O plano B da Bupa

agenciaweber

agenciaweber

Companhia britânica saúde, dona da Care Plus, avalia fazer aquisições e entrar no segmento de planos individuais para avançar no País

Por Moses Dodo

Maior seguradora de saúde do Reino Unido, a Bupa parece ter chegado à conclusão que demorou demais para entrar no Brasil. A companhia, com receita global de US$ 12 bilhões e mais de 7 milhões de clientes, estreou por aqui em dezembro de 2016, ao adquirir uma das maiores no segmento premium, a Care Plus. Em seu primeiro ano de operação, faturou R$ 800 milhões e registrou crescimento de 17% sobre o período anterior, o melhor desempenho entre todas as operações da companhia no mundo.

“Achamos que a crise poderia nos afetar nos primeiros anos, mas percebemos que foi totalmente o oposto”, disse à DINHEIRO o diretor-geral da Bupa na América Latina, o marroquino Moses Dodo, durante uma visita a São Paulo. Na ocasião, anunciou o novo CEO Luiz Camargo no lugar de Roberto Laganá, fundador da Care Plus, em 1971. “O segmento ‘premium’ de saúde está descolado do restante da economia e se expandindo como nunca.” Para 2018, o crescimento deve repetir o resultado do ano passado.

O modelo de operação da Care Plus, voltado exclusivamente a planos corporativos, não foi alterado pela Bupa. Com 100 mil pessoas seguradas e uma carteira de 500 empresas no Brasil, a empresa conseguiu garantir um valor médio de R$ 8 mil por mês por pessoa, em sua grande maioria executivos de companhias dispostas a desembolsar esse valor para reter seus talentos. “Um plano de saúde com qualidade de excelência e plena cobertura internacional se tornou ferramenta de retenção em empresas do mercado financeiros, de tecnologia e grandes escritórios de advocacia”, afirma Dodo.

Os planos de expansão da empresa, no entanto, podem incluir aquisições e a abertura para venda de planos individuais, o carro-chefe da Bupa em todo o mundo. “Como o Brasil e o México são pontos-chave para nosso desenvolvimento na América Latina, estamos estudando todas as possibilidades para crescer, inclusive aquisições e ampliação do nosso portfólio de produtos com planos individuais, que fazem parte do nosso DNA.” A decisão colocaria a companhia em um mercado que, atualmente, é evitado por suas principais concorrentes, como a Omint e a One Health, da Amil.

O mercado de planos de saúde de primeira linha sofreu menos do que o restante do setor de saúde porque não passou pelo processo de downgrade nem pela fuga de clientes que buscaram economizar na crise. “O setor se retraiu porque está mais conectado à situação econômica do País e ao mercado de trabalho”, disse Sandro Leal, superintendente de Regulação da Federação Nacional de Saúde (FenaSaúde).

As estatísticas endossam essa afirmação. O número de brasileiros com planos de saúde registrou queda por três anos consecutivos. No ano passado, 281,6 mil pessoas deixaram de ter acesso à saúde privada, de acordo com dados Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Em três anos, houve redução de 3,1 milhões de usuários. A velocidade dessa retração, no entanto, caiu significativamente. Em 2016, o setor havia registrado perda de 1,6 milhão de consumidores.

Compartilhar:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Email

Deixe um comentário

Você pode optar por ficar anônimo, usar um apelido ou se identificar. Participe! Seus comentários poderão ser importantes para outros participantes interessados no mesmo tema. Todos os comentários serão bem-vindos, mas reservamo-nos o direito de excluir eventuais mensagens com linguagem inadequada ou ofensiva, caluniosa, bem como conteúdo meramente comercial. Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

JORNALISTA

Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

Categorias

Fale com o Blog!