Por Laís Macedo | CEO do Lide Futuro
Na era da empresa unicórnio, da receita do sucesso e da glamurosa jornada do empreendedorismo, fracassar virou o sinônimo do fim, da incapacidade de honrar essa jornada.
Banimos a chance de erro e somamos à ilusão das jornadas de assertividade e segurança em nosso instável Brasil empreendedor. Às vezes nos vemos tão próximos da necessidade de fracassar e nos anulamos, afinal, isso não pode estar na pirâmide de Maslow do empreendedorismo. Você não leu errado, pode ser uma necessidade sim, é ela que pode te fazer encarar algum problema, o medo ou o desconhecido, algo que esteja ali te rondando, ainda tímido, mas que essa atitude traz força a esse inimigo. É o convite para a mudança. Aí vem a ansiedade e a insegurança, aquela que faz com que a gente olhe ao redor e encontre tantas histórias de sucesso. Qual o nosso problema?
Não nos permitimos degustar o erro, sentir seu cheiro, sabor, textura e entender o que faz por aqui. Ele está de passagem, mas se soubermos encarar de frente, sem dúvidas, há o que (de bom) ele deixe antes da sua partida.
Se chegamos até o fracasso é porque nos permitimos tentar, se a tentativa nos trouxe a uma jornada, é porque acertos foram realizados, e nossa falta de compaixão (com a gente mesmo) nos faz míope nesse diagnóstico.
E aí olhamos para fora, para a sociedade empreendedora na vitrine, aquela que está no youtube, ou em uma palestra em uma das centenas de evento de pessoas de sucesso, a live com as 10 dicas da trajetória daquele infalível ceo – nada, nada deu errado. O problema é só seu.
A nossa capacidade de assumir uma escolha ou um caminho com menos êxito não nos faz menos capaz, pelo contrário, sou partidária a valorização de quem conta que sim, algo deu errado, e está tudo bem, porque é essa montanha russa, de altos e baixos, que nos faz crescer e desfrutarmos do que compreendemos, em nosso individual desejo, do sucesso.
Fracasso não é o fim. Fracasso é ponto de partida.
Sobre Laís Macedo
Laís Macedo é formada em Relações Públicas e pós-graduada em administração estratégica. Aos 24 anos assumiu a gerência geral do LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, sendo a mais nova gerente da história do grupo. Foi responsável pela expansão nacional e internacional da associação, abrindo 30 novas unidades em quatro anos. Nos anos de gestão do LIDE, também geriu a rede de filiados Brasil, atendendo aos presidentes das principais empresas nacionais e multinacionais do país. Em 2017 criou a rede de coworking Copa Network, em sociedade com a A5 Investimentos e Alexandre Guerra, ex-presidente do Giraffas.