Por Fernando Gomes | Jornalista
No final de maio deste ano, dia 22, dois médicos operaram na Rede D’or um paciente com carcinoma escamoso (tumor maligno). Segundo os médicos, a operação é ilustre e consiste numa prótese feita de titânio na mandíbula do paciente.
A lesão ocupava todo o lado direto da mandíbula. Para devolver função e estética, foi planejada e implantada uma prótese customizada (feita sob medida) para o paciente.
Os responsáveis pela operação foram o médico Dr. Ullyanov, especialista formado pelo INCA e doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina USP, e o Dr. Leonardo Peral, especialista em cirurgia buco maxilo facial, formado na UFRJ.
Segundo tipo de câncer mais comum do mundo, o carcinoma de células escamosas surge na camada mais superficial da pele e geralmente aparece nas regiões do corpo mais expostas ao sol, como braços, pernas, rosto e pescoço.
Toda a prótese foi desenhada virtualmente, de acordo com as necessidades anatômicas do paciente. O modelo é feito de titânio e cromo cobalto na mandíbula e titânio e polietileno poroso de alta densidade na fossa.
Próteses
Outrora disponíveis somente em valores exorbitantes, as próteses são cada vez mais acessíveis ao público. Um exemplo são as próteses 3D. O supervisor do projeto dos Médicos Sem Fronteiras, Samar Ismail, disse que as próteses em 3D são mais rápidas de serem produzidas além de muito mais baratas. O preço de um membro feito na impressora 3D é aproximadamente US$ 30, enquanto o de próteses convencionais começa em US$ 200 e chega a milhares de dólares.
Os dois médicos responsáveis são especialistas na operação e possuem mais de 20 anos de experiência no manuseio e planejamento de próteses.
Operações com próteses no Brasil
Em constante aumento nos países desenvolvidos, o uso das próteses customizadas no Brasil ainda não é comum. Principalmente quando falamos do plano de saúde pública: em média, 522 mil pessoas têm câncer por ano no país.
“Acredito que a melhor alternativa para cirurgias de tumores é a tecnologia. Para reconstrução, as próteses feitas por meio de impressão 3D já são uma realidade no mercado, mas precisamos tornar isso um pouco mais acessível para a população também”, comentaram os doutores Ullyanov e Leonardo Peral.
O tumor maligno foi retirado com sucesso e o paciente está estável, sem nenhum risco. Ele segue bem e estável.