Por Tiago Rosendo
Liderar uma equipe não é tarefa fácil. Mais do que comandar os funcionários, um bom líder precisa inspirar, motivar e extrair o melhor do seu time. Por isso, é fundamental que o líder saiba qual tipo de liderança deve ser aplicada de acordo com sua equipe. Há quatro tipos de liderança: diretiva, treinador, apoiador e de delegação.
A liderança Diretiva aponta o que cada membro da equipe deve fazer. Este tipo é fundamental quando há novos integrantes ou troca de funções.
O líder Treinador é aquele que apenas auxilia o seu funcionário a extrair melhores resultados de suas atividades, uma vez que este já se adaptou à função e tem a ideia clara de qual o seu papel na companhia.
A liderança Apoiadora é a que apenas apoia o profissional, incentivando e reconhecendo seus esforços, pois ele já sabe exatamente o que deve fazer e desenvolveu todas as competências necessárias para exercer sua função.
Por fim, a liderança de Delegação acontece quando o profissional tem a competência e motivação necessária para suas atividades, sendo papel do líder apenas indicar o que deve ser feito. Nesta situação, há confiança plena de ambas as partes.
Saber aplicar os tipos de liderança de acordo com a situação da equipe torna o trabalho de ambas as partes mais eficiente, mas isso é o básico. Um bom líder também deve saber identificar as características individuais e aproveitá-las da melhor forma. Para isso, é preciso entender de análise comportamental.
Há diversas técnicas que podem auxiliar o líder a detectar o tipo de profissional que está no time. Uma delas é o Profiler, que utiliza a metodologia DISC, dividindo as personalidades em quatro grupos: comunicador, planejador, executor e analista. O sistema possui assertividade de 97,97% e é aprovado pela USP e UFMG.
O Comunicador é descontraído, persuasivo e animado. Precisa de novidades constantemente, bastante interação interpessoal e tem fortes tendências de liderança. Em contrapartida, tem dificuldade de lidar com rotina e isolamento e tem medo de ser rejeitado ou de perder a qualidade de vida. Tem necessidade de chamar a atenção e não costuma ser detalhista.
O Executor tem muita força de vontade e raciocínio lógico. Adora de desafios e também pode ter tendência a liderança devido a sua autoconfiança e de saber se impor diante dos demais. Entretanto, em excesso, pode ser grosseiro e não admite seus erros. Tem necessidade de controle.
O Planejador costuma ter um comportamento tranquilo e equilibrado e adora trabalhar em equipe. Gosta de rotina, mas também precisa de muito planejamento antes de iniciar qualquer tarefa. Como contraponto, é resistente a mudanças e tem medo de magoar outras pessoas.
O Analista tem muita autodisciplina e é bastante perfeccionista e detalhista, mas prefere trabalhar sozinho. Gosta sempre de adquirir novos conhecimentos, mas precisa da aprovação dos outros, pois tem necessidade de segurança e medo de ser ridicularizado.
É muito comum encontrar características de grupos diferentes em uma só pessoa, mas o perfil é determinado pelos traços predominantes. Os que aparecem em menor escala ou são inexistentes precisam ser desenvolvidos ou melhorados. É papel do líder descobrir quem é cada um dentro de seu time e avaliar qual a melhor função para cada profissional, a fim de extrair suas melhores qualidades. Por exemplo: não é aconselhável colocar um perfil Analista em uma função que requeira interação entre equipes, ele dará melhores resultados se for selecionado para resolver problemas. O que não significa que ele não possa aprimorar sua relação interpessoal com o tempo. Um bom líder também fornece feedbacks de pontos positivos e para evolução, de forma que o profissional se desenvolva positivamente e se mantenha motivado dentro da empresa.
O desafio principal do líder é observar diariamente como cada indivíduo se comporta durante o período de experiência a fim de detectar esses perfis com mais assertividade e, inclusive, ter uma equipe pluralizada, motivada e mais eficiente. Poucas empresas utilizam estas técnicas no período de contratação devido aos altos custos e, principalmente porque a prática torna o processo mais moroso.
Para o profissional esta técnica também é fundamental, pois ele pode descobrir quais pontos podem ser desenvolvidos e, assim, trabalhar na sua evolução pessoal e profissional, sem perder sua identidade. Além disso, torna o dia a dia em equipe mais empático, pois permite enxergar as qualidades do outro para saber lidar com as diferenças e entender a importância de cada um no time.
Olhar para si e para o outro e aproveitar suas melhores qualidades é garantia de sucesso para qualquer time. Além de ter mais eficiência, a equipe se sentirá mais confortável e engajada para fazer a diferença nos negócios.