Além do aculturamento e sensibilização da população, empreendedorismo e customização estão entre os motivos da alta dos seguros em grupo que, apenas na Lojacorr, cresceram 38%
Por Lojacorr | Mariana Okita
BELO HORIZONTE – Saúde é um bem precioso e o cenário sanitário vivenciado nos últimos anos reforçou ainda mais a sua importância. Ter um plano ou seguro de saúde se tornou prioritário para todos. E apesar das adversidades enfrentadas em razão das crises sanitária e econômica, muitas empresas e pessoas mantiveram esse investimento, pois demonstraram preocupação com a qualidade de vida e buscaram a facilidade dos planos no dia a dia.
Somente em 2021, de acordo com levantamento realizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as operadoras registraram 1,5 milhão de novos beneficiários. Este foi o maior crescimento para o período de um ano desde 2013. O último levantamento feito pela ANS, em abril, mostra que há 49,4 milhões de brasileiros segurados, mas a expectativa do setor é continuar subindo até o final do ano e ultrapassar o total de 50 milhões.
O destaque maior foi com os planos de saúde de contratos empresariais, totalizando cerca de 34 milhões em relação aos 9 milhões de pessoas dos planos individuais. As empresas investiram na saúde empresarial como fundamental para melhoria do clima organizacional, produtividade e crescimento. Segundo Luiz Longobardi Junior, diretor de Distribuição e Mercado (CCO) da Rede Lojacorr, maior Rede de Corretoras de Seguros Independentes do Brasil, os benefícios do Seguro em Grupo são muito importantes e estratégicos para os negócios. “Embora não seja obrigatório em todos os casos, é uma forma da empresa valorizar e cuidar dos colaboradores. Atrai os melhores e mais capacitados talentos para a empresa e faz com que eles se mantenham interessados em continuar. Além disso, o seguro saúde empresarial diminui diversos riscos, faz com que o colaborador frequente consultas com certa regularidade e consiga evitar possíveis agravamentos de situações controláveis”, explica.
Em 2022, os seguros de saúde empresariais (Saúde em Grupo) também foram destaque na Rede Lojacorr. Dados mostram que de janeiro a agosto deste ano foram mais de R$ 65,8 milhões em produção. Se comparado a cerca de R$ 47,6 milhões no mesmo período do ano passado. Um crescimento de mais de 38%. “Isso demonstra um grande interesse das empresas em manter o investimento que traz segurança e valoriza seus funcionários”, finaliza Longobardi.
Apesar da frequente confusão desses tipos de coberturas do plano e do seguro saúde, a diferença das duas é notável na prática. Além do preço mensal, que costuma ser menor no seguro saúde, o plano de saúde oferece ao consumidor uma abrangência limitada a um conjunto de profissionais e de estabelecimentos conveniados à operadora. Portanto, se o serviço ou tratamento demandado pelo paciente estiver dentro da cobertura do contrato, ele consegue a consulta pelo plano, mas se o tratamento estiver excluído da cobertura, em regra, o usuário é que deve arcar com as despesas na totalidade. Já com o seguro de saúde, o consumidor não fica limitado à rede de conveniados imposta pela operadora e o consumidor com o seguro fica mais livre de escolhas de seus profissionais e é ressarcido pelas consultas e atendimentos realizados.
O crescimento por planos e seguros de saúde empresariais também está ligado ao quanto o mercado de Pequenas e Médias Empresas (PME) vem crescendo de forma constante nos últimos anos. De 2017 até o primeiro trimestre de 2022, por exemplo, o número de beneficiários no mercado PME cresceu 27%. Esse crescimento deve se manter nos próximos anos, com o número de pessoas que decidem empreender e abrir seu próprio negócio crescendo a cada ano. Segundo dados do SEBRAE, houve um crescimento de 8,7% para 9,9% da população brasileira, com mais de 14 milhões de empreendedores estabelecidos no País.
Estratégias das operadoras e seguradoras
Stenio Max Fernandes de Freitas, concessionário da Rede Lojacorr no Rio Grande do Norte e corretor especialista em seguro saúde, vice-presidente de Marketing e Eventos da Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e Resseguros), ressalta que esse crescimento também é resultado da modernização. As operadoras e seguradoras já vinham investindo em novas tecnologias digitais, principalmente nos aplicativos, mas quando o isolamento foi decretado essas empresas tiveram que acelerar a entrega de muitos serviços que trouxeram conforto e segurança para seus clientes, em especial a telemedicina.
A SulAmérica foi uma das empresas que apostaram nessas ferramentas. No segundo trimestre de 2022 contabilizou 4,7 milhões de beneficiários em saúde e odonto, um crescimento de 9,4% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, considerando as 127 mil adicionadas com a conclusão da aquisição da Sompo Saúde ao final do trimestre. “A estratégia midticket seguiu evoluindo e vem mantendo um ritmo de crescimento consistente. No fechamento trimestral, este nicho de atuação já alcançava mais de 207 mil beneficiários (62,1% a mais do que em igual período de 2021)” afirma Luciano Lima, diretor Comercial da SulAmérica. Segundo ele, para 2022 a expectativa é chegar a 5 milhões de beneficiários.
A Bradesco Saúde também aposta nas PMEs. Segundo o diretor-gerente da Bradesco Saúde, Flávio Bitter, o objetivo é atender às necessidades específicas de cada empresa. ” O SPG (seguro para pequenos grupos), segmento em que estão as PMEs, é cada vez mais importante. Hoje, são cerca de 170 mil empresas clientes desse porte, responsáveis por mais de 1 milhão de vidas”, diz.
Além do uso da tecnologia, o executivo da Bradesco Saúde relata ainda que uma das estratégias para que o seguro saúde chegue a mais empresas em todo o país é a regionalização. “Customizamos o seguro com a realidade local, mas que garantem cobertura nacional”. Na comparação de julho deste ano com o mesmo período do ano passado, esses produtos locais tiveram crescimento de 67% no número de empresas clientes contratantes do segmento de PMEs, alcançando mais de 171 mil beneficiários.
Também há o esforço dos corretores de seguros e a capilaridade dos produtos. “Estamos acompanhando de perto os nossos parceiros que ampliaram a capilaridade de seus produtos num esforço bastante salutar em criar linhas de produtos mais acessíveis, regionalizando redes de atendimento. As empresas de pequeno e médio porte, que são a grande maioria no Brasil, são grandes consumidoras desses produtos e os corretores que estiverem atentos a esse movimento, mantendo o foco na capacitação técnica e comercial junto a essas operadoras, têm um grande mercado para prospectar novos negócios”, explica Stenio.