O Conselho de Ética da Presidência da República, a pedido da Casa Civil, deve abrir uma investigação sobre a conduta do novo diretor da Agência Nacional de Saúde (ANS), Elano Figueiredo. Segundo o ministério, o diretor teria omitido, em currículo enviado ao governo antes da nomeação, que ocupou o cargo de representante jurídico da operadora de saúde Hapvida.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, que fez a denúncia sobre a omissão em edição do último sábado (3). Figueiredo diz que o trabalho foi feito de forma indireta, por meio de um escritório de advocacia, e que não estava autorizado a divulgar sua participação no trabalho.
No entanto, em artigo publicado na revista da Escola Superior de Magistratura do Ceará, Figueiredo assina como diretor jurídico da Hapvida. Também participou, em 2010, do I Encontro de Líderes Hapvida Saúde, em 2010.
Segundo o jornal, há ainda dezenas de ações assinadas por Figueiredo contra a própria ANS. Casos que ele terá que analisar como diretor.
A nomeação de Figueiredo foi assinada pela presidente Dilma Rousseff e publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira (29).
Consumidores
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) criticou a nomeação de Elano em carta enviada aos senadores da Comissão de Assuntos Sociais, que aprovou a nomeação ao cargo de diretor da ANS. O Idec pediu a anulação do processo decisório, prejudicado pela ausência de informações relevantes a respeito do então candidato.
A presidente do Conselho Diretor do Idec, Marilena Lazzarini, disse que é preciso saber por que “falhas graves” ocorreram no processo de indicação e aprovação do diretor, “cuja postura pró-empresas é notória. O Idec pede a anulação da sabatina e da nomeação, bem como a realização de novo processo de avaliação íntegro e com lisura.”
O Idec também criticou a “porta giratória”, termo que se refere à entrada de profissionais do setor privado nas agências reguladoras para posterior retorno às empresas de saúde.
Por: O Estado de São Paulo