“O mercado não vai acabar; ele pertence a quem acredita nele. Nós acreditamos”, diz Batista em entrevista exclusiva

Moderador

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A história de Batista, fundador da United Class Corretora de Seguros, desenrola-se como um épico de superação, digno das telas de cinema. Sua trajetória, marcada por desafios e conquistas, é tão inspiradora que sua esposa já contratou um ghost writer para eternizá-la em palavras. Nascido no interior do Espírito Santo, Batista parecia destinado ao fracasso. No entanto, em vez de se render às adversidades, ele as transformou em degraus rumo ao sucesso.

Trinta e cinco anos se passaram desde que ele deixou sua terra natal, carregando apenas uma sacola de supermercado com seus pertences. Hoje, Batista é um dos empresários mais bem-sucedidos do mercado de planos de saúde do Rio de Janeiro e do Brasil, com várias unidades da United Class espalhadas. Sua jornada é um testemunho de resiliência e determinação, uma verdadeira ode à capacidade humana de superar obstáculos.

No primeiro sorteio da campanha de vendas Invictos 2024, Batista recebeu o Blog do Corretor em sua ampla e confortável sala, na sede da United Class, no Rio de Janeiro, para mais uma entrevista. Acompanhe:

Blog do Corretor:
De onde surgiu a ideia de fazer um Centro de Convenções?

Batista:
Surgiu da necessidade que o mercado tem de renovação. A gente percebe o mercado envelhecido, profissionais trabalhando exclusivamente as suas carteiras e morrendo com elas. É a última coisa que a gente quer que aconteça. A gente precisa de gente nova, de gente que venha com a mesma necessidade que eu tive, morando de favor, muitos anos atrás, e a gente precisa de ter essa oportunidade de ingressar no mercado, que eu vou continuar levantando a bandeira, que ainda tem muita água para rolar. Então, esse local essa unidade que a gente abriu foi para trazer novos players, treiná-los e reconhecê-los.

Blog do Corretor:
É suficiente?

Batista:
Na verdade é muito mais que isso. A Universidade United é para os novos e para aqueles antigos que desejaram se renovar. Tem muitos que querem, não são todos, alguns acham que já têm ali o tesouro deles, estão cuidando, eu parabenizo, mas eles envelhecem e morrem, e a gente precisa de sangue novo. E a gente não treina só para a gente.

Blog do Corretor:
Isso quer dizer que a UC está consciente de que treina para o mercado?

Batista:
Exatamente! A gente atrai o profissional, qualifica-o, treina para a gente, mas se esse indivíduo não se sentir bem conosco, ele vai girar pelo mercado. Mas geralmente ele volta para a gente. É um processo cíclico.

Blog do Corretor:
O corretor gosta de festa, mas o carioca gosta mais?

Batista:
É impressionante quando a gente fala de evento, o pessoal sai de longe vem e essa energia fantástica. E aí a gente escolheu esse ambiente. Foi justamente esse 4º andar aqui para gerar essa energia. Era um imóvel que estava ali parado, velho, porque eu tinha adquirido quando estava destruído.

Blog do Corretor:
Esse projeto não é original, mas é inovador. Quanto você investiu nessa estrutura com tanta tecnologia?

Batista:
Um pouco mais de R$ 300 mil reais, mas a questão ali não foi o dinheiro. Ali, como tudo o que a gente faz, foi o investimento. Mas independentemente do dinheiro ali não teve arquiteto, nem engenheiro e nem decorador. Ali foi o Batista e o Adriano. Nós somos os pensadores daquilo, os arquitetos, os decoradores. Quando inauguramos, ainda não estava 100%, mas eu decidi que iríamos começar com o carro ainda sem trocar todos os pneus.

Blog do Corretor:
Para lançar ou para pagar uma campanha ficou bem mais fácil. Agora é só subir alguns andares do prédio onde está a UC.

Batista:
Sem dúvida. E a gente se diverte fazendo isso porque você descobre que tem mais um talento. Não dá para passar fome não. Na verdade, não foi para não pagar um arquiteto ou um decorador, mas saber que a gente pode criar e executar com carinho, isso não tem preço. Fui eu e o Adrianinho. A gente se diverte fazendo isso.

Blog do Corretor:
Você está recorrendo a profissionais de venda de fora do mercado, como está acontecendo há algum tempo em São Paulo?

