AON – Uma saga de processos, arbitragem, brigas com parceiros e perda de clientes

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Aon, presente em 120 países, é uma empresa líder de serviços profissionais, que oferece soluções em riscos, previdência e saúde e garante ainda fornecer aos seus parceiros perspectivas inovadoras.

No Brasil, a Aon está localizada em nove escritórios nas principais cidades do País e conta com, aproximadamente, 1.700 colaboradores.

Estamos a falar de uma gigante do setor cuja marca é responsável pela criação de milhares de empregos no mundo e no Brasil, em particular.

Sua operação no território brasileiro, entretanto, pelo que apuramos, vem sendo alvo de constantes críticas – e até de processos – por parte daqueles que deveriam ser preservados como a joia da coroa: o corretor parceiro.

Quando adquiriu a Admix, a Aon assumiu o controle de uma rede de cerca de 1.000 corretores parceiros, considerados pela Aon como um grande atributo da empresa adquirida.

Passados poucos mais de três anos, pouca coisa restaria dessa rede de corretores.

Após o caso Amarq (veja aqui), em que a Aon está sendo acusada de assediar os clientes de sua corretora parceria, uma nova querela envolve a Aon Brasil.

SINCOR-SP

Um dos grandes contratos que a Aon herdou da Admix foi o plano de saúde do SINCOR-SP. O plano tinha no início de 2017, aproximadamente, 900 empresas corretoras (PJ) e 1000 corretores pessoas físicas, proporcionando cerca de R$ 51 milhões em prêmios anuais. O principal plano oferecido era o da Bradesco Saúde e suas condições comerciais eram extremamente competitivas, o que era fundamental para a comercialização de um plano para especialistas em seguro, como obviamente são os associados do SINCOR.

De acordo com fontes que procuraram o Blog do Corretor e que preferiram não se identificar, ao contrário do que promete a Aon, sua falta de habilidade na relação com o parceiro comercial Bradesco Saúde, por exemplo, teria resultado em escalafobéticos reajustes de 50% em 2017, 50% em 2018 e 40% em 2019, enquanto, por outro lado, a Bradesco Saúde teria aplicado índices de reajustes inferiores em outros projetos da própria Aon. Para piorar a situação do corretor associado ao SINCOR-SP, a única alternativa oferecida pela Aon – além da possível fuga em massa da carteira – seria aderir a um projeto em parceria com a Amil.

Mas o problema não teria terminado aí. A operadora só disponibilizava planos para pessoa física e – pasmem(!) – com valores 17% acima da tabela de mercado.

No período em que a Admix administrou a apólice do SINCOR-SP, os reajustes também ocorriam em função da alta sinistralidade, mas naquela ocasião havia alternativas para o corretor: Caixa Saúde, Seguros Unimed, Unimed Fesp etc. A concorrência entre operadoras, obviamente, é fundamental para a manutenção de preços baixos.

A falta de alternativas não poderia ter outros resultados: uma real fuga em massa da carteira e a consequente perda de uma gigantesca receita para o SINCOR-SP, para a DCG e para a própria Aon.

Somente a DCG, corretora responsável pela comercialização dos planos de saúde do SINCOR-SP, teria perdido mais de R$ 4 milhões em prêmios emitidos. Um despautério(!).

Somam-se aos prejuízos da DCG, os investimentos em equipes de vendas, infraestrutura e a demissão em massa de funcionários, após a decisão do SINCOR-SP, em 2019, que, sem perspectivas de novos produtos, teria solicitado a suspensão das vendas dos planos, uma vez que estes teriam ficado inviáveis para os seus associados.

ADMIX

“A Aon, quando comprou a Admix, prometeu capacitar os corretores parceiros para vender outros ramos de seguros, mas não só provocou a quase falência de seu principal parceiro (a DCG) como perdeu mais de 1.000 parceiros para o Canal Corretor”, garantiu a nossa fonte que prefere se identificar como “passarinho” (referência ao nosso mascote – o bípede emplumado – responsável pela assinatura de notícias sigilosas).

Após a redução e suspensão da comercialização das apólices de seguros do SINCOR-SP, de acordo com o que apuramos, a DCG Seguros teria demitido cerca de 50 funcionários e a própria Admix, que contava com mais de 1.000 colaboradores, também teria reduzido o número de funcionários.

Ao aprofundar nas investigações a respeito do que teria motivado o cancelamento do plano de saúde da Bradesco/SINCOR-SP, descobrimos a existência de um processo criminal, movido por Nadjair Diniz, sócio da DCG, contra três pessoas vinculadas à AON. Este processo foi público por algum tempo até que a AON, que não é parte, tenha ingressado com liminar pedindo a decretação de segredo de justiça.

O processo exige explicações à Dra. Cinthia Araújo, ao Sr. Antônio Carlos Batalha, ex-diretor técnico do Grupo Notre Dame Intermédica e à Sra. Goldete Prizsulnik, por acusações de fraude formuladas contra a DCG e seu sócio em outro processo judicial no qual a Aon está envolvida. Ou seja, este Blog já computou três imbróglios judiciais envolvendo a AON, e tem informações de que esse número tende a subir, dada a gravidade das afirmações que a AON tem feito contra seus próprios ex-executivos e parceiros.

Tudo indica que muita água vai passar sob essa ponte e essa saga está longe de acabar.

Em conversa com outra fonte, fomos informados que a DCG recuperou comissões de clientes ativos com mais de dois anos sem os pagamentos devidos e casos em que os percentuais de comissão estavam menores que o formalizado em documento. “Creio que a Aon não faz isso por má fé. Na verdade, acho que há uma certa desorganização. A impressão que se tem é de que eles não entendem do negócio”, concluiu.

CLAMANDO NO DESERTO

Procurados para explicações, nem Diniz e nem seu advogado, Dr. Carlos Bentivegna, quiseram se manifestar.

Mariana Marques, da Amarq Consultoria em Benefícios, também não quis se manifestar.

Em contato com a Aon, o Blog foi informado que a empresa não vai se pronunciar a respeito do caso.                  

ATUALIZADO ÀS 17H10M

Veja a tabela de reajuste do plano de saúde do SINCOR-SP enviada pelo leitor Marcos Marcondes. Clique aqui.

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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