Ou um Plano Para Salvar o Consumidor
No ano de 1929, conforme os livros de História, a economia estadunidense, fortalecida pelas exportações de seus produtos para a Europa, foi à bancarrota em razão de um processo geopolítico pós-guerra.
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Reconstruídas, as nações europeias diminuíram drasticamente a importação de produtos industrializados e agrícolas dos Estados Unidos.
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Com a diminuição das exportações àquela região, as indústrias norte-americanas começaram a acumular os estoques de produtos, pois já não conseguiam mais vender como antes.
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Estava, então, instalada a maior depressão econômica “nunca antes vista na História” daquele país.
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A solução para a crise surgiu apenas no ano de 1933.
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No governo de Franklin Delano Roosevelt, foi colocado em prática o plano conhecido como New Deal.
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De acordo com o plano econômico, o governo norte-americano passou a controlar os preços e a produção das indústrias e das fazendas. Com isto, o governo conseguiu controlar a inflação e evitar a formação de estoques. Fez parte do plano também o grande investimento em obras públicas (estradas, aeroportos, ferrovias, energia elétrica etc), conseguindo diminuir significativamente o desemprego.
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O programa foi tão bem sucedido que no começo da década de 1940 a economia norte-americana já estava funcionando normalmente.
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Mais ou menos o que fez o então presidente Lula, quando assumiu o governo brasileiro com uma dívida externa escalafobética, desemprego, recessão… e os juros da taxa Selic (26,5%) estrangulando o padrão de vida dos cidadãos.
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Hoje, no governo Dilma, não obstante a redução dos juros pelos bancos do Brasil e Caixa Econômica, a taxa Selic oscila na casa de um dígito (7,90%) e ainda é usada pelo governo como instrumento de controle da inflação.
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E os planos de saúde, o que têm a ver com crise econômica, juros, queda na Bolsa? Tem tudo a ver; principalmente nos dias de hoje(!)
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Ultimamente, como já é do conhecimento de todos, o nosso mercado passa por uma crise sem precedentes.
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Assustados, os corretores observam que as empresas que operam no mercado de planos de saúde, estão, aos poucos, optando por centralizar suas vendas no mercado de planos coletivos por adesão, em detrimento do mercado dos planos individuais conhecidos como: Pessoa Física.
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A Amil, que recentemente soltou uma Nota informando que receberá seus últimos contratos PF somente até o dia 24/06/2013, foi seguida pela Green Line e recentemente pela Golden Cross.
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Cautelosas, as duas últimas (Green Line e Golden Cross), fizeram uma opção curiosa: limitaram as suas vendas do PF aos seus salões internos, provavelmente se preservando de eventuais questionamentos da ANS, e até mesmo de algum partido político radical de esquerda. Para todos os efeitos, “estas Operadoras disponibilizam o produto para pessoas físicas” – argumentarão seus aparatos jurídicos.
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Olhando pela janela do futuro, o corretor poderá concluir que, em breve, não haverá outro produto, senão aquele que está vinculado a uma entidade de classe.
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Se isto é bom ou ruim, não é esta a questão a ser discutida no momento .
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Por outro lado, tanto a sociedade consumidora quanto o corretor que comercializa os produtos, precisam saber o motivo pelo qual estas empresas estão retirando este produto da prateleira e deixando o consumidor com pouca oferta. Um fenômeno, a propósito, que vai de encontro ao modelo do livre mercado, tão endeusado pelo país de onde vem a UnitedHealth – os EUA.
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É preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre os lucros das Operadoras e o Serviço que deve ser prestado ao usuário de planos de saúde.
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Talvez, por isso, o líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), protocolou, na tarde desta quinta-feira, 6, na Câmara dos Deputados, requerimento para criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de irregularidades nos serviços de planos de saúde prestados por empresas e instituições privadas.
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Se esta CPI for de fato instalada e levada a cabo (o que parece improvável, em se tratando dos valores com os quais são constituídos o Congresso Nacional), aí, então, talvez encontremos o fulcro da questão não revelada e consequentemente a solução para o problema: um lucro justo e devido às Operadoras e um atendimento de qualidade ao associado.
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Assim, fica aqui registrada a necessidade urgente que o mercado tem de encontrar um New Deal capaz de salvar os Planos de Saúde no Brasil e, por conseguinte, os pacientes consumidores, nas filas – à espera de um milagre.