O renascimento do esporte no País, tem a participação da Adminstradora
Por, André Jankavski / Moacir Drska
Se antes era difícil negociar por conta da falta de credibilidade, hoje o NBB conta com apoios de empresas como a Sky, Avianca, Nike e Caixa Econômica Federal – que paga R$ 5,5 milhões por ano para ter a sua marca exposta nos naming rights. “Mais do que incentivar o esporte, também temos interesses comerciais com o NBB”, diz Gerson Bordignon, superintendente de Promoções e Eventos da Caixa. “Fechamos negócios durante os jogos e ainda temos uma grande visibilidade em cidades do interior, origem de boa parte dos times.”
As equipes, antes acostumadas a serem custeadas somente com o dinheiro dos sócios dos clubes e o apoio de prefeituras, também vêm conseguindo atrair a atenção de empresas. E não apenas das grandes. É o caso do Paulistano, tradicional clube de São Paulo, que tem a Corpore, corretora de seguros de saúde baseada na capital paulista, como principal apoiadora. No ano passado, quando começou a patrocinar o clube, o faturamento bruto da empresa saltou de R$ 8,2 milhões para R$ 30,1 milhões.
Para este ano, com o Paulistano disputando o título do NBB com o Bauru, o diretor executivo Luisvaldo Bezerra prevê um aumento das vendas em 130%. “Claro que o crescimento está ligado a inúmeros fatores, mas podemos dizer que o nosso posicionamento de marca com o patrocínio contribuiu para acelerar o ritmo”, diz Bezerra. “Acredito que a Corpore pode ser um exemplo que pequenas e médias empresas também podem ter sucesso investindo no basquete.”
O Mogi, de Mogi das Cruzes, cidade da Grande São Paulo, também tem atraído o interesse de empresas de todos os portes. Além do patrocínio máster da incorporadora Helbor, o time conta com o apoio e/ou patrocínio de doze companhias, entre elas, empresas do próprio município. Os resultados em quadra também estão contribuindo para esse avanço. Em 2016, vieram os títulos paulista e sul-americano. No NBB, o Mogi é o líder em público há três temporadas, com uma média de 3 mil pessoas por jogo.
Sob a influência da NBA e da maior interação entre os próprios clubes do NBB, o time mogiano está investindo em novas frentes para reforçar o caráter de entretenimento nos jogos e, ao mesmo tempo, criar outras fontes de receita a partir da exploração de sua marca. Durante as partidas, por exemplo, a equipe usa recursos de iluminação como um diferencial na apresentação dos jogadores, além de manter uma loja para a compra de produtos oficiais no ginásio. Regatas, agasalhos, bonés, canecas e diversos outros itens oficiais também são vendidos na loja física inaugurada em julho de 2016, em uma parceria com a confecção esportiva Overtime, da região.
Em média, o Mogi já vende cerca de 3 mil camisetas por temporada. “Todos os times têm ainda um grande caminho a percorrer, mas é fato que o basquete brasileiro deu um grande salto nos últimos anos”, diz Nilo Guimarães, secretário de Esporte e Lazer de Mogi das Cruzes, armador titular da seleção brasileira de basquete na década de 1980 e um dos gestores do time mogiano. Ele destaca, por exemplo, um estudo anual conduzido pela LNB, que mapeia os pontos positivos e o que deve ser melhorado em cada equipe da liga, em temas como gestão, estrutura para jogadores, marketing, captação de patrocínios e entretenimento. “Essa visão é um reflexo direto do impacto do contato com a NBA.”
Além do vínculo estabelecido com o NBB, ganhar espaço entre as novas gerações é outra prioridade da NBA para consolidar a retomada do basquete no Brasil. “Nossa ideia é ser a primeira opção dos jovens que ainda estão escolhendo seu esporte preferido”, diz Mello. Nesse ano, a liga americana promoveu a primeira edição brasileira da Jr. NBA League, competição que reuniu 450 jovens, entre 12 e 14 anos, de 30 colégios particulares de São Paulo. Cada uma das escolas representou uma franquia da NBA. Ao mesmo tempo, desde 2015, a marca mantém uma parceria com o projeto Gibi, com aulas para 15 mil alunos de escolas públicas de São Paulo e do Rio de Janeiro. A iniciativa inclui a capacitação de professores e a oferta de material de treino. “Não é um grande segredo e não existe uma poção mágica”, afirma Mello. “É preciso gastar. Investir. Com o tempo, o retorno virá.”
A matéria, da Isto É Dinheiro, foi publicada e veiculada no último dia 20/06/17. Para ler na íntegra, clique AQUI