de planos de saúde pela porta da frente.
Com a compra da Amil, maior empresa de medicina de grupo do país, herdará uma carteira com quase seis milhões de clientes em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.
Os norte-americanos terão também a mais extensa rede de credenciados do setor, com aproximadamente 3,3 mil hospitais, 55 mil consultórios e clínicas médicas e mais de 11 mil laboratórios e centros de diagnóstico por imagens.
Relatório Reservado
* Significado de due diligence:
Trata-se de um procedimento de análise sistemática de documentos e informações de uma empresa, com o objetivo de mensurar riscos efetivos e potenciais.
A due diligence pode abranger diversos itens, tais como tributos, contratos, atos societários, questões ambientais, trabalhistas, previdenciárias e outras, conforme o ramo de negócios em que atua a empresa. Ao longo do tempo, a experiência nos mostra que uma parte significativa do empresariado brasileiro não tem dado a devida importância à due diligence, principalmente quando se está no pólo vendedor.