A proibição da venda de vários planos de saúde vai ter reflexos nas duas companhias do setor com ações em bolsa, segundo os analistas ouvidos pelo Valor. A suspensão das vendas foi decretada ontem pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
.Cauê Pinheiro, analista da SLW, comenta que as empresas vão correr para minimizar os prejuízos e reativar as vendas. “Deve ter algum impacto negativo para as empresas, mas acredito que elas vão tentar reverter a situação e quem sabe até entrar com algum recurso judicial para reverter isso”, disse.
Para Mário Bernardes Júnior, da equipe de análise do BB Investimentos, a suspensão vai ter impacto na margem bruta e na margem Ebitda da empresa, com as ações sentindo isso em algum momento.
“A suspensão vai trazer um impacto de uma forma ou de outra, seja na restrição das vendas no primeiro momento ou com os custos que as mudanças exigidas pela ANS devem gerar, com a consequente queda nas margens.”
No pregão de hoje, as ações da Amil fecharam em alta 1,9%, a R$ 21,40. Já as da Qualicorp perderam 1,91%, valendo R$ 16,60 no final da sessão. O Ibovespa caiu 0,25%, a 53.569 pontos.
O ministério e a ANS anunciaram que 37 operadoras de planos de saúde terão a venda de alguns planos suspensa por não cumprirem os prazos máximos de atendimento aos beneficiários. A venda dos planos está proibida por pelo menos três meses, contados a partir de sexta-feira (13).
Juntas, todas as operadoras afetadas prestam serviços a 3,5 milhões de pessoas, cerca de 7% do mercado brasileiro. Com a medida, 268 planos de saúde deixarão de ser vendidos.
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A lista foi feita a partir das reclamações de clientes junto à ANS. A agência informou que o período de três meses é para que as operadoras adaptem os planos de saúde à Resolução Normativa 259, que estabelece obrigações para atendimentos de consultas, exames e cirurgia.
As operadoras Excelsior Med e ASL Assistência a Saúde tiveram, respectivamente, 13 e 6 planos suspensos, e com isso a controladora Amil deve ser prejudicada. Outra empresa que recebeu punição foi a Unimed Paulistana, com 35 planos suspensos.
Indiretamente, a Qualicorp deve ser prejudicada, uma vez que a corretora vende planos de saúde da Amil e da Unimed Paulistana.
Procuradas pelo Valor, Amil e Qualicorp preferiram não se manifestar.
(Daniela Meibak | Valor)
Publicada em 11/07/2012 às 17h48