Sérgio Cardoso (Gerente Comercial da Barela Seguros
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Para que um time de futebol, ou de qualquer outra modalidade esportiva, seja um time vencedor, o treinador dessa equipe exige muita disciplina e uma série de regras; uma delas, talvez a mais importante de todas, é a união dessa equipe.
Somente a união faz com que todos olhem para a mesma direção e percorram o mesmo caminho.
Não seria razoável afirmar que, numa Corretora como a Barela – que, segundo sua supervisora Elaine Ruiz Domingues, mantém um cadastro de aproximadamente 200 corretores, e que vem se mantendo em primeiro lugar no ranking de vendas de Qualicorp e Sul América – poderia haver uma união fora do comum entre os membros das equipes do time Barela Seguros. Seria um exagero.
Mas, pelo que foi visto, quando lá estivemos, tudo indica que uma maioria se mantém unida, vestida com a marca da Corretora e com a determinação dos seus líderes.
O 5º andar do prédio da Dom José de Barros, endereço onde está localizado o salão da Barela, é um protótipo de como funcionou, um dia, a maioria das Corretoras na cidade de São Paulo, quiçá, no Brasil: ambientes clean, amplos, separados por divisórias, muito bem iluminado, informatizado… e, principalmente, prestigiado pela presença de vendedores internos e pelo frenético trânsito dos externos.
Distribuídos pelos salões, monitores de TVs exibem, entre outras relevantes informações do mercado, os destaques do dia: corretores que entregaram sua produção no dia anterior têm a sua imagem e o seu nome destacados na TV. Uma ideia simples, mas que revela um cuidado com o vendedor e o desejo de expressar o seu reconhecimento publicamente.
Num primeiro momento, constatamos uma certa timidez dos corretores e até mesmo dos funcionários, mas o corretor Fabiano, o primeiro com quem nos encontramos, se encarregou de envolver a nossa presença.
Fomos apresentados a novos corretores e reencontramos antigos. A alguns deste, o Blog não perdeu a oportunidade de fazer a pergunta da jararaca: “Você está aqui”?, indagamos. “Estava lá [na outra Corretora], vim para cá, já faz uns dois anos e eu estou me sentindo muito bem”, afirma o corretor Reinaldo.
Finalmente, entre cumprimentos e felicitações, percorremos o corredor que nos conduziu à sala de Sérgio Cardoso, capitão do bem sucedido time, Barela.
O gerente da Corretora que atinge a maioridade (18 anos) revelou-se muito bem articulado, polido, otimista com as suas equipes e com o mercado.
Para o Blog do Corretor, Sérgio Cardoso, concedeu a seguinte entrevista:
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Blog do Corretor:
Em primeiro lugar, eu quero agradecer por nos receber para essa entrevista.
Sérgio Cardoso:
Nós nos sentimos honrados.
Blog do Corretor:
Esteja certo de que nós também sentimo-nos honrados em estar aqui. E eu quero começar pedindo que você fale sobre esse circuito interno de TV que exibe o ranking dos corretores, uma espécie de “pregão”. Eu achei muito interessante essa ideia.
Sérgio Cardoso:
Na verdade, o que a gente queria era dar uma mexida na percepção que o vendedor tem sobre o nosso principal recurso que são as indicações. Hoje, o principal diferencial da Barela, além daquilo que a gente tem como valor, que é a transparência, a idoneidade, pagar a comissão direitinho, que é mais do que uma obrigação, mas que ainda alguns veem como um diferencial, e a gente está praticando isso há 18 anos… o nosso principal diferencial é a indicação. Então o vendedor está aqui porque aqui ele tem ferramenta para trabalhar. E a indicação, quando ele sai de casa, ele sai procurando “para quem eu vou ligar?”, “como eu vou procurar um cliente?”. Então, nós nos especializamos em fornecer essa ferramenta para o corretor trabalhar. E aí partiu de uma ideia de um próprio vendedor nosso, que nós aproveitássemos o canal interno aqui de comunicação, que são as TVs que estão espalhadas pelos salões, para colocar os destaques do dia. Não é um ranking. É um destaque. Não queremos fazer nenhum tipo de distinção entre aquele que é melhor ou pior. Mas a gente coloca aí, em média, 30 destaques, por dia, na TV. Esses destaques são aqueles que entregaram vendas, confiaram à Barela as vendas que ele fez (sic) no dia anterior e está habilitado a receber mais indicações (sic). Então, hoje, na Barela, o vendedor se sente privilegiado por receber indicações e ao mesmo tempo privilegiado por ver o nome dele na TV. E essa ideia veio de um corretor que sugeriu ao Márcio [Mantovani]. A gente achou a ideia muito boa e colocamos em prática imediatamente.
