O fantasma do estorno da comissão do corretor

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Por Blog do Corretor | Da Redação

Foi-se o tempo em que as seguradoras e as operadoras de planos de saúde praticavam uma política de comissionamento capaz de transformar uma geração de “pastinhas” em barões do mercado.

Partimos da era da panfletagem para o fechamento de vendas pelo WhatsApp. Se, por um lado, a tecnologia facilitou e encurtou o caminho, por outro, as empresas são obrigadas a se protegerem de uma modernidade que pode ser também um processo autofágico.

Entre as alternativas apresentadas pelos especialistas dessas empresas como forma de blindá-las contra eventuais fugas de associados, está o instituto do estorno de comissões.

A Porto é conhecida no mercado como uma das seguradoras que mais prezam pelo corretor.

Isto é um fato inquestionável.

No entanto, a Porto, que tem sido um porto seguro para muitos colaboradores, precisa erguer sua ponte levadiça para evitar a invasão do inimigo, ou seja, o temido repique, utilizado pelos corretores como alternativa aos reajustes e/ou insatisfação do cliente.

Para tanto, a Seguradora da Barra Funda avançou em sua política de estorno de comissões, aumentando, em alguns casos, para até três anos a possibilidade de penalizar o corretor pelo eventual cancelamento de contrato – o temido estorno.

Em um comunicado recente, a Porto atualizou a sua tabela de estorno:

Período              Percentual de Estorno

Até 06 meses….100%

Até 12 meses…..75%

Até 18 meses…..50%

Até 24 meses…..35%

Até 30 meses…..25%

Até 36 meses…..15%

Após a publicação deste post, a Porto encaminhou a tabela de estorno abaixo com a qual a seguradora está trabalhando:

Ocorrendo o cancelamento com percentual de estorno do agenciamento:

1 parcela paga
100% do agenciamento pago na 1° parcela

2 parcelas pagas
100% do agenciamento pago na 1° e 2° parcelas

3 parcelas pagas
100% do agenciamento pago na 1° a 3° parcelas

4 parcelas pagas
83% do agenciamento pago na 1° a 4° parcelas

5 parcelas pagas
79% do agenciamento pago na 1° a 5° parcelas

6 parcelas pagas
75% do agenciamento pago na 1° a 6° parcelas

7 parcelas pagas
60% do agenciamento pago na 1° a 7° parcelas

8 parcelas pagas
50% do agenciamento pago na 1° a 8° parcelas

9 parcelas pagas
45% do agenciamento pago na 1° a 9° parcelas

10 parcelas pagas
40% do agenciamento pago na 1° a 10° parcelas

11 parcelas pagas
35% do agenciamento pago na 1° a 11° parcelas

12 parcelas pagas
30% do agenciamento pago na 1° a 12° parcelas

Com isso, a Porto evita que o corretor – de olho em novo comissionamento – ofereça uma alternativa e leve o cliente para a concorrência, comprometendo a saúde de sua carteira nesses tempos em que a tecnologia e a inteligência artificial tornaram-se um paradoxo para o mundo corporativo.

O outro lado

O corretor, por sua vez, que sempre viveu desse movimento, fica em absoluta desvantagem.

Afinal, ele é a força de venda, a máquina que move o moinho e faz a roda girar.

Fechar um contrato envolve uma complexa negociação e ainda tem um custo considerável para o corretor.

É justo que ele permaneça durante três anos sob o espectro do medo causado pelo possível cancelamento do contrato que seu cliente tem com a seguradora?

E como fica a saúde mental desse profissional?

Alguém tem uma saída?

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14 comentários em “O fantasma do estorno da comissão do corretor”

  1. Desculpe colaboradora, mas só recebemos elogios dos nossos leitores externos. Mesmo assim, agradecemos sua opinião.

  2. Ola Blog.
    O grande problema não está na migração ou no repique e sim na insatisfação do cliente. Se o cliente não esta satisfeito seja com atendimento ou rejustes praticados pela seguradora, ele procura melhores alternativas e os corretores são penalizados com o temido extorno.
    Mas e daí? deveria ser extornada a comissão nesses casos? afinal o corretor fez sua parte corretamente, porem não tem o poder de segurar seu cliente naseguradora.

