O Sincoplan, o sindicato que mexeu com o mercado de planos de saúde, conseguiu o mais difícil – que foi a sua Certidão Sindical -, mas teve absoluta dificuldade de realizar o que parecia mais fácil: unir os corretores.
Cinco anos depois de constituído, o Sindicato dos Corretores de Planos de Saúde e Odontológicos do Estado de São Paulo, parecia agonizar em praça pública.
Imerso em dívidas e sob o espectro até mesmo de ter de fechar as portas de sua sede, o Sincoplan, desolado, sacou a única bala que lhe restava na agulha.
Depois de ter se filiado a Sindicatos menos expressivos e até à Força Sindical, do sindicalista conhecido como pelego, o tal Paulinho da Força, alvo de denúncias do Ministério Público, hoje, apoiando a candidatura do tucano Aécio Neves (PSDB-MG), o Sincoplan finalmente parece ter recebido a sua "carteira de identidade".
Filiado agora a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Sincoplan teve de perder para ganhar.
A poderosa Central assumiu as dívidas do Sincoplan, mas exigiu, como condição sine qua non, uma espécie de choque de gestão.
Assim, em reunião de diretoria, recentemente, ficou decidido, por ampla maioria, que o presidente Carlos Lima será afastado das funções que envolvem o relacionamento com as operadoras e Corretoras de planos de saúde.
Agora, até mesmo quaisquer declarações do presidente, terá de passar pelo crivo da CUT.
Os reais motivos que levaram a perda de poder do presidente foram, entre outros, o fracasso da Convenção Coletiva do setor pela maioria das Corretoras ligadas à Acoplan, a entrevista de um advogado publicada neste Blog e reproduzida posteriormente no Jornal da Saúde (veja AQUI), além das reiteradas e ácidas críticas feitas em editoriais neste Blog do Corretor. (Veja uma delas, AQUI).
Ao presidente, caberá, agora, atuação nas questões de cunho político social. A partir de agora, Carlos Lima não mais se envolverá nos assuntos relacionados às contribuições sindicais tampouco àquelas que se referem às empresas; funções estas delegadas agora ao escritório jurídico ligado à CUT a quem está reservada também as questões políticas e o fator de crescimento e reconhecimento da entidade sindical.
A Central Única dos Trabalhadores, conhecida pela seriedade, organização e competência, já sinaliza com medidas que certamente vão gerar impacto no mercado:
– Declaração e assinatura das Corretoras e corretores, deixando os profissionais decidirem pelo recolhimento ou não da contribuição sindical;
– Medidas a serem tomadas quanto às contribuições sindicais obrigatórias e não pagas pelo setor;
– Ação de cobrança das contribuições sindicais em aberto das Corretoras, operadoras e corretores;
– Ação referente ao não pagamento de contribuição do corretor aposentado e/ou com idade superior a 59 anos;
-Cadastramento gratuito do corretor junto à Prefeitura.
Agora é para valer; e o mercado deverá se preparar para o que vem pela frente.
O Sincoplan se salvou.
E o mercado?
Quem salvará?