Blog do Corretor:
E este vendedor ainda está aqui?
Sérgio Cardoso:
Está. Não sei se está neste momento [diz olhando através dos vidros das divisórias que separam os salões]. Ele é daqueles que trabalham mais em casa e vêm esporadicamente.
Blog do Corretor:
Faça uma síntese do que a Barela oferece a um vendedor que quer começar hoje na Corretora.
Sérgio Cardoso:
Hoje, falar em treinar o vendedor é um desafio enorme para a gente. O vendedor autônomo de hoje é muito diferente do vendedor desempregado da década de 80 que veio parar nesse negócio por uma contingência. Hoje a gente sabe que o desemprego é mínimo no País – tem muita gente apregoando uma tragédia, mas a gente sabe que o índice de desemprego no Brasil está 5,5% alguma coisa por aí. A gente está se aproximando do pleno emprego. Então se lá no passado a gente tinha um desempregado que ele era compelido a ir para o plano de saúde, a ir para um consórcio [referindo-se ao mercado], os mais… com um pouco mais de idade que não tinham a mesma oportunidade iam ser corretor (sic) de imóvel, que era um desafio ainda maior, hoje, algumas pessoas têm vindo para cá, de olho numa oportunidade de ter uma remuneração mais atraente que o mercado de trabalho, dito, formal, daria a ele. Então esse profissional que nos chega hoje, na maioria das vezes ele já tem uma formação que no passado não tinha. Como que a gente forma esse vendedor? A Barela acredita muito no dia-a-dia. Primeiro que a gente não tem muita oportunidade para dar para o iniciante em função da demanda nossa. Você sabe que nós tínhamos dois andares, em função de toda essa mudança de mercado a gente encolheu a operação, a gente só está com um andar, então a disputa para ocupar uma posição aqui na Barela é muito grande. Então, quando chega um vendedor novo, por acaso eu estou com um vendedor novo, eu almocei com ele hoje, a gente pinça realmente os melhores talentos. Mas a vida dele não é muito fácil, não. É um pouco de treinamento e muita experiência vivencial, mesmo. É o dia a dia. E a gente tem também investido na… a gente percebe que o vendedor ganha muito dinheiro, às vezes um vendedor desse, que é novo, chega aí, fecha um contrato, ganha dois, três mil reais, e ele não se programa. Então, no outro dia ele acaba já estando sem dinheiro. Na próxima sexta-feira [referência à sexta-feira (09/08] , às 08h:30m, o Marcio [Mantovani], que é o nosso presidente, fará uma palestra sobre Planejamento Financeiro para toda a nossa equipe de vendas. É uma palestra que ele apresenta para os nossos vendedores há algum tempo e sempre a repercussão é muito positiva. E vez em quando ele volta com o tema e é muito legal vê o resultado pós-palestra. Então, gente que de repente estava com dívida no cartão de crédito, que é uma dívida cara, e aí ouviu a dica dele, trocou por uma dívida mais barata, um empréstimo pessoal… e também, o principal tema da palestra dele é Como Poupar. Não adianta você só ganhar muito dinheiro. É preciso saber pensar no futuro.
Almoxarifado – corretores aguardam à espera de material
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Blog do Corretor:
Este é o Calcanhar de Aquiles do vendedor de um modo geral. No caso dos vendedores de planos de saúde a gente sabe que ele ganha bem, mas gasta muito. Justamente pela falta de administração financeira, por não…
Sérgio Cardoso:
Eu acho, como eu te disse, o perfil socioeconômico do vendedor de plano de saúde mudou. Mudou de que forma? Aqueles que vieram, como eu te disse, na década de 80, de um índice de desemprego, eles são compelidos a se tornarem vendedores de planos de saúde. Ninguém sonhou ser vendedor de plano de saúde. A vida os trouxe para este mercado. Mas de uns anos para cá o mercado tem se afunilado tanto, se profissionalizado tanto, que uma parcela já está buscando qualificação… eu tenho vendedores aqui que é (sic) advogado, tenho vendedores aqui que são administradores, tenho vendedores que… enfim, que já comprou o seu primeiro apartamento, está comprando o seu segundo na praia, um carro 0km, pessoas que estão buscando crescer na vida, do ponto de vista material, se profissionalizar, buscar tambéma educação que eu acho que é o nosso principal gap que nós temos hoje. Mas esse perfil já mudou. Quem busca nós (sic) aqui não é mais o desempregado. Quem busca hoje a Barela, se você pensar num profissional que está chegando no mercado, é aquele profissional que tem um salário aí fora numa indústria ou num comércio de R$1.500, R$ 2 mil e conhece algum vendedor que ganha R$ 3 mil, R$ 4 mil, R$ 6 mil. O perfil mudou e este é o grande desafio nosso.