Batista:
Exatamente! Nós já tínhamos essa iniciativa num auditório lá atrás, eu acho até que você já visitou, mas decidimos ampliar. Eu comecei o meu primeiro grande emprego aos 19 anos. Hoje eu vejo muitos Batistas na minha frente. Nosso objetivo é preparar 500 novos corretores até o final de 2024, somente aqui no mercado do Rio de Janeiro.

Blog do Corretor:
Junto com a inauguração do espaço você lançou também a primeira de uma série de premiações da campanha de vendas que parece ter o tamanho de um caminhão.

Batista:
É verdade. Estamos sorteando campeões da campanha de vendas “Invictos 2024”, e faremos isso 12 vezes ao longo do ano. O último sorteio ocorrerá em março/abril de 2025.

Blog do Corretor:
Criar um ambiente onde vendedores são formados com o nome de Edson Bueno foi uma ideia muito emblemática.

Batista:
Dr. Edson é um ícone para o mercado, um homem com uma alma diferente. Não poderia haver um nome melhor. A gente na verdade está copiando a Universidade Amil lá atrás, que foi uma iniciativa da Amil, provavelmente com a brilhante ideia dele. Só não tinha essa funcionalidade do reconhecimento com as premiações. Mas usar o nome do Edson de Godoy Bueno nesse auditório, nada mais é do que reconhecer naquele homem que fez uma empresa daquele “tamanhinho” fazendo exatamente isso: treinando.

Blog do Corretor:
No mercado de São Paulo, e eu acredito que aqui no Rio também deve ter funcionado assim, as Corretoras envelopavam seus salões de venda e as operadoras e/ou administradoras pagavam a conta.

Batista:
Com a gente nunca foi assim. Quando eu comecei no prédio da Amil, eu lembro que eu usava terno e gravar durante o dia no escritório e à noite eu trocava por uma roupa de peão. E eu quem pintava, eu quem quebrava, era eu e um ajudante. E eu lembro bem quando eu botei o carpete. E aí me deu um desejo colocar um carpete azul. E nessa fase do carpete o Ricardo Escórcio, que estava no 11º andar, abria a porta e dizia: “Está ficando bonitinho”, e eu nunca pedi um real. Após a obra eu ganhei a concessão da Amil. Ele marcou uma reunião com 60 concessionários, ele me chamou à frente, me apresentou a todos e disse: “Vocês vão descer com ele aqui no 4º andar porque aquele é o modelo de concessionária que a Amil deseja ter. Isso foi em 2000. Faz exatamente 24 anos. E aí a Amil custeou para todos os outros o meu modelo [risos e mais risos]. O modelo que eu criei. E todos fizeram iguais.

Blog do Corretor
E a Amil pagando.

Batista:
Mas eu me sinto lisonjeado e feliz porque não tem problema de a operadora não pagar. Eu acho até que se ela tivesse pagado eu teria ficado acomodado e não teria chegado aonde cheguei. O fato de eu não pagar até me estimulou. Esta foi a diferença entre mim e os outros. Enquanto a Amil custeava e investia neles, eles ficavam vivos. Quando ela não fez mais, a maioria morreu. E eu estou vivo. E nem quero que ninguém me custeie.  

Blog do Corretor:
Você trabalha por dinheiro?

Batista:
Só trabalhei por dinheiro uma vez quando eu passei fome e precisava do dinheiro, porque eu tinha que comprar algo para comer. Depois disso nunca mais eu trabalhei por dinheiro. Hoje eu tenho corretores que eu formei lá atrás e estão no mercado, que hoje tomam chope comigo. “Você é meu mestre. Eu só estou lá porque o fulano faz isso e isso pra mim e eu sei que você não vai fazer aqui”. Eu digo para eles que continuem lá e continuamos tomando o nosso chpinho. Então, não é por dinheiro. É por prosperidade. É por algo maior do que o dinheiro que vem de acordo com as sementes que você plantar, regar… aí vem.

Blog do Corretor:
Mas nós falamos tanto da Amil, mas a Amil que a gente conheceu…

Batista:
Essa é da jararaca? [risos e mais risos]

Blog do Corretor:
É, mas você responde se quiser. Estamos a falar de uma Amil diferente porque diferente também era o tempo. A Amil, uma empresa brasileira que tinha a cara de seu fundador, e que eu lamento não ter tido a oportunidade de conhecê-lo melhor. Só fui saber de sua grandeza de espírito depois que ele se foi. Mas o legado dele está aí e ainda será inspiração para muita gente. Mas e a Amil de hoje? Esta é a pergunta da jararaca. Você está apostando nessa retomada da Amil? Porque o fato de ela ter voltado para as mãos de um brasileiro, que foi corretor, que tem uma competência extraordinária… isso tem um peso muito grande, não?

