Os planos de saúde enfrentam um prejuízo significativo de cerca de R$ 30 bilhões devido a fraudes e desperdícios, conforme aponta uma análise realizada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Este valor representa cerca de 12% das despesas operacionais do setor privado de saúde, cuja receita anual se aproxima dos R$ 270 bilhões.
Diante dessa realidade, a campanha “Saúde Sem Fraude” foi lançada pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que abrange 13 conglomerados de operadoras e seguradoras de saúde privadas. A iniciativa inclui a distribuição de uma cartilha educativa que visa a ensinar os consumidores a reconhecer, evitar e reportar fraudes. Nos últimos doze meses, foram registradas 2 mil ocorrências de notícias-crimes e processos civis relacionados a fraudes, marcando um aumento de 66% em comparação com o ano anterior.
Cassio Ide Alves, superintendente médico da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) e membro da Sociedade Brasileira de Auditoria em Saúde, com três décadas de experiência em regulação no setor, enfatiza que a preocupação com fraudes não é recente. Contudo, o período atual tem visto um aumento na detecção desses atos ilícitos, impulsionado pela digitalização dos procedimentos e pelo uso intensivo das redes sociais pelos fraudadores para promover suas atividades ilícitas.