Por Thaís Ruco
Se o crescimento das operadoras está nas mãos da área comercial, os corretores têm que acompanhar o futuro, que chega em alta velocidade no quesito tecnologia. Para a diretora da VIACORP Administradora de Benefícios e Assessoria em Seguros e presidente da Acoplan (Associação das Corretoras de Seguros de Planos de Saúde), Rosa Antunes, as operadoras destinam milhões para tecnologia e não investem uma mínima porcentagem para inserir o corretor no mundo digital. “Tudo que eu sei, atuando com várias operadoras de planos de saúde, é mérito meu e interesse próprio em correr atrás. Leio muito, assisto a muitos cursos online, mas nem sempre é um bom conteúdo ou um material específico do nosso setor. Na venda de planos de saúde ainda tem corretor que não sabe emitir uma proposta, as operadoras deveriam ter vídeo-aulas sobre todos os processos da venda e de cada ferramenta existente, dos produtos exclusivos e de como usar”.
Para a especialista, os corretores de saúde têm mais dificuldade em encontrar a qualificação. “Observo que, principalmente em saúde, o corretor está bem mais distante do mundo da tecnologia porque não houve uma preocupação das operadoras em inserir os vendedores no mundo digital, mas nunca é tarde. Os corretores de seguros habilitados pela Susep para atuação em todos os ramos estão tendo mais acesso a encontros, palestras, workshops e transmissões ao vivo que vêm das seguradoras. O presidente de uma grande seguradora palestrou recentemente e foi muito feliz em sua colocação: ‘Do que adianta ser uma seguradora digital se os corretores não forem digitais?’".
O fato de o corretor não estar inserido no ambiente online também atrapalha todo o ciclo de vendas. “O cliente deixa de usufruir do investimento feito para encantar, facilitar e elevar a operadora ao patamar que ela de fato está. Por outro lado, se ele estiver inserido pode ser um facilitador de acesso, prestando assistência ao cliente nas dificuldades e melhorando as ferramentas com sugestões que ainda não foram pensadas”, analisa. Para reverter o quadro, Rosa acredita que as operadoras e seguradoras precisam criar cursos obrigatórios com o foco em tecnologia. “É do interesse das operadoras ter uma qualificada força de distribuição, os corretores são os braços da empresa na ponta, elo com os clientes, e não podem ficar esquecidos nos investimentos em melhorias”.