Blog do Corretor:
Você enxerga uma mudança substancial no mercado?
Sérgio Cardoso:
Não dá mais para você vender planos de saúde como você vendia alguns anos atrás. Hoje, o consumidor está muito consciente, ele pesquisa antes, ele conhece a legislação, ele conhece os direitos dele como consumidor, ele usa os canais de… como Reclame Aqui, o Procon, Juizado Especial, para fazer valer o direito dele… na maioria das vezes, a Justiça também no primeiro momento ela é extremamente protecionista, o juiz acaba não julgando nada, entende até que a parte mais frágil é o consumidor e vai dar ganho de causa para esse consumidor e para recorrer de um processo desse demanda tempo, dinheiro… então é mais barato investir na profissionalização e na qualificação dos profissionais. É o que a gente tem tentado fazer aqui. Isso, de um lado. Do outro lado também filtrar. O vendedor, hoje, na Barela, se ele cometer mais de um deslize, ele é convidado a se retirar.
Blog do Corretor:
Tem acontecido alguma coisa nesse sentido, ultimamente?
Sérgio Cardoso:
Tem, sim. A gente está numa encruzilhada. Aqueles que realmente querem se profissionalizar e aqueles que ainda acham que podem viver da venda fácil que é… o primeiro cheque é dele, então, muitas vezes, ele acaba não primando pela qualidade da venda. E é um trabalho constante que eu e o Márcio [Mantovani] temos aqui. Não assine pelo cliente, é sempre melhor você gastar R$ 30 reais aí, manda o motoboy, faltou um aditivo? Manda o motoboy para colher essa assinatura, a gente entende que é difícil, as operadoras, a ANS não têm facilitado o trabalho… você vê: outro dia eu estava olhando um contrato, tinha mais de 20 assinaturas.
Blog do Corretor:
Da Amil!?
Sérgio Cardoso:
[Acenando positivamente com a cabeça] Se você pensar que a origem desse profissional é aquela que eu te disse lá, com pouca qualificação, esteve desempregado, veio para este mercado, ganhou um dinheiro rápido, ele não teve uma necessidade de se qualificar. Do ponto de vista do ensino formal. Tem muita gente culta, mas que não tem aquele ensino formal. Hoje, está aprendendo a duras penas. Então, hoje, quando um contrato é devolvido, muda a vigência do cliente, isso tem gerado problemas, acho que para todo o mercado.
Vista parcial de um dos salões da Corretora Barela
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Blog o Corretor:
Você já mencionou a qualificação do corretor, as palestras do Marcio, a estrutura da Barela, que é muito boa, eu vejo aqui que todos estão conectados à Internet… se o corretor precisar de imprimir um documento, ou fazer cópia de um documento, ele tem isso aqui ou terá de fazer isso lá fora?
Sérgio Cardoso:
Sim(!) Não dá para a gente abrir, falar que vai tirar cópia de todos os processos. Ser Corretora hoje também não está fácil, em função de tudo que você tem acompanhado, eu tenho visto também pelo Blog, o custo fixo de uma Corretora tem sido muito alto. Até por conta desse cenário que a gente fechou um andar. A gente tem focado um produto que oferece uma rentabilidade maior para a Corretora e para o nosso profissional, por isso que a gente tem focado muito hoje em PME. Sobretudo os PMEs das seguradoras que têm dado uma rentabilidade maior aos nossos vendedores. Mas de uma forma ou de outra a gente tem procurado atender esse vendedor.
Blog do Corretor:
E o processo de indicações na Barela, como funciona?