    1. Jorge P. Minorato

      Eu até entendo a sua colocação, Ronaldo. Mas o problema é que tem corretor que tá fora desse universo de bons profissionais. Ele também pode ser o motivo da desistência do cliente, além da operadora também ser. É complicado, amigo. Abraço

  3. Mirtes Fragoso

    Ninguém pode trabalhar desse jeito. Como eu vou usar esse dinheiro da comissão? Vou ter que guardar até passar os três anos? Porque eu corro o risco de não ter essa grana quando (e se) a porto me pedir de volta. É complicado, viu?

  4. Maria Silva

    Concordo com os colegas Ronaldo e Mortes,se para as Seguradoras e Operadoras está difícil imagina para nós? Acho que não querem comercializar é o que parece, até a sinistralidade baixar e não quer suspender a venda como já tem sido feito por outras.

  5. Miguel P de Mello

    Acho que independente de quem tá certo, esse assunto tem mesmo que ser debatido e encontrado uma forma que ninguém saia perdendo, parabéns por trazer isso pro debate.

  6. Luis Antonio Moreira

    Na realidade o corretor virou avalista da operadora/seguradora.
    Quantas coisas podem acontecer em três anos???
    Cliente perder fonte renda, mudar de cidade e ir para onde não abrangência, etc
    E quando a prestação de serviços não está satisfazendo o cliente???
    Mudança de rede, descredenciamento, aumentos abusivos tudo
    com a anuência da ANS.
    O corretor é o avalista !!!??
    Abraços.

  7. Isso é uma aberração! Abusivo! Não posso crer que seja legal!
    As vezes levamos meses negociando um contrato. Horas e horas de dedicação e ninguém paga esse custo. Então se um cliente tiver um revés financeiro muito sério e cancelar a apólice, o corretor pagou caro para trabalhar pra seguradora.
    Sinceramente vender hoje me parece um risco … Será que está valendo o risco? É mais que hora de sentarmos e conversarmos sobre essa situação descabida.

    1. EDILEUZA SANTOS AZEREDO COUTINHO

      E verdade. Tá na hora do corretor contra por o pagamento de seu trabalho por ter colocado um cliente na base dela . E cobrar caro para compensar o prejuízo q a seguradora quer causar ao corretor como avalista . O risco é alto. Então, tem que cobrar o serviço prestado e bem caro . Trabalhamos para viver .

  8. Marcos Badra

    Minha opinião é que as empresas que tenham um controle dos corretores que costumam fazer isso para ter estornados valores pagos indevidos.
    Vendemos , às vezes meses para cotar , apresentar , convencer o cliente a troca , aviso prévio do plano ativo e todo processo de implantação do novo , e como está ocorrendo comigo a empresa está encerrando as atividades !
    Terei a comissão estornada , cobrarão multa pelo contrato ter ainda menos de 12 meses e por aí vai.
    Aqui fica uma sugestão.
    Obrigado.

  9. deveriam inverter estorno para comissao para o corretor, pelo menos incentiva o corretor a deixar o cliente na operadora sem danos ou ameaças

  10. Não concordo que a Porto respeita o corretor . Isso já está no passado faz tempo !

    Eles penalizam os corretores e também as plataformas . Estou sabendo que forçaram diversos corretores a assinarem um contrato de estorno com 36 meses , quem não assinasse teria redução de comissão .
    Se a Porto aumenta o preço de forma desordenada o ciente sai por conta da Porto e não do corretor .
    Se a Porto não atende o cliente direito o cliente sai por causa da Porto e não do corretor .
    Se a Porto não manda boleto para o cliente e fica inadimplente gerando estorno o cliente sai por causa da Porto e não do corretor .

    Quem tem q pagar nessas condições é a Porto para o corretor por atender mau o
    Cliente q colocamos .

    Isso é um desrespeito a nossa profissão . Minha comissão foi reduzida .

  11. O que é mais engraçado , é que no vácuo da Porto, uma famosinha aí também atualizou sua tabela de estorno.

    O papo é sempre o mesmo : assédio dos corretores sobre a carteira.

    O engraçado é que a famosinha, cujos integrantes de época estão em empresas de renome por aí, desenvolvia ações de ataques a carteira de outras operadoras também.

    Isso sem contar que, de vez em quando, sua carteira aparecia por acaso em outra corretora.

    É muita hipocrisia nesse mercado.

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JORNALISTA

Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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