O presidente da Amilpar, Edson Bueno, afirmou na segunda-feira, (3), que todas as empresas do setor de saúde no Brasil estão obtendo resultados negativos. Segundo ele, isso ocorre devido a regulamentação do governo, que dificulta os negócios da iniciativa privada.
"Todas as empresas do setor de saúde do Brasil estão saindo com resultado operacional negativo. Houve uma mudança de cenário interno no Brasil. Com a mudança de cenário, todas tiveram resultado negativo", disse.
Em evento do banco de investimentos Credit Suisse, Bueno fez uma apresentação otimista do Brasil. Frisou a ascensão da classe média e minimizou a "tempestade" nos mercados internacionais.
"Não existe tempestade o tempo todo, nem calmaria o tempo todo. Quem se preparar vai estar na frente", afirmou Bueno. empresário disse, porém, que é preciso avançar na regulamentação do setor, para incentivar o setor privado. "O que precisa é fazer uma regulamentação que facilite as nossas vidas", afirma.
"Uma consulta médica leva mais de uma semana para ser marcada, no mundo inteiro. Aqui, se você não marcar, você recebe R$ 80 mil de multa. Se você atropelar uma grávida na calçada, bêbado, você paga R$ 1.000. Se atrasar uma consulta são R$ 80 mil. Isso é três vezes o salário da presidente", queixou-se.
Bueno vendeu a Amil e tornou-se sócio da americana United Health Group na Dasa (laboratórios da América). Embora não tenha revelado medidas [ele está em período de silêncio para o resultado da Dasa], Bueno disse que, devido a mudança de cenário, algumas metas não serão atingidas. "Quando você percebe que está num lago e não está pegando muitos peixes, você tem que mudar de lugar. Tem que fazer ajustamento de objetivos e metas, temporariamente, porque eu acho que no longo prazo a saúde privada é fundamental para o crescimento da saúde do nosso país", afirmou.
Fonte: Folha de São Paulo