Por Bruno Dutra
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Diante da possibilidade de a Unimed-RIO, que enfrenta graves problemas financeiros, ser absorvida pelo sistema nacional da operadora ou por outros planos de saúde, por sugestão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os clientes da cooperativa de saúde precisam ficar atentos. Segundo especialistas, os consumidores deverão dar atenção especial aos contratos de prestação de serviços, que terão que ser respeitados, caso alguma empresa assuma sozinha os cerca de 800 mil clientes da Unimed-Rio.
— Caso a Unimed-Rio seja totalmente incorporada por um único plano de saúde, vale destacar que todos os serviços prestados pela antiga cooperativa deverão ser respeitados, tais como a rede de cobertura, os preços e as carências — explicou Rodrigo Araújo, advogado especialista em Direito da Saúde.
Conforme publicou “O Globo", ontem, a ANS já trabalha com a possibilidade de o Sistema Unimed assumir os mais de 800 mil beneficiários da cooperativa carioca. A agência reguladora, segundo a reportagem, confirmou que recomendou a venda da carteira da Unimed-Rio dentro de 30 dias, caso a empresa não apresente um plano de recuperação de suas contas.
Araújo destaca, porém, que nenhuma operadora de planos de saúde do país teria condições financeiras de incorporar esta quantidade de clientes, o que praticamente obrigaria a ANS a fatiar a carteira de beneficiários entre diversas empresas, numa espécie de leilão, ou determinar a portabilidade extraordinária, pela qual os próprios clientes escolheriam uma nova operadora.
— É bastante provável, como aconteceu com a Unimed-Paulistana, que a ANS determine a portabilidade. Entretanto, caso isso aconteça, o consumidor terá que arcar com um novo plano. Tudo será diferente. A nova empresa somente deverá respeitar a carência — disse Araújo.