Sinal vermelho nas contas da Queridinha do ABC

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Sem receber de clientes, Unimed ABC atrasa salários


por Fábio Munhoz

Afetada pela crise econômica, a Unimed ABC atrasou o pagamento aos seus cerca de 1.000 trabalhadores na região. A empresa, que atua no modelo cooperativista, não depositou o adiantamento dos vencimentos de abril – previsto para cair na última semana do mês – nem a parcela de 60% do salário que deveria cair na conta dos funcionários no quinto dia útil de maio.

O presidente do Sindsaúde ABC (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Saúde do Grande ABC), Almir Rogério da Silva, afirma que a promessa da empresa é a de que 100% dos vencimentos de abril – incluindo o adiantamento, portanto – sejam pagos na quinta-feira. “Eles pediram que o sindicato não interviesse até o dia 12. Demos um voto de confiança, pois, além de ser um setor essencial, a Unimed ABC nunca teve esse histórico de atrasar salário.”

Independentemente de o compromisso firmado ser ou não cumprido, estão marcadas assembleias para sexta-feira nos locais de trabalho. Caso o depósito não tenha sido efetuado, a categoria pode deflagrar greve. “Se for pago, vamos tirar um encaminhamento do que dever ser feito caso essa situação volte a ocorrer”, acrescenta Silva.

O sindicalista diz ter recebido da cooperativa a informação de que houve atraso por parte dos clientes empresariais – a Unimed ABC só comercializa planos para pessoas jurídicas – e, por esse motivo, não teve condições de acertar a remuneração em dia. A companhia atende a 106 mil vidas.

Procurada pelo Diário, a empresa não entrou em detalhes sobre os atrasos nos recebíveis. Disse apenas que o Grande ABC é “duramente atingido” pela crise na economia brasileira e reforça que esta foi a primeira vez em 45 anos de história que teve de “postergar o pagamento dos colaboradores”. “A Unimed ABC sempre cumpriu regularmente suas obrigações, e estamos confiantes de que é um momento temporário e que as ações em andamento reencontrarão o equilíbrio e a solidez da empresa”, disse, em nota, confirmando que os depósitos serão feitos na quinta-feira.

INSEGURANÇA – Entre os trabalhadores, o temor é o de que o futuro da operadora seja o mesmo da Unimed Paulistana, que tinha dívida bilionária e faliu no fim do ano passado. A empresa, que tinha 744 mil clientes, foi definitivamente retirada do mercado de planos de Saúde em fevereiro deste ano.

Nos bastidores, comenta-se que a Unimed Paulistana devia cerca de R$ 20 milhões à Unimed ABC. “A empresa ainda não sentou com a gente para expor claramente a sua situação. O que cobramos é transparência”, finaliza Silva.

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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