Quando adquiriu a Amil, Junior formou seu “ministério” de notáveis e deu início a um processo de reestruturação tão profundo que de longe ouvia-se o som da lâmina que cortava na própria carne.
Mas nem tudo era corte.
Algumas pedras desse enorme tabuleiro que Junior estrategicamente movimentava eram novas parcerias, como as que envolveram a Supermed e a Golden Cross.
E tudo veio dando muito certo, como era de se esperar de uma operação comandada pelo mago dos planos de saúde.
Mas o mercado não perdoa.
Por mais que negasse, a Golden Cross, por motivos óbvios, não conseguiu ainda convencer o Canal de Vendas de que não haveria uma espécie de simbiose entre as duas operadoras, cuja parceria permitiu que os clientes da Golden fossem atendidos na rede da Amil.
Algo inimaginável anos atrás.
Como essa história não terminou, aliás, mal começou, no Valor desta sexta-feira (24), Beth Koike traz informações que fazem despertar ainda mais a nossa imaginação.
Com 304,4 mil conveniados, sendo 206,3 mil de planos de saúde e 108,1 mil do produto dental, a Golden Cross, segundo o Valor, recebeu um ultimato da ANS.
Além de estar proibida de vender novos planos, a Agência reguladora determina que a Golden venda a sua carteira de saúde em 30 dias.
A medida teria sido tomada “considerando as anormalidades econômico-financeiras e administrativas graves que colocaram em risco a continuidade do atendimento à saúde”.
No acumulado dos nove primeiros meses de 2024, a Golden Cross apurou prejuízo líquido de R$ 105 milhões. A receita somou R$ 1 bilhão no período, conclui a nota.
Será difícil adivinhar que a Amil leva a Golden, fazendo assim o Junior marcar mais um gol de placa?
Se eu errar, peço perdão antecipado. Afinal, errar é humano. Mas se a minha aposta estiver correta, mereço, no mínimo, um like.
