Por Vanessa Gordilho | Diretora-geral da Qsaúde
SÃO PAULO – Na última terça-feira (19), o mundo celebrou o dia da luta contra o câncer de mama. Bem no meio do Outubro Rosa, a data nos lembra do quanto ainda precisamos ter muita atenção a esta doença que, só no ano passado, foi diagnosticada em mais de 66 mil mulheres no Brasil, segundo incidência estimada do Inca (Instituto Nacional do Câncer). Isso representa quase 30% dos tumores malignos que acometem o sexo feminino. Esse tumor também é o que mais mata. Em 2019, consolidado mais recente do instituto, foram mais de 18 mil vidas perdidas para a doença.
Atuando na área da saúde, passei a acompanhar mais de perto esses indicadores, porque eles afetam diretamente a vida das nossas famílias e também o modo como gerenciamos o cuidado. Além do impacto imensurável que a doença provoca nas vidas de milhares de mulheres, os efeitos são sentidos no sistema de saúde como um todo. Por isso é tão importante diagnosticar precocemente e, mais, evitar que o câncer de mama apareça.
Este mês, o Inca divulgou a pesquisa "Número de casos e gastos com câncer de mama no Brasil atribuíveis à alimentação inadequada, excesso de peso e inatividade física". A relação pode até parecer básica, porque sempre é falado como os hábitos influenciam a saúde, mas o resultado que a Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca obteve é chocante: pelo menos 13% dos casos de tumores de mama em 2020 no Brasil poderiam ter sido evitados com mudanças de estilo de vida.
Detalhando essa porcentagem: cerca de oito mil casos de câncer de mama tiveram relação direta com fatores comportamentais, como consumo de bebidas alcoólicas, excesso de peso, não ter amamentado e inatividade física. Segundo o Inca, quase 13% dos gastos federais do SUS em 2018 com o tratamento de câncer de mama seriam poupados caso esses fatores fossem reduzidos. E, nessa parcela, o principal hábito a ser implementado é a prática de atividade física, que poderia ter evitado 4,6% dos custos com a doença no Brasil.
Desde a adolescência, eu sempre tive a atividade física como algo fundamental para o meu corpo e a minha saúde. E esse conceito segue guiando a minha vida e a da minha família. Mas, infelizmente, a atividade física ainda não é vista assim. De acordo com a União Internacional para o Controle do Câncer, 28% das mulheres de 20 países ainda não enxergam a falta de atividade física como um fator de risco para o câncer. Por isso é tão importante estimular os hábitos saudáveis.
Sou muito encantada pelo modelo de gestão da saúde da Qsaúde, que visa à promoção do bem-estar através da atenção primária e do acompanhamento contínuo dos nossos clientes, tudo isso tendo a tecnologia como uma aliada. Pensar assim é dar um passo à frente do câncer de mama e de outras doenças. Além de ser mais barato, é muito melhor para as pessoas evitar que as doenças apareçam – ou tratar o quanto antes, evitando que os efeitos sejam mais graves.
Em comemoração ao Outubro Rosa, por exemplo, alertamos todas as clientes da Qsaúde sobre a importância de ações de prevenção do câncer de mama. Convocamos para que elas façam uma consulta com o médico de família para uma avaliação completa. E esse é um cuidado contínuo: junto dos nossos parceiros, atuamos para que adotem hábitos saudáveis. Queremos que as mulheres estejam sempre atentas e cuidem do seu corpo.
O Brasil está comprometido, através da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, em diminuir o número de mortes por cânceres como o de mama. Como população, com ações individuais, mas também como representantes de um setor tão importante quanto a saúde suplementar, temos a missão de seguir estratégias que garantam uma população saudável.
Todo ano, especialmente em outubro, quando o câncer de mama ganha os holofotes, é falado como o diagnóstico precoce e o cuidado contínuo com a saúde salva vidas, mas é necessário seguir insistindo nisso, porque podemos e queremos salvar muitas mais.