Hospital Albert Einstein e plano de saúde estudam usar nota de “provão” em SP

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Por, Cláudia Collucci.

Hospitais e planos de saúde estudam adotar a nota do provão do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) como um dos critérios para a contratação de médicos.

O Hospital Albert Einstein e as operadoras Unimed de SP estão entre as entidades interessadas na adoção da medida, proposta pelo presidente do conselho, Bráulio Luna Filho.

Faculdades como a USP e a Unifesp também planejam usar a nota do exame na seleção da residência médica.

Em dez anos de existência, o exame de avaliação do Cremesp vem reprovando mais da metade dos recém-formados em medicina no Estado. Mas, por força de lei, o conselho é obrigado a conceder o registro mesmo para os que vão mal no exame.

A ideia do Cremesp agora é se aliar aos empregadores para tentar barrar o ingresso dos "repetentes" no mercado de trabalho. "É uma maneira de proteger a população. Eles estão errando coisas muito básicas", afirma Luna Filho.

José Martiniano Grillo Neto, presidente da Federação das Unimeds do Estado de São Paulo, apoia a medida. "Tenho 38 anos de formado, meus cinco filhos são médicos e posso garantir: o nível [da formação médica] está caindo muito com essa ânsia do governo federal em abrir escolas médicas", afirma.

Ele diz que orientou as cooperativas paulistas a adotar o resultado do exame do Cremesp na seleção de novos profissionais. "Temos corresponsabilidade sobre qualquer dano que o médico possa causar a um cliente." O presidente do hospital Einstein, Claudio Lottenberg, também é favorável à iniciativa e diz que ela se alia ao que a instituição já adota.

"Temos muito rigor na escolha dos nossos profissionais. Normalmente eles já têm mestrado, doutorado. Não será esforço algum incorporar mais esse critério."

Outra tentativa do Cremesp é "exportar" o modelo do exame no final do curso para outros conselhos médicos do país – ao menos cinco deles já estiveram em São Paulo conhecendo o provão.

Tanto o CFM (Conselho Federal de Medicina) como a Abem (Associação Brasileira de Escolas Médicas) se opõem ao modelo do exame do Cremesp. As entidades entendem que o ideal é a avaliação seriada, durante o curso, não apenas no final.

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Emmanuel Ramos de Castro
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