A notícia correu rapidamente pelos bastidores do mercado, no final da tarde de ontem, e o telefone vermelho da nossa redação não parou de tocar, enquanto tentávamos checar as informações que davam conta de uma verdadeira hecatombe.
Não é de hoje que a suspeita de fraude nos trâmites que envolvem o processo de adesão ao PME da Bradesco Saúde é objeto de denúncias.
Nada, porém, havia sido feito para inibir as falcatruas.
Hoje, sabe-se por quê:
Segundo consta, o esquema de corrupção, que começaria na ponta, com a indispensável colaboração do corretor, teria contaminado figuras do Comercial e até do Administrativo. Um verdadeiro trem da alegria, comum entre os políticos brasileiros, que são, indubitavelmente, o reflexo de seus eleitores.
“O bicho pegou lá”, confessou-nos uma fonte, que garante a suposta tranquilidade dos demitidos que de lá teriam saído ricos, pois tratar-se-ia de um esquema, cujo(a) chefe estava na casa havia décadas.
O esquema fraudulento envolveria desde a montagem de apólices de empresas fantasmas, adulteração do endereço do CNPJ da capital para o interior, passando pela adulteração da idade do segurado, cujo plano deveria custar no mínimo R$ 1.300 reais, mas, na verdade, pagavam – dentro do esquema – um pouco mais de R$ 300 reais.
Hoje, quarta-feira (27), um dia após a bomba ter explodido no colo dos gestores envolvidos e até de superintendentes, um comunicado, em vermelho, coloriu as caixas de correios eletrônicos das Corretoras.
Nele, a Bradesco Seguros, mais uma vez, informa a alteração no critério para determinação da região de cotação de preço:
Comunicamos que, a partir de 01/08/2016, quando forem realizados os estudos no Sistema Emissão Expressa SPG, deverá ser considerado, obrigatoriamente, o endereço do CNPJ constante do contrato social da empresa proponente para a escolha da região de contratação e determinação do preço do seguro, independente da quantidade de vidas do grupo segurado na região.
As propostas comerciais emitidas até 31/07/2016 permanecerão com as características previamente negociadas, sendo implantadas, normalmente, desde que estejam dentro do prazo de validade.
Ainda segundo as nossas fontes, a assepsia não teria sido completa. Focos de corrupção ainda estariam sobrevivendo ao escândalo.
Provavelmente, muitos dos envolvidos no “esquema” devem ter comparecido à Paulista durante as passeatas patrocinadas pelo pato da Fiesp em que pediam o fim da corrupção.
Dos outros.