Estamos no momento oportuno para tratar o tema da judicialização de forma cada vez mais madura e sem preconceitos
Por Juliana Pereira
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) completa 30 anos neste ano, e o marco seria pontuado de eventos jurídicos, seminários e debates Brasil afora sobre direito do consumidor. Mas 2020 não combina com aglomerações nem definições e expressões clássicas e tradicionais.
Este é, isso sim, o ano mais atípico para todas as gerações do pós-2ª Guerra Mundial. Os termos para o momento são “novo normal”, “ressignificação” e “reinvenção”. Há, apesar disso, motivos para comemorar.
Nesses 30 anos, o Brasil deu um grande salto institucional e entrou no clube dos países que garantem direitos constitucionais aos consumidores —que se tornaram mais conscientes e empoderados, enquanto as empresas aprimoraram qualidade e atendimento. Sem contar que o país dispõe de um sistema nacional forte e atuante de monitoramento permanente do cumprimento das regras do CDC.
É impossível imaginar como serão os próximos 30 anos —especialmente num mundo pós-pandemia—, mas arriscaria alguns palpites. Há tempos ouço e leio (e adoto) o “mantra” de que as empresas precisam colocar o cliente no centro da estratégia do negócio. Algumas se esforçam para isso, mas outras ainda desconhecem esse conceito —o que acaba por fragmentar e setorizar as práticas corporativas: uma área pensa produtos, outra planeja vendas, outras ainda cuidam de marketing, pós-venda, atendimento e por aí vai.
Publicado na Folha de São Paulo
Juliana Pereira é Graduada em Direito, possui ampla experiência em Direito do Consumidor, Políticas Públicas, Estratégias de Comunicação e Relações Empresas e Cliente.
Atuou como executiva no setor público, sendo diretora do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, Secretária Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, Conselheira no Conselho Nacional de Seguros Privados do Ministério da Economia, Presidente da Rede Consumo Seguro das Américas da Organização dos Estados Americanos, entre outros.
Hoje, quarta-feira (05), no Diálogos IPSConsumo a reflexão será sobre Dano Moral: uma visão multilateral.
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