Especialista em turnaround, Flávio Ítavo, destaca a importância de pequenas iniciativas para evitar novos conflitos
Uma das coisas mais desafiadoras em momento de crise é manter a equipe motivada. Muitos são os fatores externos e internos que podem influenciar diretamente no comportamento dos colaboradores. De acordo com Flávio Ítavo, especialista em turnaround (recuperação de empresas), existem algumas dicas importantes e significativas para manter a equipe motivada. Confira abaixo.
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1 – Tem que haver um futuro
Depois de um tempo de crise, é natural que os colaboradores comecem a pensar na perspectiva de futuro da empresa. Muitos se perguntam se haverá futuro, mas na verdade pode ser um futuro qualquer, desde que seja um futuro. Há uma técnica fundamental para todo o processo de turnaround, onde a liderança tem de desenvolver um bom storytelling com aquilo que realmente consta na realidade da empresa.
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Um bom exercício é pensar “sairemos da crise como uma empresa muito menor, provavelmente um terço de nosso tamanho atual. Seremos muito mais ágeis e teremos custos muito menores, fazendo com que sejamos muito mais competitivos do que somos atualmente”. Diante desse cenário o colaborador saberá que dois terços ou mais poderão ser desligados, mas que haverá um verdadeiro esforço por competitividade e reduções de custos e despesas. Ao mesmo tempo, o colaborador saberá que ele poderá fazer parte de uma empresa que sobreviverá, já que os pessimistas acreditam que estarão nos dois terços demitidos, enquanto os otimistas estarão no terço remanescente vendo a empresa reerguer.
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2 – Nunca crie uma perspectiva individual, mas sempre uma perspectiva coletiva
Evite criar futuros conflitantes. Não crie a necessidade de manter um ou outro colaborador, pois isso costuma destruir as narrativas coletivas. Poucas pessoas conseguem manter boas notícias em segredo e isso pode complicar bastante a credibilidade.
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3 – Acompanhe a interação dos líderes junto aos colaboradores
Sugira um cafezinho, um papo no corredor, uma visita na sala, almoço, café da manhã, passeios pelo chão de fábrica com o intuito de interagir com os colaboradores. A simples atenção que esses recebem de suas lideranças costumam trazer motivação para a equipe.
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4 – Na crise o caráter e a resiliência valem muito
Essa combinação costuma ser indicadora de colaboradores “duros na queda”. Prefira escolher o colaborador trabalhador, ao invés do bom de conversa porque ele pode te abandonar quando as ondas ficarem mais altas e o navio começar a balançar.
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Sobre Flávio Ítavo
Executivo com experiência em empresas multinacionais e nacionais de grande porte de diferentes segmentos como Danone, Warner Lambert, Bunge Alimentos, Coty Inc, KPMG, Belsonno, Grupo Canopus e Grupo Niponsul, em posições de Gerência Geral e Diretoria Financeira, de Produção e Vendas, e em Turnaround de empresas como Avis Renta a Car e Cofibam, Flávio Ítavo especializou-se na recuperação de companhias e no redirecionamento para alavancar vendas e resultados. Ao longo de 30 anos, Flávio construiu uma carreira sólida como negociador, na criação de alianças, joint ventures, compra e venda de empresas, desenvolvedor de estratégias e táticas de sucesso, criador e iniciador de novos segmentos, produtos e mercados. Hoje, é um dos maiores especialistas em Turnaround, focando seus esforços na recuperação de grandes empresas e readequação aos novos tempos do mercado.
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Sobre Turnaround
O Turnaround ficou conhecido como processo de recuperação ou renovação corporativa. As stratégias de Turnaround visam avaliar todos os setores de uma companhia, incluindo seus valores e sua missão, propor e executar estratégias agressivas para uma reestruturação profunda e uma mudança de rumo que recoloque a empresa no eixo e permita voltar a crescer. Embora muitas companhias ainda tenham dificuldade em admitir a necessidade do Turnaround, o processo já ajudou a recuperação e na volta por cima de muitas marcas no Brasil e no mundo.