Considerando a velocidade com que a Inteligência Artificial está ganhando espaço em todos os segmentos, ao contrário do que pensam os atores do mercado, acredito que a profissão de corretor de planos de saúde está seriamente ameaçada de extinção. Mesmo que não seja iminente.
Para o Sindiplanos, entretanto, a ameaça é outra: de acordo com o Sindicato dos Corretores de Planos de Saúde do Estado de São Paulo, o setor de corretagem de planos de saúde enfrenta uma ameaça sem precedentes. Essa ameaça gira em torno da Audiência Pública nº 50, uma iniciativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que propõe a venda direta de planos individuais com portabilidade, excluindo os corretores do processo de distribuição (assista ao vivo)
“Como integrantes do setor, sabemos que medidas como essas historicamente resultam em grandes prejuízos para os consumidores e para o mercado. As decisões centralizadas da ANS frequentemente demonstraram falhas na sua execução. Permitir que essa proposta avance significa comprometer o principal canal de distribuição de planos de saúde do Brasil”, argumenta Silvio Toni, presidente do Sindiplanos.
Rosa Antunes, que integra a diretoria do referido sindicato, revela que foi encaminhado à agência reguladora um recurso solicitando que a categoria também fosse ouvida. “Encaminhamos, por intermédio do Dr. André, um recurso no qual solicitávamos que fôssemos ouvidos como parte interessada, representando o canal de distribuição.”
A dona de corretora e militante sindical Rosa Antunes faz um apelo: “Informei aos membros do comitê e destaquei a importância de cada entidade representativa se posicionar de forma individual, conforme orientação jurídica”, alerta ela.
Destacando a falta de mobilização política da categoria, o presidente do Sindiplanos reclama da ausência de contribuições ideológicas, jurídicas e/ou estratégicas dos colegas membros do comitê que trata do tema. “É hora de mudar isso. O interesse é de todos”, afirma.
Toni apela ainda para que entidades como SINCOR-SP, SINCOR-RJ, SECPPLAS, Grupo CES e outros representantes legais do setor atuem firmemente contra essa proposta. “A união do setor pode ser decisiva”, garante.
Assustada com o que pode vir pela frente, Rosa Antunes faz um apelo ao canal de vendas: “Se você tem uma ideia inovadora, estratégica ou jurídica, traga sua contribuição. Não podemos permitir que a ANS tome essa decisão de forma unilateral e prejudique o mercado e os consumidores. A força do setor está na nossa capacidade de unir esforços.”
Rosa diz ainda que “O canal de distribuição é essencial para manter a qualidade, o alcance e o suporte aos consumidores. Não podemos permitir que essa estrutura seja desmontada”, e segue apelando. “Contribua com suas ideias antes que seja tarde. Vamos reforçar a defesa do corretor de saúde e garantir que o consumidor não seja penalizado por decisões desconectadas do mercado”, conclui.
Será que o canal vai assistir à sua própria extinção, assim como os negacionistas assistem aos desastres climáticos e, mesmo assim, não acreditam?