Procura por tratamento para parar de fumar cai na pandemia

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De acordo com relatório do Inca, redução em 2020 foi de 66%; acompanhamento multidisciplinar é essencial para auxiliar

SÃO PAULO – A busca por tratamento para parar de fumar caiu 66% em todo o país durante 2020 devido à pandemia de Covid-19. A informação foi divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) nesta quarta-feira (25) e faz parte do relatório "Tratamento do Tabagismo no SUS Durante a Pandemia de Covid-19 – Resultados".

Segundo o estudo do Inca, a dedicação quase exclusiva dos serviços de saúde para o tratamento de pessoas com o coronavírus, além do medo da população em buscar atendimento por causa da doença, foram os principais fatores que contribuíram para essa diminuição. A maior redução da procura por tratamento da dependência de nicotina foi registrada na região Sudeste: 68%.

No domingo (29.08), é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data ressalta a importância de reduzir o tabagismo, que, no Brasil, mata 162 mil pessoas ao ano, de acordo com o Inca. O país tem anualmente uma despesa de R$ 125 bilhões para cobrir o tratamento de doenças causadas pelo cigarro.

O diretor médico da Qsaúde, Ricardo Casalino, que é cardiologista, afirma que o consumo de tabaco ou a exposição à sua fumaça são importantes fatores de riscos para as principais causas de morte da população, como doenças cardiovasculares, respiratórias e câncer.

E, especialmente durante a pandemia de uma doença respiratória que tem, entre os fatores de risco, condições cardíacas, a dependência do cigarro se torna ainda mais perigosa. Segundo Casalino, por alterações na dinâmica pulmonar, os tabagistas estão mais suscetíveis a infecções virais e bacterianas e complicações pulmonares como a infecção por Covid-19.

Acompanhamento multiprofissional é importante para ajudar a parar de fumar

"Para abandonar o cigarro, é preciso ser acompanhado de perto de uma equipe multiprofissional. Esse time auxilia o paciente nas estratégias de controle da abstinência, principalmente nestes tempos difíceis de pandemia em que alguns hábitos ficaram mais evidentes e servem de 'escudo emocional' para as pessoas", afirma Casalino.

Na Qsaúde, cerca de 10% dos clientes afirmam ser fumantes. Para esse grupo de pacientes, é realizado um monitoramento próximo com o time de saúde da operadora e os médicos de família das clínicas Einstein para atuar com medidas de controle do vício. O objetivo é entender o contexto social e familiar e os hábitos de vida para traçar um plano de cuidado, que inclui não somente largar o vício, mas também adotar atitudes mais saudáveis e sustentáveis no longo prazo.

Ainda é oferecido suporte com equipe multidisciplinar, que conta com médicos especialistas de diferentes áreas e psicólogos. "Nosso objetivo é cuidar de cada cliente de forma personalizada e integrada. Olhamos para o momento atual e as necessidades daquela pessoa com foco em qualidade de vida, prevenção e controle de doenças", diz Casalino.

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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