Nas últimas semanas testemunhamos um mercado tenso, incerto, confuso. Como se não bastassem os números da nossa economia descendo ladeira abaixo, misturados ao que restou de hombridade na maioria desses que hoje trafegam no Palácio da Alvorada, o projeto Vendas On-line, proposto pelas Operadoras, foi aprovado pela ANS.
A ausência da figura do corretor nas peças apresentadas, irritou os corretores, confundiu o mercado e deixou as Corretoras num estado de alerta que lembrou a figura do suricato sentinela. Aquele simpatico animal que, a uma certa distância de sua toca, transforma as orelhas em “antenas parabólicas” à espreita do som que indique perigo.
Afinal, o que estaria por traz desse projeto inovador? Seria uma grande oportunidade? Seria um plano das Operadoras para cravar um punhal nas costas das antigas parceiras? Uma incógnita pairava no ar.
A falta de diálogo entre importantes players do mercado, somada à conhecida falta de união desse segmento, podem ser as responsáveis pelo estresse causado ao mercado. A desunião é muito mais danosa do que mesmo a forma como o cliente será atendido no futuro próximo.
Um sinal desse estresse ficou claro, durante a reunião das 10 equipes Ouro da Amil, ocorrida na última semana de outubro. A ausência de duas Corretoras Ouro (eram 12) indicaria uma tendência de a Amil fechar apenas com essas 10, provavelmente, porque aquelas duas caíram para a condição de Prata, ou Bronze. Assim, a Amil estaria estreitando a participação de novas Corretoras e direcionando toda produção para aquelas que serão uma espécie de "subsidiária";
Mas, o clima esquentou mesmo, quando os donos de Corretora ficaram sabendo que, para receber a premiação da campanha em curso, a equipe teria de ter 20% de sua produção, oriundas de vendas on-line.
Foi um Deus nos acuda!
Na verdade, a partir da implantação do Certificado Digital, já é possível realizar vendas on-line. A Bradesco e a SulAmérica já operam dessa forma há algum tempo. Faltava somente a ANS oficializar o segmento que está sob o seu auspício. Se não o fez antes, não se sabe o(s) motivo(s).
Fato é que hoje as Operadoras ainda precisam da figura do corretor e da operação das Corretoras, porque, nesse emaranhado de pessoas envolvidas no processo, a Receita Federal não sabe quem é quem. Afinal, a categoria de vendedor de plano de saúde ainda funciona de forma meio marginalizada.
O projeto Vendas On-line está vindo para transformar o mercado:
Haverá uma terceirização do setor.
Grandes Operadoras direcionarão seu Call Center para as maiores Corretoras, com as quais vão trabalhar;
Os corretores estarão habilitados e devidamente regulamentados;
As vendas serão on-line, mas com a presença do corretor;
Os maus profissionais encontrarão o caminho da roça;
FIAT FÉLIX LUX
Mas há um paradoxo, nesse contexto: As Corretoras, que hoje apoiam esse importante e necessário processo, nem se deram conta de que estão contribuindo com a sua própria extinção.
Só não vale culpar o Félix!
Considerado um dos mais importantes e competentes Diretores Comerciais do mercado de plano de saúde, Fernande Félix não tem força suficiente para impedir o avanço de um tsunami, que, apesar dos estragos, causará também importantes transformações.
E o mercado, mais do que nunca, continuará precisando do estilo comercial e conciliador de Félix(!)