Sérgio Cardoso:
Então, eu costumo dizer que o corretor é como um lenhador que, para fazer o trabalho dele, precisa de um machado. Eu sou de uma época que nós não tínhamos machado. Eu sou de uma época que a gente tínha de fazer o pê a pê para buscar o prospect, tinha de distribuir folheto, anunciar nas páginas amarelas, ou no jornal de bairro, para buscar essa indicação. Ou se destacar, que era para poucos, não é? Na época do Grupo Amil, para ir para o plantão da Amil, plantão da Unimed Paulistana, na saudosa Rafael de Barros [Rua], enfim. Hoje, o vendedor da Barela eu posso te afirmar que ele não tem a necessidade de panfletar, de fazer pê a pê… o corretor que está aqui, com um pouquinho de vontade, com um pouquinho de disciplina, ele consegue resultados porque a gente oferece ferramenta para ele.
Blog do Corretor:
E qual é o critério no processo de distribuição da indicação, por exemplo?
Sérgio Cardoso:
A Barela troca venda pela indicação. Nós abrimos mão de uma margem significativa da rentabilidade, acreditando que, investir na ferramenta para o vendedor poder trabalhar, a gente ganha no volume e na qualidade. Então, o corretor vem para a Barela porque ele sabe, quando ele confia a venda dele na Barela, entregando a sua venda para nós, ele vai ter como reconhecimento, nós já falamos no Destaque do Dia, mas o que é o Destaque do Dia? Nada mais é do que ele entregar a venda e no outro dia ele tem algumas indicações para ele já não começar do zero novamente. Passa a ser um círculo virtuoso: venda que gera indicação que gera venda. Eu acho que essa tem sido a nossa dinâmica.
Uma das salas onde funciona o Adm da Barela
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Blog do Corretor:
A Barela investiu na sua expansão. Abriu filial no Rio de Janeiro, abril o 9º andar aqui, como você mesmo já mencionou, mas logo após essas ações da Barela, o mercado foi surpreendido com um “tsunami” [referência a retirada do PF do mercado e a chegada do sindicato], você sabe qual é a “massa” desse fenômeno? (risos)
Sérgio Cardoso:
Qual é a força desse “tsunami”? Eu diria que é o imponderável. Nós estamos todos tentando entender. Eu acho que o mercado ainda não tem uma resposta certa. Eu acho que toda mudança, no final das contas… a chegada do Sincoplan, a médio prazo, deve ser boa para o mercado, eu acho que faz parte de um Estado democrático de direito – um sindicato, eu acho que os vendedores têm o direito de emergirem da margem em que estão hoje… muitos deles ganham muito dinheiro, mas você (sic) não consegue fazer um financiamento, o Marcio vai tratar sobre isso [referindo-se à palestra] e sobre a formalização. A gente tem defendido a formalização do vendedor. E nesse processo, atores como o sindicato, as operadoras, o Blog do Corretor, são importantes. Atores como a própria Acoplan são importantes… o que a gente discute um pouco… as operadoras é a forma. Muitas vezes a forma é autoritária e desorganizada, então…
Blog do Corretor:
E as decisões unilaterais, sempre.
Sérgio Cardoso:
Nós temos uma longa história de exclusão. A força desse “tsunami” é o imponderável. O que a gente sabe é que a gente está conversando com todos, conversando com o Sincoplan, com o Blog, conversando com as operadoras… discutindo para a gente buscar o caminho do meio. É sempre bom buscar o caminho do meio, porque o caminho que pode ser bom para um pode ser inviável para outro. O fechamento do 9º andar foi uma decisão ousada, que ninguém acreditava. Ninguém fechou o andar porque nós não estava vendendo(!). Nós fechamos porque nós não enxergávamos, naquele momento, um horizonte. E ainda hoje, estamos tentando encontrar uma luz. Mas se você me perguntar, se eu tenho alguma certeza daqui há seis meses, eu não saberia te responder.
