O desmembramento da carteira como plano para salvar a Unimed-RIO

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ANS pede para Unimed-Rio vender ativos


Por Beth Koike
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A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) quer que a Unimed-Rio venda metade de seus ativos até 31 de dezembro, segundo o Valor apurou. Atualmente, os principais ativos da cooperativa são o hospital e a sede, ambos localizados na Barra da Tijuca.
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Essa é uma das propostas do termo de ajustamento de conduta (TAC), que deve ter cerca de oito itens e está sendo elaborado pela ANS e Ministério Público. O sistema Unimed pode fazer ajustes.
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Ainda, segundo fontes, a agência reguladora deve exigir um aporte de R$ 120 milhões dos médicos cooperados da Unimed-Rio para pagamento da dívida com prestadores de serviços, o que permitirá normalizar o atendimento. No mês passado, os cooperados se negaram a fazer uma capitalização de R$ 500 milhões.
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Outra proposta determina que os clientes da Unimed-Rio que residem em outros Estados sejam transferidos às cooperativas médicas das respectivas praças. Hoje, há 110 mil usuários da Unimed-Rio que moram fora do Rio de Janeiro. Exemplos: 28 mil clientes da cooperativa carioca moram em São Paulo e 26 mil, em Minas Gerais. Já a carteira de usuários que moram na cidade do Rio de Janeiro, de cerca de 720 mil, continuaria sob gestão da cooperativa carioca, com apoio do sistema Unimed.
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Em relação à venda do hospital e sede da Unimed-Rio, a proposta das cooperativas médicas é criar um fundo imobiliário com esses ativos. Os cotistas seriam as próprias Unimeds. Há cerca de 300 cooperativas médicas no país com gestão independente. O objetivo é que as cooperativas médicas usem até 20% de suas reservas (Peona-provisão para eventos ocorridos e não avisados) para comprar as cotas desse fundo imobiliário.
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A legislação permite que uma parcela da Peona das operadoras e seguradoras de plano de saúde seja composta de ativos imobiliários. Os cotistas desse fundo seriam donos de um percentual do hospital e a rentabilidade viria da locação dos imóveis. Com isso, a Unimed-Rio teria que pagar o aluguel do prédio onde está sua sede e do hospital.
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O caso do hospital é complexo, uma vez que a Unimed-Rio sacou R$ 350 milhões da Peona e colocou o hospital como garantia dessa transação. O hospital é avaliado em cerca de R$ 600 milhões pelo mercado e R$ 750 milhões pela Unimed-Rio. Em caso de venda do hospital, os R$ 350 milhões precisariam voltar para essa reserva.
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Há dois cenários: um deles é a ANS abrir mão dessa reserva e permitir que o fundo imobiliário comercialize cotas de 100% do hospital. A outra é a Unimed-Rio colocar no fundo somente a parcela do hospital que não foi dada como garantia. Em ambos os casos, a Unimed-Rio teria que pagar o aluguel do hospital, seja de 100% ou de uma parcela do ativo, para o fundo imobiliário.

Procurada pela reportagem, a ANS informou que não pode comentar as informações porque as negociações do teor do TAC estão em andamento.

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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