Creio que não há mais nenhuma orientação médica ou sanitária a se dar a respeito do coronavírus além daquelas que estão sendo repetidas incessantemente nos meios de comunicação, redes sociais e entre a própria população. E, ainda que houvesse, provavelmente um advogado não seria a pessoa mais indicada para orientá-los.
Fato é que o mundo inteiro está precisando de isolamento e não terá como ser diferente aqui no Brasil, enorme e superpopuloso.
Então, respondendo ao título, o que se fazer em tempos de coronavírus? Nada. Ou quase nada.
É absolutamente natural e justo que muitas pessoas que dependem do trabalho diário para sobreviver, inclusive empresários e profissionais liberais, estejam em situação próxima a de desespero, se vendo entre a cruz e a espada sobre manter ou não os negócios abertos durante esse período, com receio de que os prejuízos sejam insustentáveis. Outras camadas da população sofrem o mesmo, em relação aos seus empregos.
Como dito, a preocupação é justíssima, mas o problema não é localizado, e sim mundial. E sem precedentes.
Assim sendo, todos estão no mesmo barco, cientes da existência de tão grave questão e certamente os contratos e obrigações serão revistos conforme a necessidade. Acreditamos que a boa-fé das pessoas prevalecerá, mas, se for necessário buscar no Judiciário algum reequilíbrio, certamente será observado, pois os juízes não estão imunes ao que está acontecendo e nem serão indiferentes a isso.
Até os bancos (quem diria!) estão colaborando e desde já prorrogando prazos de pagamento.
Então, apesar de tempos difíceis se avizinharem, quanto antes minimizarmos os impactos sociais da doença, mais rápido nos veremos livres dela.
Por isso, suplico a todos que façam o possível para ajudar a quem precisa, que se compadeça dos mais vulneráveis e, dentro do que estiver ao alcance, aceite alguns sacrifícios, pois todos estão se sacrificando. O dinheiro pode ser ganho novamente depois.
Aliás, para se ganhar dinheiro, condição sine qua non é estar vivo. E ter dinheiro não resolve o problema de ter saúde e nem mesmo garante sobreviver.
Enquanto escrevo este texto recebo a notícia de que o presidente do conselho administrativo do Banco Santander em Portugal acaba de falecer em decorrência do coronavírus. Há exemplo mais eloquente do que esse?
Que Deus o tenha, assim como a todos os falecidos e que Ele olhe por nós em todas as nossas necessidades durante essa etapa. Devemos ainda agradecer e ter reconhecimento pelos bravos profissionais dos serviços indispensáveis, que, ao invés de parar, ampliarão seus esforços nesse período, especialmente os profissionais da área de saúde e demais que atuam junto aos hospitais.
Quanto ao resto da população, como eu e talvez você, leitor, seja bondoso, faça o que puder ser feito a partir de sua casa, não exponha outras pessoas a risco e mais nada.
Aliás, pode fazer algo prático e infinitamente relevante. Siga o conselho do Santo Padre Pio de Pietrelcina: "Reze, espere e não se preocupe. Deus é misericordioso e ouvirá a sua oração!".