Especialista chama a atenção e dá dicas de como evitar hábitos que prejudicam de forma silenciosa a saúde mental
Por Carol Rodrigues
A pandemia da Covid-19 impactou diferentes aspectos da vida da população mundial. Segundo dados compilados em 2022 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 1 bilhão de pessoas vivem com algum tipo de transtorno mental atualmente.
A psicóloga e cofundadora da Savvy Consultoria, Deise Fornazier, destaca que, atualmente, as pessoas têm feito um esforço enorme para conter as desordens emocionais, especialmente os casos de depressão, ansiedade e outros sintomas graves. “Devido ao impacto emocional das perdas familiares, o sentimento de medo, a falta de socialização e a instabilidade no trabalho aumentaram o nível de estresse e sofrimento psíquico das pessoas”, ressalta.
Segundo ela, distúrbios emocionais como insônia, altos níveis de estresse casos de depressão e de ansiedade aumentaram significativamente. “A pandemia fez com que esses distúrbios ficassem mais ‘aflorados’ em virtude de tantos estímulos negativos que todos vivenciaram. Infelizmente, os efeitos psicológicos destes últimos dois anos continuam fortes e presentes na vida dos brasileiros, que tentam retomar a normalidade, muitas vezes sem sucesso”, completa.
No Brasil, essa dificuldade fica mais evidente devido à falta de assistência básica para a população. Nesse sentido, na visão de Deise, as operadoras de planos de saúde exercem um papel fundamental. “Elas mudaram o modelo de atendimento aos beneficiários com foco na saúde mental, atualmente com canais de atendimento psicológico através da Terapia On-line”, destaca.
Um alerta para as empresas
De forma geral, as empresas estão mais sensíveis à questão da saúde mental, desenvolvendo programas direcionados, como palestras vivenciais com integração de três componentes principais: sentimentos, razão e emoção. Além disso, geram reflexões práticas e valiosas que podem ser aplicadas na vida real, além de práticas como meditação e atividade física em grupo.
Desde 2014, a campanha Janeiro Branco tem ajudado a mobilizar mais pessoas em torno das saúdes mental e emocional. “A saúde mental está diretamente relacionada ao autoconhecimento, tempo de lazer, acompanhamento terapêutico, apoio familiar e de amigos, criar laços comunitários, estabilidade e qualidade de vida e se faz necessário o apoio governamental através de acessos básicos à educação, alimentação, emprego e moradia”.
“Burnout nas corretoras”
Especificamente em se tratando das corretoras de planos de saúde, Deise observa que a síndrome de burnout, caracterizada como um distúrbio emocional com sinais de cansaço extremo, estresse e esgotamento físico, está mais frequente entre os colaboradores dessas empresas.
“A sua principal causa é o excesso de atividades e é observada com mais frequência em colaboradores que trabalham todos os dias sob pressão e com responsabilidades constantes”, explica.
Para buscar o equilíbrio, a Savvy Consultoria, por exemplo, atua baseada no calendário da ANS em seus meios de comunicação com os colaboradores e clientes, e busca transmitir conhecimento e orientação sobre a importância da saúde mental constantemente. “Buscamos praticar momentos de descompressão entre nossos colaboradores, além de termos uma equipe multidisciplinar no atendimento de pós-vendas para nossos clientes”.
A atenção à saúde mental é algo que todos devem priorizar. A psicóloga ressalta a importância de procurar um psicoterapeuta ou psiquiatra e investir em hábitos que reflitam positivamente na saúde mental.
“Avalie seus hábitos e a importância da conscientização sobre prevenção ao adoecimento emocional. As pessoas devem se preocupar mais com a saúde física e saúde mental que, afinal, andam juntas. É necessário adquirir novos comportamentos por meio de novos hábitos no dia a dia, além de ser fundamental as consultas com um especialista”, recomenda.
Como evitar
A especialista destaca alguns hábitos que prejudicam de forma silenciosa a saúde mental. Confira:
– Não expressar o que está sentindo: Guardar os seus sentimentos ou não expor sobre algo que tenha lhe deixado desconfortável pode gerar uma série de problemas.
– Se comparar de forma excessiva: Cuidado! A comparação com outras pessoas pode muitas vezes fazer com que se sinta inferior aos demais.
– Querer fazer tudo sem ajuda: Sabe aquela frase… “deixa que eu faço”? Não precisa ser assim, por que não pedir ajuda?!
– Assumir responsabilidades que não lhe pertence: Todos nós já temos muitas tarefas, então, não assuma o que não é seu ou que não esteja sob seu controle.
2 comentários em “Síndrome de burnout está mais frequente entre os colaboradores das corretoras”
E que corretora está se lixando pra isso ?
Ainda mais com mao de obra barata e alta taxa de desemprego ?
Como a vida corporativa é hipócrita.
Eu acho que depende da corretora. Respondendo ao colega acima.
É claro que deve ter corretora que não está nem aí, mas há aquelas que levam em conta esses valores e o artigo é dirigido a quem tem essa preocupação e deve incomodar aqueles que não se preocupam com isso.
Parabéns pelo texto.