O empresário Edson Bueno, fundador da Amil, está aberto a negociações para a entrada de um sócio na companhia. Alguns analistas apostam até mesmo na venda do seu plano de saúde, sem incluir a divisão de hospitais e clínicas. Outros apostam que o empresário pode negociar a formação de uma joint venture, com um parceiro internacional, e manter voz nos dois segmentos.
Um primeiro passo concreto para uma associação foi dado com a gigante americana United Health Care que chegou a fazer uma due diligence na Amil, mas desistiu da transação no fim do processo, segundo o Valor apurou. A United tem uma carteira com 70 milhões de clientes e registrou no segundo trimestre receita de US$ 27,3 bilhões. A receita prevista para este ano é de US$ 110 bilhões. Procuradas, a Amil informou que não comenta rumores e a United Health Care não atendeu o pedido de entrevista.
Bueno contratou o Credit Suisse para assessorá-lo nesse processo de negociação com investidores. Hoje o empresário concentra 65% da operadora do saúde – com essa fatia elevada, tem um bom espaço para trazer um sócio, diluir sua participação e manter-se no controle.
Ainda, segundo fontes do setor de saúde e do mercado financeiro, o empresário pode optar por se dedicar aos negócios de hospital, clínicas e laboratórios que têm maior margem e não são regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) como acontece com os planos de saúde.
A Amil detém 22 hospitais e 44 clínicas médicas que atendem seus próprios clientes e também de outras operadoras do mercado. Esse negócio teve receita de R$ 345 milhões no primeiro semestre, um crescimento de 24,6%. Já entre os planos de saúde individuais e corporativos, o aumento foi de 12,3% e 19,7%, respectivamente, nesse mesmo período de comparação.
Na pessoa física, Bueno também é dono de seis hospitais localizados em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Além disso, é o maior acionista na Dasa, empresa de medicina diagnóstica.
Atualmente, Bueno tem dado uma atenção especial à construção de dois hospitais que estão recebendo investimento de cerca de R$ 550 milhões. Localizado no Rio, o Hospital das Américas terá 500 leitos e a primeira etapa deverá ser concluída no segundo semestre do próximo ano. Em São Paulo, outro projeto importante em andamento é o hospital TotalCor, com 200 leitos.
Na negociação em curso, há a possibilidade de Bueno ter um novo sócio que injetaria mais recursos na companhia. Uma fonte avalia que seria relevante para o negócio da Amil buscar um parceiro estratégico internacional e que, além, da United Health Care, outros estrangeiros têm interesse de ingressar no Brasil.
O que poderia ser desenhado seria um modelo de joint venture em que Bueno permanecesse no comando tanto do negócio de hospitais quanto dos planos de saúde. O ponto é que, para fechar a parceria, Bueno pediria não o valor dado para a Amil pelos investidores em bolsa hoje, mas aquele que o empresário acredita que o negócio vale.
A United Health Care tem rondado o mercado de saúde brasileiro há pelo menos cinco anos. Constantemente, um executivo do grupo americano está no Brasil.
Fonte: Valor
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NOTA:
E se você não esteve na festa da Padrão/Amil/Qualicorp, a gente vai contar tudinho para você. Hoje ou amanhã, uma análise da festa sob o olhar do Blog do Corretor.