Dois corretores exemplos de satisfação com a Corretora em que trabalham
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Blog do Corretor:
É sabido pelo mercado que o Marcio andou resistindo a tentação de fechar o varejo. Ele parou, está parando, vai parar, ou…
Sérgio Cardoso:
Eu acho que não. Até mesmo porque, conhecendo um pouquinho o Márcio, ele tem muita responsabilidade. Primeiro com os vendedores, que é quem paga o nosso salário, segundo com o time dele que depende da Barela, não dele. Então, são várias famílias que estão em jogo. Mas eu posso também te afirmar que às vezes a decepção é tão grande com esse mercado, que esse pensamento tem vindo à tona com certa frequência. Mas ele ama isso daqui. Posso te falar que isso daqui é a vida dele. Na verdade é o sobrenome dele, não é? Então, é o Márcio da Barela. Eu não sei como ele viveria sem. Mas do ponto de vista empresarial, é uma discussão que hoje está na mesa, sim. Ou a gente encontra o caminho do meio ou não vale a pena mais jogar esse jogo porque a regra está sendo mudada toda hora. Uma hora é pela Agência Nacional de Saúde, uma hora é pelas operadoras…
Blog do Corretor:
Quando você fala em “tsunami”, está se referindo ao sindicato ou às operadoras de um modo geral?
Sérgio Cardoso:
Eu acho que é o… quem usou esse termo foi você [risos]. Mas, assim, eu acho que é o sindicato. O Sincoplan. Eu não acho que o sindicato seja algo indecifrável. Eu acho importante e legítima, essa criação do sindicato. Eu tenho conversado com o Lima com uma certa frequência, com o Carlos Lima, o Márcio também, promovemos algumas situações para que esse ator viesse, conversasse com as Corretores, mas eu vejo muita dificuldade de entendimento, mesmo porque as Corretoras têm interesses muito particulares. Eu tenho visto dificuldade na busca por esse caminho do meio. Eu acho que este é o momento de todos nós, com responsabilidade no…
Blog do Corretor:
Muitas vezes é perdendo que se ganha, não é?
Sérgio Cardoso:
Muitas vezes é perdendo que se ganha. É dando um passo atrás que a gente pode avançar.
Blog do Corretor:
E quando eu utilizei o termo tsunami não foi nem no sentido pejorativo, mas no sentido de movimento, de…
Sergio Cardoso:
É uma mudança substancial. Eu acredito que toda crise, traz oportunidades. Eu não sou daqueles que demonizam sindicatos, nem culpo as operadoras, nem deixo de acreditar no nosso mercado. Eu só acho que a gente tem de ter a sabedoria e a inteligência para ir buscar o caminho do meio.
Blog do Corretor:
Para finalizar, eu tenho visto no Jornal da Band, como também no Jornal da Cultura, informações complicadas a respeito da atuação da ANS. Vejamos: é recorrente notícias na imprensa acusando a Agência Nacional de Saúde de ter seus diretores indicados pelo mercado e que a Agência atuaria para beneficiar as operadoras. Por outro lado, estas operadoras acusam a ANS de aumentar consideravelmente o rol de procedimentos que deverão ser cobertos pelas empresas de planos de saúde. Como você vê isso?
Sérgio Cardoso:
Eu sou um apaixonado pelo tema. Saúde pública e saúde suplementar, estudei um pouquinho o tema de forma menos superficial. De planos de saúde, todo mundo fala que entende, mas eu acho que poucas pessoas… eu diria que as pessoas que têm propriedade para falar sobre esse tema têm se omitido. A gente teve no ano passado, por exemplo, a revista Veja traz na matéria de capa uma ratoeira: Planos de Saúde. Ou seja, nós somos vistos como ratos, gatunos…
Blog do Corretor:
Vilões.
Sérgio Cardoso:
Os vilões desse segmento. E aí você vai ler a matéria e lá está de forma muito explícita: “se você não tiver cobertura, entre com uma liminar que você vai ter a cobertura”. Então isso rasga o princípio do plano de saúde que é o mutualismo. Não é mais o coletivo a serviço do coletivo. É a vontade do indivíduo que prevalece sobre todas as coisas inclusive sobre aquilo que foi contratualizado. A gente tem percebido aqui que liminar judicial virou aditivo contratual. E a matéria, quando você vai olhar o caso específico, muitas vezes o procedimento estava em carência ou não faz parte do rol de procedimentos, o repórter não conhece as Resoluções Normativas, não conhece o assunto e aí isso sai de uma forma vendável.
Blog do Corretor:
Se continuar assim, não haverá mais a necessidade da assinatura de um contrato?
