“Mais vale acender uma vela do que maldizer a escuridão”.
[Confúcio]
Ulisses Guimarães, então deputado federal pelo PMDB e eterno candidato à presidência da República do Brasil, morto em acidente de helicóptero, no litoral de Angra dos Reis, cujo corpo nunca foi encontrado, contava, do alto de sua experiência, que, ao abrir a porta de casa à noite, um indivíduo se deparou com um cenário um tanto quanto medonho.
Era uma noite de inverno sem lua; estava escuro e o que podia se ver era o brilho dos vagalumes em meio à escuridão, embalado pelo coaxar dos sapos.
O homem, desses que super dimensionam o negativo em detrimento do positivo, logo pôs-se a reclamar do cenário, enquanto o amigo ao lado observou: “Veja que noite linda, que céu estrelado! Havia anos que eu não sentia a emoção de ver um céu tão lindo, uma via láctea tão resplandecente!”
Nunca mais esqueci dessa máxima. E veja que Ulisses desencarnou faz anos!
Compreendi então que, em qualquer análise que venhamos fazer de uma determinada situação, podemos optar por uma maneira – entre duas – de ver as coisas. Olhando para o brejo e lamentando a escuridão ou erguendo a cabeça e contemplando a beleza do céu estrelado.
Faremos aqui, uma breve análise do evento da Amil, ocorrido na última segunda-feira (05), olhando para o céu, sem esquecer, todavia, que há muitos sapos no brejo. Mas também lembrando de que os sapos são batráquios extremamente úteis ao equilíbrio da biodiversidade. Eles se alimentam daquilo que é nocivo ao homem e à sua lavoura.
VIA FUNCHAL AMIL 05/09/11
Às 15h e com a casa lotada, um vídeo, bem ao estilo Amil, abriu o evento.
Lembrei-me até da propaganda da então candidata Dilma Rousseff à presidência da República.
Foi um desfile de glórias: Inflação controlada, dívida externa paga, crescimento econômico, destaque do Brasil perante a Comunidade Internacional, reservas cambiais na extratosfera… enfim. Cenário nunca antes visto na história desse país.
Exibiram o milagre, mas não mostraram o santo.
Perfeitamente normal para uma sociedade conservadora e uma elite resistente a uma política econômica petista. Mesmo sendo esta a única que colocou o Brasil nos trilhos do desenvolvimento e se descolou da dependência estadunidense. Aleluia!
Mas, voltando ao evento.
Fernando Fernandes e seus bigodes, surgiram no palco, bem ao estilo “pastor de igreja protestante” e após uma rápida “pregação”, anunciou a presença do homem que uns o vêem como um céu estrelado, enquanto outros como o brejo: Edson Bueno de Godoy.
Doutor Edson, como é conhecido no mercado, surgiu no palco com a energia de um homem bem sucedido, mas que se orgulha por ter começado a luta para sobreviver engraxando sapatos, vendendo abacates, entre outras excentricidades.
Existe uma profissão que exige mais humildade do que aquela que faz o homem se agachar aos pés de outro homem para dar brilho aos seus sapatos?
Pois um dos homens mais ricos do Brasil começou assim. E tornar-se milionário não é fácil. Por isso mesmo poucos chegam lá. É como uma corrida de espermatozóides para fecundar o óvulo. Milhões integram a corrida, mas um só chega lá.
Com mais de 1m80cm de estatura, Dr. Bueno é um homenzarrão. Estava contagiando a plateia com seu entusiasmo, mas parecia ofegante. Não por nervosismo ou cansaço, muito pelo contrário, mas por demonstrar uma respiração de quem é portador de asma. Isto porém é apenas um detalhe deste blogueiro que faz o impossível para não esquecer daqueles que lá não estiveram.
Dr. Bueno revelou aos seus súditos que, em viagem aos EUA, encontrou-se ocasionalmente com Nick (veja resumo da sua história no vídeo aqui publicado), e, como homem de negócio, Dr. Bueno logo vislumbrou um acontecimento que somente o dinheiro seria capaz de concretizar: Nick estava ali, pessoalmente, para contar a sua incrível história e lembrar aos corretores que tudo é possível para aquele que crê. E provou!
RESUMO
Nick escolheu a Austrália para nascer entre uma família que, em vez de sentir pena, dizia que ele era uma criança especial e aquilo que ele queria realizar só seria possível se ele tentasse. Nick recebeu dos pais todo amor e compreensão que ele merecia receber a fim de superar os obstáculos da sua missão por aqui.
E não foram poucos os obstáculos.
Nick precisava vir sem os membros superiores e inferiores, para se superar e para mostrar aos outros a força e o poder que cada um possui dentro de si.
E o que é uma deficiência para muitos, para ele é apenas um esforço diferente para realizar praticamente tudo o que qualquer um faz.
Afinal de contas, você, corretor, sem os braços, consegue se imaginar vestindo uma camiseta ou digitando um e-mail para o seu cliente?
Nick faz isso e muito mais. E ele veio dizer que muitos de nós não somos deficientes dos membros, mas somos deficientes da mente quando esta impõe limites aos nossos sonhos e desejos.
E sob aplausos de uma plateia estarrecida, Nick lembrou: “O problema não é a limitação física, mas a limitação mental” e ainda “Eu não preciso de mãos para segurar o coração da minha amada”.
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Após a apresentação do palestrante, Dr. Bueno voltou ao palco do Via Funchal e, baseado na história do Nick e na sua própria história, falou diretamente para o corretor [que ele chamou de Força de Venda] e, de forma didática, propõe que façam o mesmo.
GAFE
Nem Dr. Bueno escapou de cometer uma gafe.
Num determinado momento da apresentação, o presidente da Amil perguntou à plateia:
– Recentemente, como vocês sabem, a Amilpar se fundiu com a Medial – continuou Bueno – Quantos profissionais da Medial estão aqui hoje? – depois que algumas dezenas de mãos foram erguidas, Bueno exclamou:
– Pois bem, agora está tudo fundido!
Não é preciso dizer que a plateia não conteve o riso; nem mesmo o Dr. Bueno, que tentou consertar, mas já era tarde.
O MELHOR DA TARDE
E bem ao estilo Sônia Abrão, o evento foi encerrado ao som de What a wonderful word (Que mundo maravilhoso) na voz rouca de Louis Armstrong. Apesar da beleza da música, acredito que não foi uma boa escolha. Afinal, superação é realização e realização é felicidade. Penso que a música deveria ter sido escolhida levando em conta a condução daquele momento a um estado de realização, e, consequentemente, de muita alegria.
CONCLUSÃO
Esta foi a forma como o Blog do Corretor analisou o evento da Amil.
No nosso entender, de forma isenta, como sempre buscamos fazer, mesmo nem sempre conseguindo, mas, principalmente, nos esforçando para contemplar o céu estrelado, já que este é muito melhor e mais belo do que o barulhento e úmido brejo onde convivem sapos e rãs.