Por, Camila Mattoso e Marcel Rizzo
Não foi só a P&G, dona da marca Gillette, que deixou de patrocinar a CBF em 2015.
A Confederação Brasileira de Futebol e a Unimed Seguros romperam o contrato em julho deste ano, segundo a empresa, por decisão unilateral da CBF. A quebra do acordo está na Justiça, em ação feita pela Unimed, que pede indenização.
O acordo havia sido assinado em junho de 2013, um ano antes de a seleção brasileira disputar a Copa do Mundo, e valeria até 2019 – os valores nunca foram divulgados.
No caso da rescisão da P&G, o contrato foi rompido após a eclosão do escândalo de corrupção no futebol, que levou à prisão o ex-presidente da CBF José Maria Marin, acusado de receber propina para fechar acordos comerciais da entidade.
Na saída da Unimed, houve desavenças contratuais. O contrato previa a remuneração própria do patrocínio e a prestação de serviços na área médica. Em agosto de 2014, a CBF realizou um evento em sua sede, no Rio, em que anunciou que daria a todos os jogadores que foram campeões do mundo pela seleção planos de saúde da patrocinadora.
Estiveram presentes 30 jogadores campões do mundo, entre eles Pepe (título em 1958), Paulo Cezar Caju (1970) e Dunga (1994), já de volta como treinador da seleção. Os planos de saúde foram cancelados pela Unimed em 31 de agosto deste ano, segundo a empresa, um mês após a rescisão.
Segundo a CBF, a confederação fechou com a SulAmérica Seguros, que agora mantém os planos de saúde dos jogadores.
A ação da Unimed na Justiça pede que a empresa seja ressarcida em R$ 935,3 mil pelo período em que prestou o serviço dos planos de saúde a funcionários e beneficiários da CBF em agosto de 2015, quando o contrato já havia sido encerrado.
Em nota, a CBF informou que “em termos fáticos, a entidade esclarece que sua relação com a Unimed era fundamentada em duas bases: a remuneração própria do patrocínio e a prestação de serviços na área médica. Quanto ao primeiro aspecto, a Unimed manifestou no início do ano sua impossibilidade em cumprimento às suas obrigações. Em seguida, revelou-se a deficiência em relação à contrapartida da prestação de serviços, conforme fora noticiado com relevância no jornal Folha de São Paulo. Desta forma, a parceria mostrou-se inviável, e o assunto foi endereçado ao Departamento Jurídico da CBF.
O patrocínio com a CBF não foi o primeiro da Uimed com o futebol. Por 15 anos, de 1999 a 2014, a empresa patrocinou o Fluminense, em acordo em que não só pagava pela exposição na camisa, mas também participava da contratação e pagamento de salário de grandes jogadores, como o argentino Conca e o atacante Fred. A empresa passa por dificuldades financeiras.