Sérgio Cardoso
Normalmente, quando há algum demanda de Procom ou Reclame Aqui da Barela, eu atendo pessoalmente. E eu posso dizer uma coisa: em plano de saúde, pode estar tudo escrito, mas se o cliente disser que o vendedor o enganou ou prometeu coisa, não importa o que está escrito. Vou te dar um exemplo: nós temos a Carta de Orientação ao Beneficiário, estabelecida pela ANS que todo beneficiário de plano de saúde tem de assinar. Ele declara que leu que entendeu…
Blog do Corretor:
Para qualquer contrato?
Sérgio Cardoso:
De todos os contratos. Inclusive os coletivos por adesão. Que é exatamente para que o cliente fale: “Ah, o vendedor me prometeu isso, o vendedor me prometeu aquilo”. Como é uma relação de consumo, aí o ônus da prova é sempre do vendedor, é sempre da Corretora. O cliente pode alegar o que quiser. Somos nós quem temos de provar o contrário. O vendedor é muito discriminado nesse sentido.
Fabiano (Corretor Barela) apresenta o courier – responsável pela agilidade na entrega de proposta e por colher assinaturas dos clientes.
Blog do Corretor:
Mas depois de ver uma ratoeira na capa da Veja ligada à imagem dos planos de saúde…
Sérgio Cardoso:
Credibilidade zero. Eu sou de uma época que a gente almoçava com o cliente. Hoje já está mais complicado.
Blog do Corretor:
Que mensagem você mandaria para o mercado, para o corretor que está nos lendo, enfim.
Sérgio Cardoso:
A gente está vivendo um momento aí de uma certa perplexdade, de uma certa indecisão. Eu sou apaixonado por esse setor, adoro o que faço, o Marcio também, como eu te disse, é a vida dele isso aqui e eu sei que isso acontece com muitos outros donos de Corretoras. Esta não é apenas uma empresa. É uma empresa de um setor específico, muito importante, que tem uma Agência Nacional que regula, às vezes de forma enviesada, mas isso mostra a importância do nosso segmento. Agora está surgindo aí o Sincoplan, que vem também para trazer outras discurssões, que até então estavam enclausuradas, estava muito confortável para todo mundo… Eu estou muito confiante e ainda que nós não tenhamos a resposta hoje, nós vamos encontrá-la. E que esse caminho seja bom para todos. Talvez esse caminho ainda não esteje (sic) pavimentado, mas a gente vai encontrar uma direção e eu espero que seja o caminho do meio. O caminho que não seja de radicalização de uma parte ou de outra parte. Afinal de contas, nós temos responsabilidades com um setor que emprega, que produz riqueza, faz com que pessoas sejam salvas todo dia, que crianças nasçam… e nós não podemos nos eximir dessa responsabilidade. Mas não podemos também jogar tudo isso para as Corretoras. Acho que as Corretoras, Operadoras, o Sindicato e até o próprio vendedor tem de participar ativamente desse processo de mudança. O Blog, como um canal de expressão, acho que tem um papel fundamental nisso daí. De forma a abrir opinião para o contrário, para a divergência, para que isso consiga produzir um bom senso para todos.
Gilmar – um supervisor veterano e muito querido pelos corretores Barela
Blog do Corretor:
E o vendedor que está no Top 20, o que é que ele tem de diferente em relação ao corretor que não chegou lá ainda?
Sérgio Cardoso:
Primeiro que hoje para você ser bem sucedido na Barela, você não precisa necessariamente ser Top 20, tá? Mas o Top 20 tem garantido uma condição mínima de indicações por dia. Por quê? Ele já fez um resultado excepcional no mês passado. Eu acho que é muito importante a sua pegunta. Eu só queria frisar que na Barela o Top 20 não é um espaço. Embora as pessoas fiquem num espaço com muito conforto, frigobar, café, uma boa acústica, excelente ambiente, mas o Top 20, todo mês a gente tira o ranking de vendas e vê os 20 primeiros. Se você for o 21 você não é o 20. O Top 20 não são as pessoas que o Sérgio ou o Marcio mais gostam. São aqueles que dão mais resultados. E pode ser por um mês. Se ele cair no ranking.
Blog do Corretor:
Parabéns a você, ao Marcio Mantovani, parabéns a Barela e a todos os seus corretores pela posição de sucesso que essa Corretora conquistou, durante sua trajetória de 18 anos, e nela vem se mantendo.
Muito obrigado.
Sérgio Cardoso:
Obrigado a você e parabéns pelo Blog.
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