“O rato roeu a roupa do rei de Roma”
Enviado por Romeu | Corretor de Seguros
E se nem todos do reino fossem leais ao império, o que seria de Romeu?
Indagado, o leitor certamente responderia que são os clientes de uma empresa – seu maior tesouro. Alguma dúvida?
A mim, corretor experiente, causaria surpresa se fosse a primeira vez que aponto o ato falho de empresas, mas não é.
Não faz muito tempo, deparei-me com uma "porta aberta" no sistema de uma empresa, onde muitos curiosos (e profissionais) acessavam, de modo predatório, a carteira de clientes dessa importante seguradora, que, por descuido ou excesso de confiança, permitia livres consultas à sua base de dados.
Felizmente, uma vez alertada, a operadora "fechou as portas" e deu a chave a quem de direito.
Recentemente, entretanto, fui surpreendido com a mesma janela deixada pela distraída (?) operação de outra importante operadora.
Não consigo entender como essas empresas podem investir bilhões de reais em marketing, comissões, infraestrutura de TI, profissionais rigorosamente selecionados, mas, ainda assim, permitem a execução de um projeto tecnológico com falha. E falha grave.
Sou corretor (de seguros, de planos de saúde e RE) e não poderia me calar diante de tamanho equívoco, cujas consequências têm desdobramentos sobre os ombros de todos nós que estamos lá na ponta. Escrevo ao Blog porque não posso admitir que milhares de clientes possam ser acessados a partir da plataforma de uma operadora que não teve o cuidado de limitar o acesso ao seu próprio tesouro.
Não conhecemos o número exato, mas sabemos que são muitos os que aguardam uma oportunidade para roubar esse tesouro. Um tesouro que não lhe pertence.
Alguns dirão que sou um falso moralista, e pode até ser que eu seja mesmo, mas prefiro conviver com a dúvida (de ser ou não moralista) do que que conviver com a certeza de que vi algo errado e nada fiz para tentar consertá-lo.
A analogia ao rato do rei de Roma deveu-se ao fato de que o rato, depois de se fartar na cozinha do castelo do rei, não contente, achou por bem também abocanhar outras partes, como as roupas do rei, em gesto de desprezo.
NOTA
O missivista ainda teve a delicadeza de enviar ao BdC o nome de um cliente, o número da carteirinha dele, e ainda orientou passo-a-passo como fazer para acessar o sistema, os dados do cliente e situação. Tudo checado.