São Paulo Na semana que passou, os cadernos de economia noticiaram a possível volta da comercialização do plano de saúde individual; ou Pessoa Física (PF), como é conhecido.
Na terça-feira (03), o jornalista Lauro Jardim, do Radar On-line, publicou a seguinte nota:
“Edson de Godoy Bueno, sócio da Amil, terá hoje uma audiência no Palácio do Planalto com Giles Azevedo, um dos braços direitos de Dilma Rousseff. Bueno batalha pela liberação dos reajustes dos planos de saúde individuais, hoje controlados pela ANS. É um assunto que interessa a doze milhões de brasileiros”.
A notícia da visita do ex-engraxate, hoje um dos magnatas do mercado de planos de saúde, às dependências do Palácio, não chegou a ser uma hecatombe; mas, somada a outras tantas que, de uma forma ou de outra, trataram do assunto, gerou um certo frisson no mercado financeiro e as ações de empresas que atuam no setor reagiram com forte queda naquela semana e leve recuperação na semana seguinte.
O temor do mercado financeiro era o de que a volta do PF impactasse na comercialização dos planos coletivos por adesão.
O Blog não compartilha dessa tese, uma vez que fomos testemunhas do surgimento do Adesão, enquanto o PF ainda era comercializado por muitas operadoras. Foi assim que nasceu o Adesão, com o PF em pleno vigor.
Depois o PF ficou inviável do ponto de vista econômico em função da atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que determina o índice de reajustes dos planos de saúde, enquanto na outra ponta, hospitais e laboratórios reajustam seus produtos e serviços por conta própria. Sem a existência de uma Agência reguladora (ou fiscalizadora) para esse setor.
Este é o fulcro da questão não revelada pela imprensa convencional que, ávida por notícias trágicas, mais confunde do que esclarece.
Aprofundar nessa questão, além de esclarecer, poderia até mesmo fomentar a regulamentação também do setor que presta serviços às operadoras. Leia-se hospitais e laboratórios, estes que podem cobrar R$ 10 Reais ou R$ 2 mil Reais pelo mesmo par de luvas utilizado num determinado procedimento. Mas, voltando ao Adesão X Individual.
O Blog sondou o mercado, ouviu figurões de várias tendências e a opinião é unânime: “Se o PF voltar a ser oferecido no mercado, o Adesão continuará vendendo normalmente. Nada vai mudar”, confessou ao Blog um renomado figurão. “Quanto custará um plano para uma criança no individual, R$ 400 Reais? – indagou. “A tabela do individual certamente não vai competir com a do adesão que é um produto segmentado, o mercado se autorregula”, garantiu.
Some-se a esses argumentos, as milionárias campanhas de incentivo às vendas do Adesão, promovidas pelas operadoras, administradoras e Corretoras. Conclusão: Não se anime com a eventual volta do PF, corretor.
Se ele vier, será uma alternativa a mais e isso é bom para o corretor e melhor ainda para o público consumidor, mas provavelmente virá com preços bem acima das tabelas do Adesão e do PME.
Quem viver, verá.
ATUALIZADO ÀS 10H 30M
Hoje, quarta-feira (11), um dia após a publicação deste post, recebi o telefonema de um leitor o qual me fez duas importantes observações: “Você esqueceu que a categoria Individual está disponível no mercado através da Unimed Paulistana, uma das poucas opções que restaram e que vende muito bem, e da Amil, que não vende por dois motivos: o interessado teria de ir até a sede da operadora e o preço torna inviável a aquisição”.
Bem lembrado!