Um dos mais importantes negócios dos últimos anos na área médica de Guarulhos está em sua etapa final: a compra do Hospital Carlos Chagas e de parte da Seisa, empresa de seguro saúde, pelo Grupo Amil.
A informação sobre a transação é dada como certa por várias fontes do mercado de seguro saúde de Guarulhos e por funcionários do próprio hospital, mas ainda não foi confirmada oficialmente.
A Amil ainda aguarda os resultados finais de uma auditoria (due diligence) nas contas do hospital e das empresas do grupo, que já começou.
A auditoria é a providência habitual das empresas interessadas na compra, antes do desfecho do negócio e da definição do valor final da transação.
Procurada pelo DG, a diretoria do Hospital Carlos Chagas disse não ter conhecimento da negociação.
Já a assessoria da Amil não confirmou e nem desmentiu. Disse apenas que não comentaria “especulações”.
O verdadeiro interesse da Amil estaria na carteira de clientes do Carlos Chagas e da Seisa.
De acordo com fontes próximas do hospital, a Amil assumirá oficialmente operações do grupo Carlos Chagas num período entre dois e seis meses, dependendo dos resultados da auditoria.
Nenhuma das fontes consultadas soube dizer se a empresa manterá ou demitirá os atuais funcionários do hospital e das empresas de seguro saúde.
O Grupo Amil adotou uma postura mais agressiva no mercado de saúde depois que passou para o controle da United Health dos Estados Unidos, em outubro do ano passado.
A United Health adquiriu 90% das ações das Amil por US$ 4,9 bilhões, ou R$ 9,9 bilhões, à cotação da época.
A United Health é a maior operadora de seguro saúde dos Estados Unidos. Tem uma carteira de 70 milhões de clientes em 17 países. Faturou US$ 102 bilhões em 2011.
Já a Amil do empresário brasileiro Edson Bueno era a maior empresa nacional de seguro saúde, com cinco milhões de usuários.
A negociação entre os dois grupos demorou três anos. Foi o maior negócio da história do mercado de seguro saúde do Brasil.
O Hospital Carlos Chagas começou em 1962, como um modesto pronto-socorro de apenas quatro leitos.
Em 1964, com 12 leitos, passou a chamar-se Pronto-Socorro e Maternidade Guarulhos. Em 1969, passou a chamar-se Hospital Carlos Chagas.
Em 1973, o hospital criou a Seisa. Hoje, o grupo é formado pela Seisa Assistência Médica, pela PressMed Saúde Ocupacional e pela Dental Center Assistência Odontológica, mais o hospital.
Segundo uma fonte ligada às empresas, apenas a PressMed ficaria de fora do pacote negociado com a Amil.
Por: Eurico Cruz