Batista:
É verdade! A Amil do Edson era uma Amil. Depois que foi comprada por um grupo que… Guardadas as devidas proporções, eu acho que o pensamento dele era bem parecido com o meu. Ele trabalhava por prazer. E a Amil foi uma máquina. Depois que foi vendida para um grupo que só pensava no lucro, perdeu a sua identidade. Dr. Edson colocava ali a sua alma. O americano não botava a alma. Já esse novo grupo, que veio da pasta, assim como eu, o Jr. veio da pasta, o próprio Alberto Bulos… são dois ícones dentro desse mercado, vieram da pasta. Estou muito confiante que a Amil deixa de ser aquela Amil da fase do americano e se eles tiverem o pensamento que o Dr. Edson tinha, ela volta a ser a Amil que era. E eu sinto que eles já estão fazendo isso. E rogo a Deus que isso aconteça.

Blog do Corretor:
E para que isso aconteça, serão necessárias decisões como aquela que cancelou o contrato com todas as administradoras tradicionais. Isso trouxe um desconforto para os empresários e até mesmo para o comando da Amil, não?

Batista:
Ah, eu acho! São decisões de quem já esteve do outro lado da cadeira. Para fazer isso é porque é necessário. Ali não tem nada na emoção. Há uma razão para fazer. Agora vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos, esperando que seja em prol desse nosso mercado, com um olhar especial para a corretagem que colocou a Amil onde ela está. Eu estou certo de que no momento certo eles vão trazer ações que contribuirão com o crescimento da Amil e do mercado, em que pese o fato dos ajustes pelo qual esse mercado está passando.

Blog do Corretor:
E por mais complexo que seja sempre dá para se ajustar, não?

Batista:
Com certeza! Esse mercado começou com o plano individual lá atrás. Depois vieram os empresariais. Quando eu entrei no mercado, só podia vender plano individual. Se eu tivesse um cliente CNPJ, eu tinha de indicar o Manu, que era um especialista do plano empresarial. Depois, o mercado se abriu para que eu pudesse vender tudo. Em seguida, veio o mercado do coletivo por adesão, que começou com o Junior, com a Qualicorp, e o Beto. Agora, há uma remodelação no plano por adesão e outra no plano empresarial. Então, o mercado está se ajustando, como sempre foi. Eu não conheço esse mercado de uma única forma nesses meus 35 anos.

Blog do Corretor?
É preciso compreender que o mercado é vivo e que, portanto, se transforma, muda…

Batista:
Sim, ele está se remodelando, se reinventando como sempre fez. E nós vamos nos ajustando também. O mercado precisa desses movimentos, o mercado não vai acabar; ele é de quem acredita nele. Nós acreditamos.

Blog do Corretor:
Você tinha a administradora Muito Mais…

Batista:
Era Muito Mais Saúde. A carteira foi para a Qualicorp, em 2020, e hoje eu sou corretora em várias modalidades: só de coletivo por adesão, só de PME, só de empresarial… a gente está no mix de mercado, mas só como corretora.

Blog do Corretor:
Além do seu talento, ou melhor, dos seus talentos, você teve o merecimento de atrair pessoas boas e competentes como Adriano Fernandes, Edson Almeida e ainda a Fernanda Batista, que além de mãe de seus filhos é uma peça fundamental na empresa. Essa é a receita do sucesso?

Batista:
É isso que sintetiza o nosso trabalho hoje. Pessoas boas se misturam com os bons, e os ruins são expurgados naturalmente. Sou extremamente grato e feliz por atrair pessoas boas. Portanto, faço o meu melhor para que você esteja feliz. Você mencionou alguns nomes aqui que eu gostaria de destacar. Primeiro, a Fernanda. Ela é diferenciada. Minha esposa há 20 anos, essa garota surgiu na minha vida do nada, mas eu conheço o coração dela. Adriano está comigo há 10 anos. Edson foi meu diretor na Amil, e hoje estamos juntos nessa relação maravilhosa. E agora, com a energia contagiante do Rodrigo, que é uma pessoa do bem, sinto que nos parecemos muito, e isso faz uma grande diferença.

Blog do Corretor:
Muito obrigado, eu fico muito feliz em registrar a sua história. E não é primeira vez…

Batista:
Você é testemunha ocular [risos]

Blog do Corretor:
E vou continuar sendo. Parabéns!

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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